O Terceiro Olho 2
Original:Mata Batin 2
Ano:2019•País:Indonésia Direção:Rocky Soraya Roteiro:Rocky Soraya, Riheam Junianti, Fajar Umbara Produção:Raam Soraya, Rocky Soraya Elenco:Jessica Mila, Nabilah Ratna Ayu Azalia, Sophia Latjuba, Jeremy Thomas, Bianca Hello, Citra Prima, Jelita Callebaut, Hadijah Shahab |
A boa recepção de O Terceiro Olho na Indonésia, e pelo grande número de interesse e visualizações pela Netflix, levou o cineasta Rocky Soraya a retornar para o mundo dos fantasmas perturbados. Não apenas apresentar outro mistério, envolvendo um assassinato violento não solucionado, mas explorar ainda mais os dois lados, principalmente o submundo, agora ambientado numa prisão de tortura eterna. O investimento na continuação parece ter sido maior também, devido à quantidade de pessoas envolvidas na produção e caracterização dos mortos e à locação variada. Mas, e o roteiro? Mais uma vez desenvolvido pela dupla, Riheam Junianti e Fajar Umbara, o argumento está um pouco mais dinâmico e quase com uma personalidade própria.
No epílogo de O Terceiro Olho, Abel (Bianca Hello) contou para a irmã Alia (Jessica Mila) a respeito de um fantasma que a seguiu da escola até em casa, de nome Mirah (Jelita Callebaut). Logo na primeira cena da continuação, as irmãs são incomodadas pela assombração, até culminar na trágica morte de Abel. Sem família e apenas com o contato da médium Bu Windu (Citra Prima), Alia decide vender a casa e busca um emprego em um orfanato que tinha uma ligação com os pais. Presidido pelo casal Laksmi (Sophia Latjuba) e Fadli (Jeremy Thomas), o ambiente abriga apenas meninas – referência à Annabelle 2, talvez -, como a recém-chegada Nadia (Nabilah Ratna Ayu Azalia), que não consegue se relacionar com as demais e diz ver coisas que ninguém mais vê.
Alia logo percebe que a garota tem aberto “o terceiro olho“, e resolve ajudá-la a desvendar o mistério que envolve o local: uma entidade é ouvida nas paredes, pedindo ajuda para se libertar. As duas são conduzidas à biblioteca da instituição, e até uma porta, onde reside aprisionada a pequena Darmah (Hadijah Shahab). Elas encontram a chave – facilitações do roteiro -, e libertam o fantasma, levando um pesadelo agressivo a todas as internas. Mais uma assombração perturbada busca uma vingança em relação a sua morte trágica, o que obrigará Alia a usar a técnica da “psicometria” (apesar do nome, não tem relação com o seu significado verdadeiro), a partir de um colar encontrado com a irmã falecida e que mostrava o orfanato.
Qual a relação entre Mirah e Darmah? Por que Abel foi morta, se ela estava disposta a ajudar o fantasma a resolver sua pendência? A resposta a essas perguntas virá através do modo Rocky Soraya de fazer terror: assombrações raivosas que conseguem possuir corpos; sangue em altas doses, com violência e desmembramento; personagens desacreditadas; homens adúlteros; assalto; rituais com velas e mãos dadas; vítimas que sobrevivem a uma quantidade grande de facadas, surpresas no roteiro, mostrando que nem tudo é como se imagina. Há aquelas bobagens que diminuem a força narrativa, como a chave facilmente encontrada (por que ela não foi destruída?), o diário que traz uma revelação importante e está ali na escrivaninha, a ambulância que nunca chega e por aí vai.
É provável que o maior absurdo visto é o que pode ser chamado de “show de portas do submundo“: enquanto caminha por uma prisão infernal, com pessoas levando chicotadas , numa tentativa de resgatar uma alma perdida pela vingança, eis que uma porta iluminada se abre com a chegada de alguém que morreu e foi para o Paraíso, e está ali com livre acesso para tentar ajudar; dois minutos depois, uma outra se abre com outro fantasminha iluminado e a informação: “podemos vir para cá a hora em que quisermos, mas eles não podem ir para lá.” A sequência lembra aqueles programas de auditório, com surpresas atrás de portas secretas!
Os fantasmas perturbados estão com uma caracterização mais interessante, quando são vistos de longe. Um exemplo é a própria Darmah, que tem a pele enrugada por uma massa escura para dar um aspecto maldito. Há também alguns que remetem aos zumbis clássicos com algumas diferenças: roupas rasgadas, sangue pela boca e os olhos iluminados. E, diferente do que acontecia no anterior, aqui o fantasma consegue se comunicar oralmente, dando as pistas que Alia precisa para solucionar o caso.
Dentre os pontos positivos, pode-se apontar a boa atuação do elenco, destacando as crianças, Rayya (Nicole Rossi) e Malika (Yasmine Mahya), que, permitem alguns bons sustos ainda quem não tenham o terceiro olho aberto. Numa cena que lembra Shutter, Malika faz uso de uma câmera polaroid e registra uma aparição na foto; e ainda tem a cena do io-io desaparecido, da assombração embaixo da cama, e os efeitos poltergeist, com o agito do casarão inteiro, sempre acompanhados das trovoadas que trazem um clima aterrorizante.
O Terceiro Olho 2 traz uma evolução considerável em relação ao primeiro filme, e aos demais da filmografia do diretor. Soraya parece cada vez mais à vontade para fazer a câmera atravessar paredes e janelas, buscar ângulos diversos como os que mostram as ações por cima, e ainda ousar ao mostrar crianças possuídas e muitos acontecimentos num longa de quase duas horas de duração. Um roteiro mais bem revisado, aparando algumas arestas, e ele estaria próximo de ter seu nome como umas referências do gênero, com grande possibilidade de migrar para produzir seus filmes pelo mundo. Não se sabe se isso seria um prêmio ou uma maldição!
Agora é OFICIAL as mulheres com traços asiaticos mais lindas do mundo são as da INDONESIA. Nunca vi um filme desse país com uma atriz menos que LINDA.