A Maldição de Villisca (2016)

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A Maldição de Villisca
Original:The Axe Murders of Villisca
Ano:2016•País:EUA
Direção:Tony E. Valenzuela
Roteiro:Kevin Abrams, Owen Egerton, Tony E. Valenzuela
Produção:Seth Caplan, Michael Wormser
Elenco:Robert Adamson, Jarrett Sleeper, Alex Frnka, Sean Whalen, Conchata Ferrell, Riley Bodenstab, Kellan Rhude, Madison Lawlor, Ava Kolker, Jon Gries

Na madrugada do dia 9 para 10 de junho de 1912, um mar de sangue e corpos se espalhou pelos cômodos da casa dos Moore, em Villisca, Iowa. Uma família inteira foi assassinada enquanto repousava em seus quartos, vítimas de inúmeros golpes de machado: Josiah B. Moore (aos 43 anos), sua esposa Sara (39 anos), os filhos – Herman (11 anos), Katherine (10 anos), Boyd (7 anos) e Paul (5 anos) -, além de duas crianças que passavam a noite lá: Lena (11 anos) e Ina Stillinger (8 anos). Apesar da brutalidade do crime, e pela arma ter sido encontrada no próprio local, ninguém foi preso. Houve uma imensa investigação e o apontamento de inúmeros suspeitos, mas não houve uma definição de quem teria cometido a atrocidade, tornando-se o maior e mais misterioso massacre ocorrido em Iowa, e o único da pequena cidade.

Devido ao modo como tudo aconteceu – só tendo sido abafado na época pelo naufrágio do Titanic -, a residência é conhecida como um dos lugares mais assombrados da América. Caçadores de fantasmas têm feito experiências no ambiente, desde então, e há registros diversos de aparições e gravações em áudio; relatos sobre luzes que teriam atravessado cômodos e a sensação de mal estar constante dos visitantes do museu The Axe Murders of Villisca. Não é tão popular quanto Amityville ou os crimes de Lizzie Borden, mas inspirou a produção de livros, documentários e filmes como The Axe Murders of Villisca, um longa que até aparentava trazer algo curioso para o gênero, sendo prejudicado exatamente pelo acréscimo do sobrenatural.

O filme começa com a apresentação do assassinato, sem grafismo. O Reverendo Kelly (Sean Whalen) invade a morada dos Moore e disfere machadadas em todos os presentes, caminhando lentamente entre os quartos na busca da próxima vítima. Lena (Madison Lawlor) e Ina (Elsie Fisher) ameaçam fugir, porém são surpreendidas pelo assassino que ainda profere palavras bíblicas antes de exterminá-las. As ações se transferem para o presente, com Caleb (Robert Adamson) em seu último dia na escola. Ele defende uma garota, Jess (Alex Frnka), que estaria sofrendo bullying de dois rapazes – Rob (Kellan Rhude) e Connor (Riley Bodenstab) – por ter participado de um vídeo de sexo, e ela resolve agradecê-lo mais tarde. Apesar de ter feito as malas, ele é convencido pelo amigo Denny (Jarrett Sleeper) a participar do episódio final da série de vídeos de pesquisa de casos sobrenaturais, e Jess acaba embarcando na empreitada de visitar a famosa casa em Villisca.

Depois de conhecer a residência, com a supervisão de Greg (Jon Gries), eles decidem voltar ao local na madrugada para passar uma noite ali, aproveitando o Halloween. Eles entram facilmente pelo porão, com entrada externa disponível, e preparam o material de gravação. Uma selfie de Jess e Caleb é testemunhada pelos valentões e eles, com certeza, resolverão aparecer para incomodar os jovens ou se tornar vítimas das assombrações.

Durante toda essa preparação para a chegada à casa e as informações transmitidas aos poucos, o filme de Tony E. Valenzuela é até interessante, com uma boa filmagem e personagens cativantes. O problema começa quando todos começam a relatar seus problemas familiares, e são possuídos pelos fantasmas, alternando flashbacks de seus pecados com iluminação exagerada e olhos negros. A fantasminha Lena é até bem caracterizada, com a máscara que dá um tom mais arrepiante, mas os diálogos em excesso e a falta de dinamismo entre os núcleos incomodam em demasia. Tudo acontece rapidamente, e isso inclui as possessões e a facilidade com que os vilões são facilmente eliminados, não permitindo qualquer tensão.

Embora os assassinatos em Villisca tenham inspirado os pesquisadores paranormais, uma solução mais atraente poderia ser a menos incrível, impondo assassinatos pela simples presença em local proibido. De qualquer maneira, apresentaria o ambiente como maldito, sem precisar apelar para assombrações fajutas e efeitos de possessão ruins. Os clichês do estilo e a necessidade de assustar pela caracterização dos fantasmas simplesmente impedir qualquer boa expectativa e curiosidade pelo que realmente aconteceu naquela fatídica madrugada.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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