Fear the Walking Dead – 6ª Temporada (2020-2021)

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Fear the Walking Dead - 6ª Temporada
Original:Fear the Walking Dead - Season 6
Ano:2020/2021•País:EUA
Direção:Michael E. Satrazemis, Lennie James, Colman Domingo, Ron Underwood, Sharat Raju, Tawnia McKiernan, Heather Cappiello, K.C. Colwell
Roteiro:Mallory Westfall, Nazrin Choudhury, Andrew Chambliss, Ian Goldberg, David Johnson, Ashley Cardiff, Alex Delyle, Jacob Pinion, David Johnson, Channing Powell
Produção:Kenneth Requa,
Elenco:Lennie James, Alycia Debnam-Carey, Maggie Grace, Colman Domingo, Danay Garcia, Garret Dillahunt, Austin Amelio, Colby Hollman, Zoe Margaret Colletti, Jenna Elfman, Rubén Blades, Colby Minifie

“Morgan Jones está morto. Você está lidando com outra pessoa agora. “

O último frame da quinta temporada de Fear the Walking Dead apresentou uma possibilidade assustadora: baleado e sem chances de fugir, Morgan (Lennie James) parecia entregue a um destino melancólico e solitário. Porém, o cartaz de anúncio da sexta temporada já entregava a imagem do personagem com os olhos vermelhos: será que ele se tornará alguma espécie híbrida de humanos e zumbis? Ele será mordido e terá seus dias contados na série, mesmo entendendo que sua presença ali passou a ser essencial? A resposta ainda tardaria a vir na temporada, mas o que foi visto no episódio inicial, “The End Is the Beginning“, exibido em 11 de outubro de 2020, com a direção de Michael E. Satrazemis, já deu algumas pistas.

A vilã Virginia (Colby Minifie) contrata o caçador de recompensa Emile (Demetrius Grosse) para saber se Morgan está realmente morto – uma atitude desnecessária, se ela tivesse simplesmente finalizado seu adversário ou esperado pelo seu fim. Enquanto busca abrigo, ele percebe que os zumbis não o estão atacando, o que pode ser uma reação ao ataque ou pelo corpo estar com o cheiro dos mortos, e, então, conhece Isaac (Michael Abbott Jr.), um sobrevivente que o leva até o local onde sua esposa, Rachel (Brigitte Kali Canales), está, para depois revelar que fora mordido e que não permanecerá vivo por muito tempo. O ambiente fortificado inspira Morgan a torná-lo um provável refúgio para ele e seus amigos, pelo fato de ser bem escondido do grupo de Virgínia, e ter grandes muros de proteção. O título deste primeiro já estabelece uma relação maior com a ameaça final da temporada, além de já mostrar um submarino nuclear que terá grande importância nos últimos episódios.

No segundo episódio, os demais personagens são vistos, na comunidade criada por Virgínia. Alicia (Alycia Debnam-Carey), Strand (Colman Domingo), Charlie (Alexa Nisenson) e Janis (Holly Curran) estão em uma instalação, cumprindo ordens da chefe no controle a um bando de zumbis. Dakota (Zoe Margaret Colletti) e Strand já deixam evidentes o quanto irão perturbar nessa temporada, principalmente este último, que chega a sacrificar um homem para sobreviver, ganhando o apoio de Virgínia e ainda a chance de ocupar um cargo melhor no local. Daniel (Rubén Blades) também aparece, trabalhando aparentemente desmemoriado como cabelereiro, enquanto John Dorie (Garret Dillahunt) atua como vigia. Desse modo, fica claro o modus operandi da comunidade: se você for útil e provar seu valor, irá servir – uma ideia anteriormente vista na cidade dominada pelo Governador, em The Walking Dead.

Alaska“, de Colman Domingo, traz um improvável reencontro. Enquanto investigam um prédio, com zumbis e pessoas doentes, com a expectativa de Ginny (Maggie Grace) reencontrar sua querida Isabele (Sydney Lemmon), o mais difícil acontece: Sherry (Christine Evangelista), namorada de Dwight (Austin Amelio), aparece no final. O terceiro episódio é bem interessante, com a luta dos dois para chegar ao topo do prédio, tendo que enfrentar os mortos e os que estão contaminados com a peste bubônica, sob o comando de Nora (Devyn A. Tyler). Essa volta terá uma grande importância a partir do quinto episódio, “Honey“, que mostrará o grupo de Sherry e o seu plano para destruir o veículo da SWAT de Ginny e finalmente matar Virgínia.

Já o quarto episódio, “The Key“, envolveu a investigação de John Dorie a um crime ocorrido na comunidade. Quando o rapaz que alterna turno com ele na vigia, Cameron (Noah Khyle), é encontrado morto, John busca pistas que possam mostrar quem teria cometido o assassinato, mas quem leva a culpa é Janis por namorar o rapaz, e por ter um brinco próximo ao corpo. Desconfiado, ele sugere que uma faca possa levar ao assassino, algo ignorado por Virgínia, mas que terá importância cabal no melhor episódio da temporada, “The Door“, um dos momentos mais dramáticos e intensos de toda série e muito bem dirigido por Michael E. Satrazemis. A simbologia da porta reflete bem o que foi o episódio em vários sentidos, porém nada cause impacto maior como a última cena, que rivaliza com outros momentos emblemáticos até mesmo da série The Walking Dead.

Toda o arco que envolve Virgínia terá seu destino no episódio 9, com uma cena final também surpreendente na ação de June. No entanto, a série já havia adiantado o que poderia ser a nova ameaça da temporada, com as pichações que irão conduzir a uma instalação subterrânea intitulada The Holding, liderada por Teddy (John Glover), que planeja a morte de todos os humanos da Terra para um recomeço, algo bastante improvável alguém poderia dizer para ele. Para tal, ele precisaria acionar os mísseis que estão no submarino, porém as chaves estão com Morgan. Além disso, Teddy se revela como um antigo prisioneiro do pai de John Dorie, o senhor JD (Keith Carradine), que entra para o elenco sem a mesma habilidade do filho com as armas.

Nesse interim, vale a pena mencionar alguns outros bons episódios da temporada, como “Mother“, de Janice Cooke, que leva Alicia, Teddy e Dakota para um encontro com o passado, e pessoas que faziam parte do grupo que ocupou o estádio – havia um fio de esperança que Madison pudesse reaparecer; e “In Dreams“, que apresenta um futuro alternativo em que Grace (Karen David) morreu ao dar à luz a sua filha Athena, mostrando como estariam os personagens nesse cenário. Muito interessante por uma antecipação improvável. E, sem dúvida o que mais pode promove a improbabilidade é o último episódio da temporada, que foi ao ar em 13 de junho. Com o aspecto de um quase final de série, pelo tom apocalíptico mostrado na cena do anterior, cabe ao infernauta torcer pela sobrevida de seus personagens, mesmo que, soubesse, que uma situação similar à apresentada dificilmente teria um destino otimista.

Ainda que não se saiba qual será a última temporada, o que pode indicar uma continuidade além de The Walking Dead, a sexta temporada de Fear the Walking Dead se manteve com uma boa construção narrativa. Mesmo retornando conceitos da série original, teve ousadia para matar de maneira digna um dos personagens mais queridos, e apresentou indícios de que a próxima temporada terá que ser inovadora. Pelo menos, ainda não há pistas sobre as próximas ameaças e quem estará lá para enfrentá-las.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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