Seven to Eternity vol. 1: O Deus dos Sussurros (2020)

4.9
(8)
Seven to Eternity vol. 1: O Deus dos Sussurros
Original:Seven to Eternity vol. 1: The God of Whispers
Ano:2020•País:EUA
Páginas:128• Autor:Rick Remender, Jerome Opeña, Matt Hollingsworth•Editora: DarkSide Books

Famoso por trabalhar em diversos títulos da Marvel, como por exemplo X-Force, Capitão América e Vingadores, Rick Remender começou a produzir quadrinhos autorais a partir de 2013, virando um dos principais nomes do meio. Entre suas obras, podemos citar Tokyo Ghoul – publicada também pela DarkSide Books no Brasil -, Black Science, LOW e Deadly Class. Em 2017, atuou como produtor e showrunner dos Irmãos Russo na adaptação de Deadly Class, porém, a série durou apenas uma temporada.

Em Seven to Eternity, Remender nos apresenta um mundo distópico que mescla diversos elementos diferentes. Temos boas doses de fantasia, ficção científica e até mesmo uma pitada de western.

Zhal é uma terra desolada onde praticamente todos os seus habitantes são psiquicamente interligados a Garlis, o impiedoso soberano conhecido como Deus dos Sussurros. Após acabar com os Mosaks, antigos protetores de Zhal, e incumbir medo, desconfiança e paranoia na sociedade restante, Garlis faz uma proposta: Qual seu maior desejo, aquele que faria você abrir mão de sua mente, vontades, livre arbítrio? Aceite e faça parte do Novo Mundo, recuse e será desprezado e perseguido até o fim de sua vida.

Entre os poucos resistentes a tal proposta está a família Osidis, vivendo exilados, desprezados e com poucos recursos. Graças a essa resistência, o patriarca é assassinado, sendo agora missão de Adam partir em uma longa jornada para vingar seu pai, redimir o nome da família e romper o elo psíquico do Deus dos Sussurros com os habitantes de Zhal.

Nesse primeiro volume temos o panorama geral de uma nova ordem criada, sendo as relações entre personagens inicialmente nebulosas e pouco aprofundadas. São muitas informações juntas e incompletas, o que deixa a narrativa um tanto confusa. Remender faz isso de forma proposital, e mais à frente as coisas começam a tomar um pouco mais de forma.

Seven to Eternity não é mais uma fantasia cheia de batalhas épicas e magia, não é sobre um personagem intrinsicamente bom contra outro intrinsicamente mau. Há diversas nuances em seus personagens, tantas camadas de conflitos, ressentimentos e sofrimento criam uma complexidade que nos faz questionar os motivos por trás de cada decisão tomada. Todos são corruptíveis de algum modo, e isso fica claro a cada página virada.

O grande destaque da obra é a arte de Jerome Opeña (já conhecido de Remender, trabalharam juntos em X-Force), que cria cenários e personagens bem diversificados, além de cenas de ação dinâmicas e violência explícita. As cores utilizadas por Matt Hollingsworth casam muito bem com a arte, fazendo com que as paisagens sejam de encher os olhos e de acordo com o momento, sendo quentes e vivas em momentos de tensão ou frias quando necessárias, dando um ar que remete ao cyberpunk algumas vezes. O contraste de criaturas, sendo algumas belas e místicas enquanto outras são deformadas e macabras, também é algo que chama a atenção.

Rick Remender cria em Seven to Eternity um cenário apocalíptico que deve agradar tanto fãs de fantasia quanto de ficção científica. O primeiro volume deixa muita coisa sem explicação, e encerra com uma leve reviravolta que deve desencadear eventos interessantes, para dizer o mínimo, em sua sequência.

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Louise Minski

Um experimento de Schrödinger entediado.

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