The Midnight Game
Original:The Midnight Game
Ano:2013•País:EUA Direção:A.D. Calvo Roteiro:A.D. Calvo, Brett A. Calvo Produção:A.D. Calvo Elenco:Guy Wilson, Valentina de Angelis, Deborah Twiss, Renee Olstead, Shelby Young, Spencer Daniels, Luz Alexandra Ramos |
Ao pesquisar sobre a creepypasta The Midnight Man para a resenha do filme homônimo, é possível que você encontre informações sobre o caseiro The Midnight Game, de A.D. Calvo, lançado no mesmo ano do obscuro terror irlandês Midnight Man, que inspirou a refilmagem de Travis Zariwny. A lenda do Homem da Meia-Noite, evocado a partir de um jogo bizarro, nem é tão assustadora ou interessante assim para motivar tantas produções, mas, como os roteiristas estão sem ideias para criar histórias de horror, eles buscam fontes no que assusta os curiosos da deep web, como a do já popular Slender Man.
Exibido em diversos festivais na América em 2013, The Midnight Game depois teve apenas um lançamento em DVD por lá, e foi ignorado no Brasil. Não foi uma perda assim tão grande, uma vez que se trata de um terror teen bastante convencional, com efeitos rasos, fotografia – acredito – propositadamente amadora e uma direção pouco criativa. O comando é de A.D. Calvo, de poucas produções no currículo, sendo apenas reconhecido por aqui pelo longa A Maldição de Amélia, de 2008. Ele também é o autor do argumento principal, em parceria de Brett A. Calvo, culminando no roteiro de Rick Dahl, que, até então, havia feito roteirizado Morte por Encomenda, de 1993, com Nicolas Cage, Dennis Hopper e Lara Flynn Boyle.
A tal lenda que inspirou os três filmes é intitulada Midnight Game ou The Midnight Man Challenge. Trata-se de uma brincadeira que pode ser realizada quando o relógio estiver prestes a alcançar meia-noite, como um desafio de evocação de uma entidade conhecida como The Midnight Man. É uma assombração que desperta nos competidores seus piores medos, caso não sejam seguidas determinadas regras. Para evocar (por sua conta e risco): 1. nomes assinados em papéis (ou em um único, dependendo da versão); 2. uma gota de sangue extraída de todos pelo furo do dedo com uma agulha; 3. todas as luzes apagadas, uma vela acesa para cada participante; 4. papel com as assinaturas colado numa porta de madeira (depende da versão); 5. 22 batidas na porta da casa pelo lado de fora (no filme The Midnight Game, a última batida tem que coincidir com o horário da meia-noite). A partir daí, os jogadores caminham pela casa, ainda sem acender as luzes, alternando os cômodos. Se a vela de alguém se apaga, a pessoa tem 10 segundo para reacendê-la; caso não consiga, precisará fazer um círculo de sal para se proteger. O jogo termina às 3h33.
Essa brincadeira é realizada pela jovem Kaitlan (Renee Olstead), que fica em casa sozinha depois que os pais viajam. Ela convida as amigas Jenna (Valentina de Angelis) e Rose (Shelby Young), e esta indevidamente chama os rapazes Shane (Guy Wilson) e Jeff (Spencer Daniels). Sexo? Drogas? Não, Shane incita os amigos a realizar o estranho ritual The Midnight Game, após um vídeo amador que viu na biblioteca da escola. O grupo decide brincar, mas antes revelam seus piores medos para já antecipar ao espectador o que deverá acontecer: uma tem medo de fantasmas; outra de enlouquecer; há o rapaz que tem claustrofobia…e por aí vai.
Eles fazem o ritual passo a passo, didaticamente, e aguardam por algum acontecimento sinistro. Na primeira hora, nada acontece. Passos no andar de cima, crucifixo no chão, movimentação de um móvel. Um vulto, uma aparição do lado de fora – bem discreta para o espectador. Uma vela se apaga, mas é acendida a tempo. Quando alguns começam a achar tudo aquilo uma besteira, todas as velas se apagam e eles tentam se proteger por um círculo de sal. Diferente do longa The Midnight Man, as ações continuam na manhã seguinte, quando os medos começam a assombrar os jovens: o mais interessante é o de Rose, que começa a ver os amigos como cadáveres, devido ao seu medo de fantasmas. Jenna enlouquece; Jeff desaparece…
Por conta do baixíssimo orçamento, boa parte do terror é fortalecido pela sutileza. A própria entidade evocada é pouco vista no filme, mas mantém uma caracterização típica de um demônio, com longos chifres. Visto de longe é até interessante, mas a indevida aproximação de A.D. Calvo evidencia seu aspecto amador. As atuações são surpreendentemente boas pela qualidade do filme, que tem apenas 74 minutos, bem distribuídos. Um acerto melhor nos aspectos técnicos, e o longa teria um resultado mais satisfatório. Dentro de sua proposta, explorando a lenda, ele até funciona bem como um típico e simples terror teen como já não se faz há um bom tempo.
Não conhecia esse filme, adorei a resenha, como sempre, ótima!
Vou procurar o filme para assistir.
Obrigada pela dica.