Blood Punch
Original:Blood Punch
Ano:2013•País:EUA Direção:Madellaine Paxson Roteiro:Eddie Guzelian Produção:Ethan Pines, Fleur Saville, Fred Schaefer Elenco:Milo Cawthorne, Olivia Tennet, David Whaley, Bloss Flores, Fleur Saville, Mike Ginn, Adelaide Kane |
Blood Punch teoricamente contaria a história de Milton (Milo Cawthorne), que, dono de um intelecto privilegiado competindo apenas com o seu ego, fora internado em uma clínica de reabilitação após ser preso por cozinhar metanfetamina. Lá ele conhece uma garota de nome Skyler (Olivia Tennet), com uma personalidade marcante, que resolve deturpar a realidade do local e convencer Milton a fugir para fabricar mais da droga e lucrar um tanto quanto possível. E o “trem” da história do filme já vai de um nível acelerado da rápida consumação da paixão de Milton por Skyler à invasão e fuga da reabilitação, com direito a efeitos sonoros de um tiroteio estilo pica-pau.
A premissa que o filme é até interessante levando em consideração loops de espaço-tempo juntamente com algumas teorias pseudo-metafísicas banhadas a muito sangue místico, mas a execução é dolorosa, arrastada e por vezes parece uma ode à “juventude perdida” com muita marra e pouco conteúdo. Uma hora e quarenta e quatro minutos para vertigem de uma eterna ressaca e um dramatização de “Skylerploitation” – uma desculpa atrás da outra para mostrar como ela é badass e sexy.
Russel (Ari Boyland), namorado de Skyler em uma relação doentia de abuso psicológicos e físicos, tem uma das piores premissas para o tipo “machão-psicopata” apresentando uma personalidade agressiva completamente impulsiva mas que quebra a credibilidade pela caracterização do ator com maior pinta de boyband metrossexual, criando uma antipatia instantânea até o ponto de você literalmente considerá-lo apenas um saco de carne para todo o restante do filme, mas incluir “tenho ancestrais nativos americanos” foi abusar da boa vontade.
Apesar de o protagonista ser Milton, tudo gira em torno de Skyler. Mas a personalidade não se mantém constante por mais de vinte minutos; é como se a direção de Madellaine Paxson não conseguisse transicionar entre um momento e outro sem que um clique na personagem precisasse ir de oito a oitenta. Talvez a complexidade da temática ou excesso de ideias dentro do tempo de execução possa ter prejudicado, mas chega em momento que você simplesmente não espera mais nada da personagem e ela se torna um objeto de cena, que, se não fosse a apelação do sexyappeal da atriz, não teria valor algum para as motivações do espectador comprar as motivações de Milton. O filme acabou inchado e poderia ser retirado muito daquilo que não tem nenhuma valia além do pornoviolence, em uma transfiguração estranha que não permite saber se é uma tentativa de homenagear os filmes do Taratino mas sem a maldade cinza de um bom personagem, além de uma figura com cara marrenta e ex power ranger descobrindo o mundo das drogas. Olha que filmes que tem atores jovens e uma trama mais complexa envolvendo o tempo não é nenhuma novidade e não seria demérito estudar um pouco mais a “fórmula” como o próprio Efeito Borboleta (The Butterfly Effect).
Outro ponto realmente bizarro e fora da curva – além da estranha iluminação da cenas internas que às vezes dão impressão de filmagem sob um pano de fundo verde – é a trilha sonora de Adam Berry, ganhador de dois Emmy e um Grammy, mas que decidiu utilizar uma colcha de retalhos de instrumentos clássicos com momentos de música de câmara elevando quase a um tom cômico; por vezes, piegas. Tanto ele quanto a diretora Madellaine tiveram em seus créditos tanto filmes quanto séries para TV endereçados ao público infantil e essa parte cômica tenha sido um efeito colateral inconsciente.
É um filme que vale a pena sem grandes pretensões, quando toda a sua lista de “filmes para assistir” acabar.
É praticamente quase todo elenco reaproveitado de Power Ranger RPM.