Sharper – Uma Vida de Trapaças (2023)

2.3
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Sharper - Uma Vida de Trapaças
Original:Sharper
Ano:2023•País:EUA
Direção:Benjamin Caron
Roteiro:Brian Gatewood, Alessandro Tanaka
Produção:Erik Feig, Bart Freundlich, Brian Gatewood, Julianne Moore, Jessica Switch, Alessandro Tanaka
Elenco:Julianne Moore, Sebastian Stan, Justice Smith, Briana Middleton, John Lithgow, Darren Goldstein, Phillip Johnson Richardson, Kerry Flanagan, David Pittu, Tom White, Quincy Dunn-Baker

A Apple TV geralmente tem um grau elevado de qualidade em seus produtos, tanto que sua estratégia se baseia em uma quantidade pequena de produções próprias, na maioria das vezes com condições de talento e inventividade que não se encontra comumente em seus pares.

No entanto, Sharper (vamos desconsiderar o grotesco subtítulo em português) é a exceção dessa regra. Parece que esse roteiro ficou algum tempo rodando entre os estúdios se achando a última bolacha do pacote… Quem dera! O roteiro é o ponto mais fraco do filme, tentando surpreender o espectador a cada tomada e, convenhamos, falhando nesse intento. Além disso, o plot twist final chega a ser ridículo e também não muito difícil de adivinhar. Este é aquele tipo de filme que se pretende ser “esperto”, mas é possível antever cada passo de seus personagens.

O thriller de golpe teve seu auge com Um Golpe à Italiana (1969) e Golpe de Mestre (1974), foi reciclado com competência pelo dramaturgo David Mamet em Jogo de Emoções (1987) e levado a um enervante status em Joias Brutas (2019), onde Adam Sandler provou ser um bom ator. Em tom de comédia, há um sem número de filmes bem mais competentes que Sharper, desde o divertidíssimo Os Safados (1988) até o mais recente Golpe Duplo (2015), com Will Smith e Margot Robbie.

O enredo começa com Tom (Justice Smith), um simples livreiro de Nova York, que se envolve com Sandra (Briana Middleton) e vê a possibilidade de construir um futuro com a garota, até pelo menos a página 20 do roteiro, quando entram em cena golpes, traições, ganância etc. Julianne Moore e Sebastian Stan nunca estiveram tão ruins e John Lithgow, infelizmente, aparece pouco como coadjuvante de luxo.

A direção de Benjamim Caron tenta dar um pouco de charme ao que se vê na tela, a trilha sonora chama a atenção e Briana Middleton se sobressai aos demais atores, mas ainda é muito pouco perto do esperado para um suspense neo-noir em razão dos talentos envolvidos, principalmente se levarmos em consideração que esta é uma produção conjunta da Apple com a A24, produtora queridinha de 10 entre 10 críticos e que realmente vem se sobressaindo nesse métier.

Bem, caro leitor, caso não esteja acostumado com “filmes de golpe”, pode até gostar de Sharper e se surpreender. Contudo, se você já é um cinéfilo desse tipo de thriller e assistiu algumas produções clássicas do gênero, não perca tempo. O enganado será você…

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

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