3.3
(3)

Corra!
Original:Get Out!
Ano:2017•País:EUA
Direção:Jordan Peele
Roteiro:Jordan Peele
Produção:Jason Blum, Edward H. Hamm Jr., Sean McKittrick, Jordan Peele
Elenco:Daniel Kaluuya, Allison Williams, Catherine Keener, Bradley Whitford, Caleb Landry Jones, Marcus Henderson, Betty Gabriel, Lakeith Stanfield, Stephen Root, LilRel Howery

O filme Get Out teve sua estreia aguardadíssima devido a onda de elogios e hype que a produção levou da mídia nas últimas semanas. Mas será que é tudo isso mesmo? Podemos dizer que sim!

No longa acompanhamos o casal Chris (Daniel Kaluuya) e Rose (Allison Williams), que está namorando há quatro meses e resolve fazer uma visita aos pais da moça. Entretanto um detalhe preocupa Chris: ela não avisou a família que o novo namorado é negro. Para Rose isso não passa de uma besteira, afinal os pais não são racistas. Mas será que não são mesmo?

Logo numa das primeiras sequências, durante o trajeto de ida a residência dos pais, Rose atropela um cervo na estrada e o animal acaba morrendo, por algum motivo que mais tarde vamos entender Chris se sente tocado/identificado com o animal. Ao contarem o ocorrido aos pais eles demonstram uma certa satisfação com o fato, pois para eles esses animais são como pragas que se alastram pelo país. Isso é um sinal, um mal sinal.

Ao chegar na casa Chris tem um certo desconforto, primeiro por todos os empregados, coincidentemente, serem negros e, além disso, pela família dela o cercar de comentários que, seguindo os bons costumes das coisas que se naturalizam nos nossos cotidianos, não parecem racistas, mas ao mesmo tempo, com a soma de todas aquelas ações, você percebe que são preconceituosas sim, justamente por passarmos a sentir o mesmo incômodo do protagonista com a abordagem. Vamos dar um exemplo, para deixar as coisas mais claras: toda vez que o pai, Dean (Bradley Whitford), ou Jeremy (Caleb Landry Jones), o irmão, vai começar uma frase ou puxar um assunto lançam um ‘yo’ ou ‘Bro’. Queridos, vocês não usam essas expressões no dia-a-dia – está ridículo, podem parar! Então mesmo não levantando uma bandeira no debate de minorias e deixando a discussão que o assunto traz evidente, a direção brinca com essas questões, fazendo delas irônicas e transportando o espectador para os incômodos que o protagonista vive.

Chris leva tudo numa boa de início, mas as coisas vão ganhando proporções estranhas ao descobrir que a mãe, Missy (Catherine Keener), trabalha com hipnose e gostaria de fazer uma sessão no rapaz para que ele deixe de fumar, além de notar a forma estranha como os empregados agem pela casa. Não é preciso ser nenhum gênio para descobrir o que acontecerá dali em diante; mesmo que não seja exatamente o final esperado, você já é capaz de juntar umas peças e perceber o que vai acontecer. Mas o final surpreende, fazendo tudo valer a pena.

O filme foi dirigido e idealizado pelo comediante Jordan Peele, que gastou 5 milhões em sua produção e já faturou bons 163 milhões, entrando para o top 10 das maiores bilheterias de terror de todos os tempos, sendo uma grata surpresa para o gênero em 2017 e também para os bolsos dos produtores.

Peele, que estreou na direção com Get Out e também assina o roteiro da produção, fez um ótimo trabalho. Criou climas tensos, cores que puxam para o amarelo e vermelho com muitas velas pelo cenário, jogando com as sensações despertadas pela hipnose, e uma excelente trilha sonora – a música que fecha o longa faz um enlace ideal com a cena. Além disso, o suspense final é fantástico e a identificação e empatia despertadas pelo protagonista também; você torce pelo rapaz do início ao fim. Um trabalho bem parecido com o que o ator fez no episódio Fifteen Million Merits da primeira temporada de Black Mirror.

A ideia de Peele é brincar com a velha história de que o personagem negro sempre é o primeiro a morrer em todo filme de terror. Será que as coisas mudam quando o negro vira protagonista? Assista Corra! e descubra.

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Média da classificação 3.3 / 5. Número de votos: 3

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9 Comentários

  1. Gostei, uma ideia nova que ia se decifrando ao longo do filme com pequenos não digo clichês mas situações comuns que a pessoa pode adivinhar o que ia acontecer mas ao msmo tempo era surpreendida, legal e bacana.
    O cara fez um terror msmo da pessoa ficar traumatizada , pensar duas vezes quando for namorar alguma mina branquela kkk.
    E aquelas propagandas varias para a microsoft ??? kkk mto foda

  2. Muito bom!
    O roteiro consegue criar uma tensão crescente, até tornar-se insuportável. A ameaça paira no ar e você apenas sabe que tem algo errado, muito errado com o lugar e as pessoas. O roteiro é tão bom que faz até pessoas que não são negras sentirem-se profundamente incomodadas, desconfortáveis, com racismo latente nos aparentes elogios e “comentários inocentes” dirigidos ao protagonista, uma crítica social que deixa pesar ao pensar que isso acontece todos os dias, como algo banal, mas que deixa marcas profundas e reforça estereótipos nocivos.
    Apesar de não “estragar” o filme, o grande mistério é bem inverossímil. Ok, é uma obra de horror, mas forçou, hehehe. Penso que a transformação das pessoas em uma espécie de escravos com uso de drogas, hipnose, lobotomia que fosse, seria mais crível, embora ainda fantástico. Mas obras de horror exploram exatamente isso, o desconhecido, o medo, a repulsa, o fantástico.
    Recomendo o filme!

  3. Achei um bom filme, mas nada fantástico…. ainda prefiro esperar um pouco para consagrá-lo como o melhor de 2017

  4. o diretor quebrou paradigmas , além de colocar um negro como protagonista em filme de terror, tirou o cansativo final girls , esse diretor é o cara..filmaço..

  5. O melhor filme de 2017 até agora que eu vi , e olha que eu vi vários !
    É perfeito , e é merecedor de todo esse sucesso que fez e está fazendo , pra mim é a nota máxima de 5 caveiras !
    ” Get Out ! ” é lógico que está na minha coleção !

  6. Uma das melhores surpresas do gênero esse ano. Quero correr pra ver
    Seria otimo ver essa representatividade indicado ao oscar

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