Aniquilação
Original:Annihilation
Ano:2018•País:EUA, UK Direção:Alex Garland Roteiro:Alex Garland, Jeff VanderMeer Produção:Eli Bush, Andrew Macdonald, Allon Reich, Scott Rudin Elenco:Natalie Portman, Jennifer Jason Leigh, Tessa Thompson, Benedict Wong, Sonoya Mizuno, David Gyasi, Oscar Isaac, John Schwab, Gina Rodriguez, Tuva Novotny |
Depois de sua estreia como diretor com o fantástico Ex Machina: Instinto Artificial, de 2015, o diretor Alex Garland abraçou Aniquilação como seu segundo trabalho. Adaptação da primeira parte da trilogia Comando Sul, escrita por Jeff Vandermeer, o filme tem um elenco conhecido, composto por Natalie Portman, Oscar Isaac, Tessa Thompson, Gina Rodriguez e Jennifer Jason Leigh. O trailer é bem empolgante, com cientistas invadindo um território hostil, com monstros e bons efeitos especiais, mas, ainda assim, Garland não se mostrou muito satisfeito com a distribuição de seu filme.
Uma exibição teste não muito bem sucedida fez com que o longa, anteriormente previsto para estrear nos cinemas pelo mundo, fosse vendido a Netflix. Apenas Estados Unidos, Canadá e China puderam conferi-lo na tela grande, em exibição limitada, enquanto o restante do mundo precisou esperar pelo sistema de streaming. Conversando com o site Collider, o diretor disse estar decepcionado por acreditar que Aniquilação tinha o perfil de um longa de cinema, diferente de bons tratamentos como The Handmaid’s Tale, que foram produzidos especialmente para a TV.
Segundo algumas fontes, o produtor David Ellison, que não viu um bom retorno financeiro nos filmes Vida, Baywatch e Tempestade: Planeta em Fúria, achou melhor vendê-lo para a Netflix a ter que assumir um novo fracasso. Assim, criou-se um certo conflito com o diretor e um outro produtor, Scott Rudin, na disputa pela distribuição do longa. Garland falou sobre a briga ao site Indiewire dizendo que achava que o contrato sobre lançamento devia ter sido determinado desde o começo, sem mudança depois que o longa foi entregue pronto.
Independente desse conflito nos bastidores, Aniquilação chegou finalmente a Netflix brasileira há alguns dias. Com quase duas horas de duração, o filme é uma mistura de ficção científica, com elementos de aventura, thriller e drama, acentuando alguns conceitos filosóficos já apresentados no vencedor do Oscar, A Chegada, de Denis Villeneuve. Numa leitura precoce, há bons momentos de tensão até a quebra de ritmo no terceiro ato, quando a viagem de auto-conhecimento da protagonista acaba se tornando exageradamente melodramática. Mas, os conceitos expostos tornam o passeio mais interessante, se você estiver disposto a embarcar neles.
A bióloga Lena (Portman) ainda está abalada pela ausência do marido, Kane (Isaac), um soldado das Forças Armadas que não retornou de sua última e secreta missão. Quando o rapaz retorna de súbito, ela nota algumas diferenças em seu comportamento, sem o carinho e carisma de outrora, e pede o auxílio de uma ambulância após sinais de uma estranha hemorragia. O veículo é interceptado por oficiais, e ambos são levados a uma instalação governamental que estuda um misterioso fenômeno ao redor de um farol: uma forma de vida brilhante começou a se espalhar pela região, em um crescimento acelerado, sem que haja alguma maneira de evitar uma eminente “aniquilação“. Nenhuma equipe que tentou explorar a tal Área X conseguiu retornar com alguma explicação ou dados científicos, à exceção de Kane, o único sobrevivente, agora em coma.
Lena se une a um grupo de pesquisadoras para entrar no local, aproveitando seu conhecimento como militar e bióloga. A psicóloga Dra. Ventress (Leigh), a física Josie Radeck (Thompson), a geomorfóloga Cass Sheppard (Tuva Novotny) e a paramédica Anya Thorensen (Rodriguez) compõem a equipe de exploração, como caça-fantasmas sem qualquer bom humor. Logo, percebem que o local atingido sofreu mutação na composição de sua estrutura genética, como o gigante jacaré, um agressivo urso, as plantas e flores da região, e talvez a justificativa possa vir do ponto zero, o farol. Elas também descobrem que as equipes anteriores foram vítimas das mutações ou perderam a razão, devido ao tempo de exposição. Atingidas pelo mesmo mal, elas precisam decidir se continuam a explorar o ambiente hostil ou retornam com o conhecimento adquirido, conscientes que o conflito interno também será uma grande ameaça.
