Feral (2017)

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Feral
Original:Feral
Ano:2017•País:EUA
Direção:Mark Young
Roteiro:Mark Young, Adam Frazier
Produção:Mark Young
Elenco:Scout Taylor-Compton, Olivia Luccardi, Lew Temple, Renee Olstead, Brock Kelly, Landry Allbright, George Finn, Samantha Gangal. Mark Musashi

O que mais chama a atenção em Feral não é o enredo, trailer ou imagens divulgadas, mas a participação de Scout Taylor-Compton. Com mais de 70 produções no currículo, incluindo a série Jovens Bruxas (2000-2006) e o terror Zombies (2006), de J.S. Cardone, seu nome adquiriu destaque entre os fãs de horror quando ela assumiu o papel de Laurie Strode em Halloween – O Início, lançado em 2007, sob o comando de Rob Zombie. Como a comparação com Jamie Lee Curtis era inevitável e as escolhas do cineasta-músico foram equivocadas na refilmagem, ela foi bastante criticada, até lançar a continuação H2: Halloween, em 2009, quando sua personagem adquiriu personalidade e conseguiu mais destaque do que o péssimo trabalho do diretor. Depois ela ainda faria Verdade ou Consequência (2010), o suspense 119 Graus (2011), o terrível Voo 7500 (2014), Sede de Vingança (2015), Ghost House (2017) até chegar ao tema desta análise.

Feral ainda conta com Lew Temple, que também esteve em Halloween – O Início, entre outros trabalhos como Rejeitados pelo Diabo, também de Zombie, Trailer Park of Terror, Pânico no Deserto 2 e O Massacre da Serra Elétrica: O Início. Renee Olstead, de The Midnight Game (2013) e Amizade Desfeita (2014); além de Olivia Luccardi, vista no ótimo Corrente do Mal (2014). São rostos mais conhecidos do que o do diretor, Mark Young, que fez alguns filmes de terror obscuros como Southern Gothic (2007) e Tooth and Nail (2007), além de thrillers e produções de ação. Também é conhecido o enredo de Feral

Trata-se da velha fórmula da “febre da cabana“, envolvendo amigos na mata, tendo que enfrentar uma doença que os transforma em ameaças. É só substituir o tal vírus “feral” por infecções que transformaram o gênero em zumbis, vampiros, lobisomens ou simplesmente contaminados, porque o restante é igual: aqueles que se afastam serão as primeiras vítimas; haverá quem será ajudado e se transformará mais tarde; conflitos internos por relacionamentos anteriores e a sempre bem-vinda claustrofobia. Se ignorar os clichês e tentar entender algumas ideias do enredo do diretor em parceria de Adam Frazier, pode ser que você se divirta razoavelmente.

Um grupo de amigos está fazendo um piquenique numa floresta densa. São estudantes, com futuro promissor em seus cursos, já anunciando que estarão envolvidos em áreas como a medicina – sem que isso traga alguma importância para o enredo. Imaginei até que esse conhecimento informado serviria para que eles usem a experiência em prol do problema apresentado. Alice (Taylor-Compton) vive um invejado relacionamento com Jules (Olivia Luccardi), despertando o ciúmes do eterno apaixonado Jesse (Brock Kelly); já Matt (George Finn) está prestes a oficializar a união com a bela Brienne (Renee Olstead). Durante a madrugada, ao atender ao “chamado da natureza“, Matt é atacado na mata por uma criatura voraz, um homem com aspectos de animal selvagem. Na busca pelo amado, sua companheira também é atacada, mas sobrevive com alguns ferimentos.

É o começo do pesadelo violento que terão pela frente. Eles encontram o estranho Talbot (Lew Temple) – um nome em referência ao mais popular lobisomem do cinema, Larry Talbot, interpretado por Lon Chaney Jr. no clássico de 1941 -, que os conduzem até uma cabana, já apresentando aos poucos algumas informações sobre o que virá pela frente. Ao invés de contar logo tudo o que está acontecendo, ele prefere agir de maneira estranha ao pedir que os feridos sejam mortos antes que seja tarde.

A partir da apresentação dos elementos que irão compor o enredo, Feral passa a ser um survival horror, com os sobreviventes tendo que enfrentar os amigos animalescos, além do manjado “sacrifício” sugerido por alguém. O aspecto dos monstros não surpreende, remetendo levemente às criaturas de Abismo do Medo, com sua composição: olhos, dentes e ausência de cabelo. Como os ataques das feras não acontecem em conjunto – você dificilmente verá mais de um exemplar em cena -, os confrontos não parecem ser tão ameaçadores e nem despertam tanta tensão como era previsto.

O que basta, quando não há inovação em seu conteúdo, é rever os velhos conhecidos, apreciar o sangue e algumas entranhas à mostra e tentar imaginar uma situação mais apocalíptica, com o vírus indo além da mata. Seria mais uma repetição da fórmula, sem novidade alguma, mas talvez divertisse mais.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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