All of Us Are Dead
Original:All of Us Are Dead
Ano:2022•País:Coréia do Sul Direção:J.Q. Lee, Kim Nam-Soo Roteiro:Seong-il Cheon Produção: Elenco:Ji-hu Park, Chan-Young Yoon, Yi-Hyun Cho, Park Solomon, In-soo Yoo, Jeon Bae-soo, Byeong-cheol Kim, Victoria Grace, Lisa Yamada, Sanyee Yuan |
Em 2021 uma série virou febre imediata no Brasil tomando tanta proporção que conseguiu estourar a sua bolha, tornando-se parte da própria cultura popular com roupas, objetos e cenas transpostas a nossa realidade. Quem nunca ouviu a famosa frase “Batatinha frita 1, 2, 3” ou viu um meme da famosa boneca gigante? Essa série, chamada Round 6, se tornou uma das mais assistidas na plataforma de streaming Netflix e conseguiu um feito ainda mais importante, o de abrir espaço para as narrativas coreanas para o grande público, que antes era praticamente restrito aos fãs de dorama (produções de romance e drama de países orientais).
Eis então que, nesse ano, temos mais uma série que vem da mesma região e conseguiu à sua maneira captar boa parte do público. All of Us Are Dead ou Todos Nós Estamos Mortos, numa tradução literal, nos apresenta uma história de epidemia zumbi, contida de imediato em uma escola de Ensino Médio e que mostra o drama de alguns sobreviventes no local. Mesmo sendo de um outro estilo narrativo, alguns pontos convergem para um resultado comum que é o de um roteiro bem feito, personagens bem trabalhados e cenas de tensão bem construídas.
Na escola Lee Byeong-chan conhecemos diversos personagens e algumas problemáticas graves como bullying e assédio sexual, apresentados logo de imediato e nos mostrando o tom mais pesado do que virá. Quando uma das alunas entra sozinha no laboratório de ciências de um professor meio perturbado e é mordida por um rato bem nervoso, já imaginamos qual caminho irá seguir a trama. Só não é possível imaginar como será esse desdobramento, pois a cada episódio um novo elemento é inserido e vemos diversas histórias sendo contadas numa colcha de retalhos que faz sentido e fica muito coesa.
Há o romance platônico entre Nam On-jo (Park Ji-hoo) e Lee Cheong-san (Chan- Young Yoon) e outros dramas paralelos que sempre vemos em séries com adolescentes, mas aqui nada é mais do mesmo, pois teremos zumbis que não são apáticos e se movimentam rapidamente (lembrando muito os mortos-vivos do filme Madrugada dos Mortos), pais de alunos que ao buscar salvar seus filhos se colocam em risco e a questão governamental com temas como lei marcial e resgate ou não de sobreviventes sobre o risco de espalhar o vírus para o mundo. O que torna essa história de quase doze horas tão atraente é o modo como conseguimos ver tantos personagens sem ter uma perda de qualidade nas tramas. Mesmo aqueles que claramente se mostram no roteiro apenas para morrer em algum momento têm sua importância e nada é em excesso.
Há uma parte que achei brilhante que ocorre no momento em que um grupo de alunos encurralados tem que solucionar o problema prático do local onde eles podem usar como banheiro. É uma coisa tão simplista, mas ao mesmo tempo tão inteligente que deixa o texto verossímil, assim como no momento que conhecemos um personagem que é youtuber e resolve sair de sua cidade segura, apenas para gravar os zumbis em uma live. São coisas que causam uma ligação com quem está vendo e aproximam a ficção do nosso dia a dia.
Fazendo um adendo, toda essa questão de ter inúmeros personagens e núcleos enfrentando um problema incomum me lembrou muito Battle Royale, que é um dos grandes referenciais do gênero do suspense que tanto conhecemos hoje em filmes como Jogos Vorazes e Cubo. Aqui e em todos os casos citados, percebemos que tem muita história boa a ser contada no suspense e no terror oriental e que excesso de personagens, quando bem trabalhado, pode ser sinônimo de tensão e qualidade.
Série mediana. Achei um exagero a quantidade de episódios .
A série é bem legal, agora 5 estrelas é super valorizar, exagero total.
“sem ter uma perca” me doeu kkkkkkkkkkkkk