Inimiga Perfeita
Original:A Perfect Enemy
Ano:2021•País:Espanha, Alemanha, França Direção:Kike Maíllo Roteiro:Kike Maíllo, Cristina Clemente, Fernando Navarro, Amélie Nothomb Produção:Kike Maíllo, Benito Mueller, Wolfgang Mueller, Justin Nappi Elenco:Thomas Kot, Athena Strater, Martha Nieto, Dominique Pinon |
Jeremy (Thomas Kot) é um arquiteto de renome que está prestes a voltar para casa após algumas palestras de apresentação de seu livro autobiográfico. Eis que a caminho do aeroporto (que inclusive é uma de suas criações) ele acaba conhecendo Texel (Athena Strater), uma jovem que também está indo na mesma direção. Os dois acabam perdendo seus voos e no período que estão no aguardo do próximo, acabam conversando um pouco mais para passar o tempo.
Em meio a um bate papo supostamente inocente, a garota insiste em compartilhar relatos muito pessoais e até mesmo perturbadores com o arquiteto, e ele começa a se incomodar cada vez mais ao perceber que a garota tem sérios problemas, podendo até ser perigosa. Numa quase hipnose ele acaba ouvindo mais e mais do que ela tem a contar até chegar ao ponto onde a história dos dois se entrelaça e o risco, que até então era só imaginado, passa a ter tons bem reais.
No início, quando Texel conta parte do seu passado guiando Jeremy às suas memórias, me senti junto com ele, ouvindo uma boa história e imaginando as ambientações e cenas. Nesse momento aumentei minha expectativa, pois me senti imerso, coisa que ultimamente tem sido difícil nos últimos suspenses que assisto.
Aqui faço um adendo para a excelente atuação de Athena Strater, que me fez caminhar não só pelo aeroporto, mas pelas lembranças da sua personagem de maneira fácil, sem peso e nem esforço. Apenas comprei a ideia e me deixei levar. A todo momento o mistério está em quem é Texel e o que ela quer com Jeremy, qual a importância das histórias que ela conta e se elas são reais ou apenas metáforas.
O roteiro e a direção segura de Kike Maillo conseguem manter essas questões vivas ao tomar a decisão inteligente de deixar Texel no protagonismo, usando Jeremy como escada para impulsionar seus relatos.
Thomas Kot tem uma atuação aceitável como Jeremy, mas, em meio ao tamanho da atuação de Athena Strater, ele acaba desaparecendo e é aí que está o grande problema do roteiro, pois a história precisa muito dele para tecer sua lógica e quando o protagonismo é trocado, perdemos abruptamente a intensidade do que nos é contado. É quase como se fosse outro filme e este segundo fosse raso e recheado de clichês.
Tudo que foi criado para causar curiosidade na primeira parte é jogado pelo ralo com respostas fáceis e um final bem anticlimático. Falando nele, pensa num final que tenta ser pretensioso e inteligente, mas só consegue ser uma grande cópia malfeita de diversas obras.
Inimiga Perfeita não chega a ser ruim, mas passa a ser muito fácil de se esquecer e poderia muito bem passar na Sessão da Tarde mil vezes para tentar ser lembrado. Enfim, esse filme conseguiu nos trazer grandes perguntas mas falhou ao nos dar pequenas respostas.
Nada demais . Dá pra assistir numa boa