St. Agatha (2018)

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St. Agatha
Original:St. Agatha
Ano:2018•País:EUA
Direção:Darren Lynn Bousman
Roteiro:Andy Demetrio, Shaun Fletcher, Sara Sometti Michaels, Clint Sears
Produção:Tara Ansley, Sara Sometti Michaels, Srdjan Stakic, Seth Michaels
Elenco:Sabrina Kern, Carolyn Hennesy, Courtney Halverson, Seth Michaels, Trin Miller, Lindsay Seim, Shaun Fletcher, Jayson Warner Smith, Maximus Murrah

Darren Lynn Bousman, que tem o nome associado à franquia Jogos Mortais mas já dirigiu outras pérolas do gênero como Dominados pelo Ódio (2010) e 11-11-11 (2011), resolveu também beliscar o retorno soft do subgênero nunsploitation. Na verdade, pode-se até dizer que St. Agatha e A Maldição da Freira (The Devil´s Doorway, 2018) são bem parecidos em seu conceito principal, como se um fosse o complemento indireto do outro. Ora, ambos envolvem conventos e freiras insanas, um mistério em relação às suas verdadeiras intenções e uma sensação constante de claustrofobia. E são co-irmãos até mesmo na qualidade, não passando de produções medianas, que poderão passar despercebidas em um ano de muitas estreias.

Ambientado em 1957 (A Maldição da Freira se passa três anos depois), o longa mostra a chegada de Mary (Sabrina Kern) a uma pequena cidade rural da Georgia, mais precisamente em um convento escondido por uma grande floresta. Grávida, ela busca abrigo e proteção para seu futuro filho, uma vez que teve abandonar o pai violento, após um incidente que ocasionou a morte de seu irmão pequeno, para morar com o namorado Jimmy (Justin Miles) até perder todas as economias – um passado trágico que retorna a todo momento em pesadelos. Mary acredita que as freiras podem ajudá-la com o parto e o cuidado inicial da criança, permitindo que ela retorne para o namorado posteriormente, já em condições de estabelecer uma boa família.

Poderia ser o caminho mais adequado, se o convento não fosse comandado por uma terrível Madre Superiora (Carolyn Hennesy), que, juntamente com outras freiras severas como Paula (Trin Miller), não pretende facilitar as coisas. Não demora muito para Mary perceber a disciplina agressiva do lugar, com rotinas que permeiam a tortura física e psicológica. Ela, Catherine (Courtney Halverson), Sarah (Hannah Fierman, a sereia de V/H/S e Sereia Predadora) sofrem um inferno de maus tratos, drogas constantes e avaliações de um grupo de financiadores do espaço. Quando começa a perceber que precisa sair dali o quanto antes, ela é presa em um caixão, onde deverá renascer como Agatha. O que as freiras querem tanto com seu bebê? Por que a necessidade desse ritual de renascimento? O que é aquilo que fica observando-as no teto ou que aparece subitamente no quarto? São questões que logo você irá fazer, mas, cujas respostas – se houver -, não serão das mais agradáveis.

Apesar da sensação de impotência diante de freiras armadas e trancas nas portas, St.Agatha deixa transparecer uma perspectiva de que uma reação pode não ser assim tão difícil. Se todas as internas resolvessem reagir ao mesmo tempo, principalmente no dia da avaliação dos investidores, as chances de encontrar uma saída e vencer as inimigas eclesiásticas seriam maiores. É claro que o enredo, desenvolvido por oito mãos (!!), acrescenta alguns problemas como o padre que se disfarça de policial ou a passividade do elenco masculino, porém falha na solução encontrada, levando o espectador a mais algumas perguntas: ah, então, era só fazer isso que já resolvia? Por que Mary tinha tanta certeza que o plano daria certo?

Mesmo com tantos questionamentos, o filme está longe de ser reflexivo ou profundo. Possui um roteiro de falhas contínuas – e repetições em flashbacks que cansam mais do que explicam -, mas um elenco esforçado (Hannah Fierman é um achado para o gênero) e uma boa fotografia e direção. Ao final, deixa ainda uma outra pergunta no ar sobre a possibilidade de realização de uma continuação pela última cena e a fala da Madre Superiora: “Vocês não sabem o que eu sou!“. Contudo, confesso que o longa não deixou muito a fim de descobrir.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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