![]() A Vingança de Willard
Original:Willard
Ano:2003•País:Canadá, EUA Direção:Glen Morgan Roteiro:Glen Morgan, Gilbert Ralston, Stephen Gilbert Produção:Glen Morgan, James Wong Elenco:Crispin Glover, R. Lee Ermey, Laura Harring, Jackie Burroughs, Ashlyn Gere, David Parker, Ty Olsso |
Uma forma interessante de repulsa envolve o uso de animais ou insetos em filmes de terror. A maior dificuldade dos fãs do gênero é conseguir convencer a esposa ou namorada a assistir a uma produção desse estilo. Até mesmo as mais corajosas, aquelas que enfrentam demônios, vampiros e assombrações, sentem aflição quando se veem diante de um desafio envolvendo algo que se arrasta pelo chão, vive nos esgotos e tem um odor terrível. Assim, muitas produções inspiradas na repugnância invadiram no século passado, sendo que uma em especial mereceu uma atenção, graças ao enredo freudiano e a voz de Michael Jackson na música tema. Trata-se de Willard (1971), lançado no Brasil como Calafrio, e que adquiriu uma nova roupagem numa superprodução que recebeu o nome nacional de A Vingança de Willard.

Em mais uma tentativa de caçar os ratos do seu porão, Willard acaba prendendo um belo rato branco, a quem ele dá o nome de Sócrates, e a partir daí tem início uma amizade um pouco estranha. Willard descobre que possui o dom de treinar o pequeno roedor, e que, este, por sinal, é capaz de comandar os outros milhares de ratos que vivem escondidos pela casa. Pouco a pouco, o rapaz ensina os animais a rasgar objetos e, assim, percebe que eles podem ser mais do que simplesmente amigos; eles podem ser uma terrível arma contra aqueles que o atormentam. Nesse momento, Willard nota a presença de um rato enorme, uma criatura negra, de aspecto assustador, que é a própria manifestação do ódio que ele armazena dentro de si. Em homenagem ao famoso relógio inglês, o protagonista o batiza como Ben, e logo percebe que esse “novo amigo” é extremamente respeitado pelos outros ratos, não mede conseqüências e que tem planos terríveis de vingança. Assim, Willard trava uma batalha entre seu consciente (Sócrates) e seu inconsciente (Ben), cuja bandeira da vitória irá determinar seus atos.
Diferente da produção original, A Vingança de Willard é um filme bem sombrio e pessimista. Sua narrativa lenta e com poucos diálogos permite que o espectador assuma o papel do protagonista e busque entender a razão de suas atitudes. Crispin Glover é o destaque positivo do longa: ele atua praticamente como um homem-rato, através de olhares silenciosos, respiração ofegante e seu constante encolhimento. Crispin também é responsável pela cena mais antológica: quando a porta do elevador se abre, surge um bando de ratos por todo o seu corpo, numa visão assustadora e complexa.
Para os que buscam um terror psicológico, com pitadas de humor (como a protagonizada por um gato azarado), A Vingança de Willard pode ser uma agradável surpresa. Não há sangue, nudez ou qualquer apelação. O que há são ratos…muitos ratos – argumento suficiente para que sua companheira opte por um outro filme. Quem sabe aquele tal de Stuart Little?


























Que preguiça de fãs de terror que acham que apenas homens têm estômago pra ver isso… eu hein