4.6
(5)

O Lobo Viking
Original:Vikingulven
Ano:2022•País:Noruega
Direção:Stig Svendsen
Roteiro:Stig Svendsen, Espen Aukan
Produção:Ellen Alveberg, John M. Jacobsen
Elenco:Liv Mjönes, Elli Rhiannon Müller Osborne, Arthur Hakalahti, Kasper Antonsen, Marius Lien, Sjur Vatne Brean, Ívar Örn Sverrisson, Pål Anders Nordvi

Os estudos que traçam uma origem para o Mito do Lobisomem passeiam pela Antiga Mesopotâmia através da Epopeia de Gilgamesh, escrita em língua acadiana, e também pela Grécia Antiga, com a lenda de Lycaon. Mas, também há vestígios de seu ponto de partida no folclore nórdico com A Saga dos Volsungos e na mitologia viking envolvendo guerreiros que se consideravam lobos. Assim, é passível que cause estranheza que O Lobo Viking seja a primeira produção norueguesa a abordar a licantropia, da mesma forma que a qualidade do que se apresenta: trata-se de uma produção americanizada, envolta em referências e clichês, e com efeitos especiais em um CGI de fazer doer os olhos.

Até tem um começo curioso ao mostrar a descoberta do primeiro lobisomem através de explorações vikings e como ele chegou à Noruega. Depois o filme salta para a atualidade, apresentando a jovem Thale Berg (Elli Rhiannon Müller Osbourne) mudando de ares para a cidade de Nybø após a morte do pai, fato que desestruturou a relação com a mãe Liv (Liv Mjönes), que acaba de assumir uma vaga como polícia local, e o padrasto Arthur (Vidar Magnussen), poupando apenas a irmã deficiente auditiva Jenny (Mia Fosshaug Laubacher). Como toda adolescente que busca chamar a atenção, Thale rouba cerveja da mãe e sai para uma noite de curtição com outros jovens, especialmente seu interesse amoroso Jonas (Sjur Vatne Brean), apenas para testemunhar o momento que o rapaz e uma garota são atacados por alguma criatura obscura, e, ao tentar ajudá-los, ela sofre um ferimento contagioso.

Com as análises entendendo que se trata do ataque de um lobo, com as evidências de um experiente caçador e também do jovem veterinário, forma-se um mutirão para encontrar a fera, resultando em mais uma aparição da criatura, abatida por uma providencial bala de prata. Enquanto a polícia ainda tenta aceitar que se trata de um lobisomem, Thale passa a ser aterrorizada por alucinações em que enxerga a garota morta (referência ao que experimentara David Naughton em Um Lobisomem Americano em Londres), além de diferenças nos sentidos, como o olfato mais aguçado. Tais mudanças se confundem com o próprio amadurecimento da garota, mostrando um diálogo também com o ótimo Possuída.

Dirigido por Stig Svendsen, a partir de um roteiro dele próprio em co-autoria com Espen Aukan, O Lobo Viking não vai além dessa colcha de retalhos. Traz algumas sequências sangrentas quando o horror percorre a linha de um ônibus intermunicipal e chega até o centro da cidade, e cria diversos momentos de tensão na relação da garota transformada com a irmã Jenny, mas é muito pouco pelo que se espera do “primeiro filme de lobisomem da Noruega“. Deve-se enaltecer a fotografia e atuações, e principalmente o ritmo, sem perder muito tempo em um processo gradual de transformação. E esta acontece sem a mesma dedicação que o clássico de 1981 para depois desandar em efeitos de um lobo artificial.

Lançado há pouco tempo na Netflix, O Lobo Viking transborda referências e se esquiva de qualquer originalidade. É uma pena porque poderia render uma obra visualmente curiosa pela mescla com a mitologia viking.

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