Apesar do enredo curioso, passível de reflexões, o que mais abala o longa de Alex Garland e justifica sua exibição na Netflix é exatamente o ritmo. A narrativa, dividida desnecessariamente em capítulos, é alternada entre momentos do passado e futuro da protagonista, algo que também acontecia, de maneira mais dinâmica, em A Chegada. E, ao apresentar Lena como narradora da experiência, sendo interrogada por cientistas, já evidencia sua sobrevivência, o que diminui a preocupação do público com o seu bem-estar no encontro com as ameaças do local. Além disso, alguns furos surgem na explicação da Dra.Ventress. Ela diz que muitos entraram ali, assim como drones e tal, sem qualquer possibilidade de escapatória. Analisando a experiência da equipe, você fica pensando: como não conseguiram uma coleta sequer de planta ou forma de vida que pudesse ser estudada, se os problemas só acontecem com o tempo de permanência na Área X?
A fotografia de Rob Hardy é belíssima, fortalecendo o tom fantasioso e onírico da produção; assim, como os efeitos especiais e maquiagem. Também merecem ser enaltecidas a química entre as personagens e o carisma de Natalie Portman e Jennifer Jason Leigh, talentosas e muito esforçadas. A direção de Alex Garland é eficiente como já era de se esperar pelo trabalho anterior, mesmo que o roteiro tenha suas falhas, tanto na estrutura narrativa com a repetição de algumas cenas, quanto no alongamento do último ato.
Sem permitir muito o que reclamar dos aspectos técnicos, Aniquilação deve ser recomendado principalmente pela mensagem subliminar. Há muita profundidade na exploração feminina em um ambiente hostil, conduzindo o espectador à reflexão constante e a um encontro consigo mesmo, quando você percebe que as mudanças são inevitáveis, mas você pode ter o controle sobre aqueles que serão afetados por elas.
Na primeira vez que vi esse filme achei extremamente fraco. Daí revi uns dias atrás e acabei gostando um pouco mais. Tem uma pegada Lovecraftiana e lembra muito “A cor que caiu do espaço”, mas a sensação que fica é de que poderia ser muito melhor.
No fim, vale a pena por ser um terror com ficção científica (que é meu subgênero favorito) e pela belíssima direção de arte na concepção do mundo alienígena do filme.
Ainda não vi o filme, mas o ponto de partida do roteiro me lembrou o conto “A cor que caiu do céu” de Lovecraft.
Alex Garland reclamou do filme ser vendido pra Netflix, defendendo que a produção foi feita para o cinema. revirando os olhos Acho que a produtora fez bem com a venda msm. Acredito que seria um fracasso indo pras telas grandes. O envolvimento da Netflix na jogada foi a melhor saída. O fracasso de bilheteria tava esperado. A maior parte do grande público do cinema (preguiçoso e comum) não curtiria esse terror disfarçado de ficção cientifica que muito entrete, diverte e ao msm tempo assusta e confunde, com suas coisas bizarras e incompreensíveis num visual de flora e fauna mutante que impressiona. Eu gostei…
Ate que enfim uma critica bem ponderada, que não se deixou levar pela tal profundidade do filme. Bom, eu estava bêbado de sono quando assisti ao filme e o ritmo lento me deixou completamente desconectado das personagens, não me importando nem um pingo com elas. Pra complementar outro erro do filme, parcialmente abordado na critica, o filme faz cientistas parecerem idiotas, assim como nos filmes Vida e Alien Covenant, entrando em um ambiente afetado por uma “radiação cósmica desconhecida” sem uma misera roupa de proteção. Sim, elas percebem (spoilier) mutações e seguem pulando em poças de água, se sujando no ambiente e aspirando o ar a plenos pulmões, a explicação tosca eh que meio que todas estão numa missão suicida, mas venhamos, não eh por que você esta em uma missão suicida que vai cagar para regras de segurança, afinal seu objetivo e tirar dados da li, e não simplesmente entrar para morrer como uma das cientistas parece fazer . O final me deixou com impressão de já ter o visto em algum outro lugar… Não sei…. esse filme me fez lembrar um pouco do filme ”Solaris” (remake americano de um filme soviético) e o “Urso transgênico” me lembrou um pouco o Predador, tipo você olha um ser grotesco emitindo voz humana… Alguns viram isso como algo filosófico, bla, bla, bla… “ele absorveu parte da mulher” Eu entendi apenas como uma boa adaptação para caça.
===== ALERTA DE SPOILER ===== ALERTA DE SPOILER =====
Se o autor acha que ver a protagonista sendo interrogada é sinal de que ela sobreviveu, acho que ele não entendeu o final (CHOCANTE) do filme.
Spoiler
Entendi, sim. Apenas, quis deixar claro que essa sensação de decepção acompanhou o filme inteiro. E não achei o final chocante.
Abs