Auguste Dupin: O Primeiro Detetive
Original:The First Detective: The Complete Auguste Dupin Stories Ano:2020•País:EUA Autor:Edgar Allan Poe•Editora: Novo Século |
Conhecido como um dos Mestres do Terror, Edgar Allan Poe também é o Mestre do Mistério, sendo o pioneiro do gênero Ficção Policial. Servindo de inspiração para a criação de famosos detetives, tais como Sherlock Holmes e Hercule Poirot, Auguste Dupin foi o primeiro detetive a se utilizar da lógica e análise de fatos anteriormente ignorados para a resolução de crimes, aliando-se a observações sagazes e raciocínio afiado. E não apenas seu brilhante raciocínio serviu como inspiração para o mundialmente famoso Sherlock Holmes, mas também o fato de ser um amante do cachimbo e seu ego ser tão grande quanto seu brilhantismo.
Entretanto, Dupin não ficou tão famoso quanto seus sucessores, e as obras posteriores abordando o horror e o macabro de Poe ganharam mais notoriedade, fazendo com que o “primeiro detetive” aparecesse em apenas três histórias, abordadas nesta edição.
Os Assassinatos da Rua Morgue: Provavelmente a história mais conhecida, e também primeira aparição de Auguste Dupin. Escrito em 1841, nos leva direto até Paris, onde duas mulheres foram assassinadas de modo bizarro em circunstâncias peculiares na Rua Morgue. O caso ganha tamanha repercussão que chega aos ouvidos do detetive, que imediatamente se interessa. Mãe e filha foram assassinadas, as portas e janelas estavam trancadas e os vizinhos apenas ouviram gritos. Porém, chegando lá, nada encontram além dos corpos.
Utilizando pistas e elementos que aparentemente não têm importância, Auguste Dupin resolve o caso com muita astúcia, tendo uma solução um tanto incomum.
O conto Os Assassinatos da Rua Morgue teve diversas adaptações para a televisão, um deles estrelado por Bela Lugosi, em 1932.
Na música, serviu de inspiração para a música “Murders in the Rue Morgue” da banda inglesa Iron Maiden. Já o grupo sueco The Ark faz alusão ao conto em uma passagem da música “Little Disfunk You”.
Na literatura, inspirou “Os Novos Assassinatos da Rua Morgue”, escrito por Clive Baker. Nos quadrinhos de “A Liga dos Cavalheiros Extraordinários”, Mr. Hyde é apontado como o provável culpado pelos assassinatos que ocorreram na rua.
O Mistério de Marie Rogêt: Escrito em 1842, foi baseado em um crime real.
A jovem Marie um belo dia sai para um passeio e nunca mais é vista. Até então, isso não foi motivo de tanta preocupação, visto que a moça já havia sumido por meses antes e voltado como se nada tivesse acontecido. Meses depois, seu corpo é encontrado boiando no Rio Sena. A principal suspeita recai sobre seu noivo, que poucos dias depois também aparece morto. Diversas hipóteses foram levantadas, chamando a atenção, é claro, de Auguste Dupin. É uma narrativa rica em detalhes e suposições, se tornando até mesmo um pouco cansativa. Também é uma clara crítica à ineficiência policial.
O desfecho pode causar certa frustração, porém, vale lembrar que é baseado em um caso real.
Um ano antes do conto ser escrito, Mary Rogers foi encontrada morta no rio Hudson e, com a publicação do conto, Poe chegou a ser considerado suspeito pelo crime devido aos detalhes que a obra continha. Acabou sendo inocentado por falta de provas.
A Carta Roubada: Último conto envolvendo Auguste Dupin, escrito em 1844.
Dupin e seu colega desfrutam de um momento de paz em sua residência, quando o delegado de polícia, Monsieur G, pede assistência em um caso de extrema importância nacional. Sabe-se que o culpado pelo sumiço da carta é o Ministro D., porém, não há provas de sua culpa e a carta continua desaparecida mesmo após uma minuciosa revista na residência do ministro.
Dupin pede que o delegado volte em um mês, e garante que tudo estará resolvido. Cumprindo sua palavra, o caso é solucionado e a carta, devolvida. Neste conto vemos mais uma influência do detetive de Poe nas histórias de Arthur Conan Doyle. Tanto Auguste Dupin quanto Holmes dizem que a solução dos casos mais misteriosos são mais simples do que se imagina.
Essa edição ainda conta com dois contos extras: O excelente “O Corvo” e “O Escaravelho de Ouro”.
Que resenha completa! Amei!