Os Monstros do Planeta Hidra (1966)

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Os Monstros do Planeta Hidra
Original:2+5: Missione Hydra
Ano:1966•País:Itália
Direção:Pietro Francisci
Roteiro:Pietro Francisci, Fernando Paolo Girolami
Produção:Aldo Calamara, Ermanno Curti
Elenco:Leonora Ruffo, Mario Novelli, Roland Lesaffre, Kirk Morris, Mirella Pamphili, Gordon Mitchell, Renato Montalbano

“Uma noite, durante a última parte do século XX, em um pequeno planeta chamado Terra, o terceiro depois do Sol, num sistema solar da Via Láctea, um fato estranho ocorreu na ilha de Sardenha. Este evento alteraria a vida de todos os seres vivos no planeta.”

Uma vantagem que o fã apreciador do cinema antigo de horror e ficção científica certamente tem nesses tempos modernos é a disponibilidade de assistir filmes menos conhecidos gratuitamente na internet, através da plataforma de vídeos online “Youtube”. E ainda com a vantagem adicional de muitos deles em versões originais com opções de legendas em português.

Esse é o caso da FC bagaceira italiana Os Monstros do Planeta Hidra (2+5: Missione Hydra, 1966), dirigida por Pietro Francisci e que também é conhecida pelos títulos alternativos “Star Pilot” (Estados Unidos) e “Destination: Planète Hydra” (França).

Antes da popularização da internet, filmes como esse eram considerados raros e de difícil acesso, produzidos numa época sem o auxílio da computação gráfica para criar os monstros, naves espaciais e cenários futuristas, obrigando seus realizadores a driblar as dificuldades orçamentárias e falta de recursos tecnológicos com efeitos práticos bagaceiros e divertidos, com atores vestindo fantasias exageradas e o uso de maquetes e miniaturas.

Alienígenas humanoides vindos da constelação de Hydra pousam sua nave espacial na ilha de Sardenha, na Itália, para investigar o perigo do uso de energia nuclear com bombas atômicas de grande poder de destruição em massa na Terra. A missão dos extraterrestres é liderada pela Capitã Kaena (Leonora Ruffo), auxiliada pelos tripulantes Belsy (Kirk Morris) e Artie (Alfio Caltabiano).

Após a ocorrência de um terremoto no local do pouso, o foguete de outro mundo é soterrado numa fenda e, para ajudar nos reparos necessários para a decolagem e saída do planeta, os alienígenas raptam um grupo de humanos formado, entre outros, pelo renomado cientista Prof. Solmi (Roland Lesaffre) e sua jovem filha Luisa (Leontine Snell), personagem de exploração, sempre com maquiagem carregada e roupas curtas, além dos jovens engenheiros Dr. Paolo Bardi (Anthony Freeman, pseudônimo de Mario Novelli) e Dr. Morelli (Nando Angelini). Completam ainda o time uma dupla de espiões orientais, interessados na tecnologia do foguete.

Após conseguirem sair da Terra, eles enfrentam uma série de problemas no espaço, precisando de novos reparos no meio do cosmos. Além de riscos de acidente numa colisão com um planeta desconhecido, eles ainda enfrentam um ataque de uma tribo de monstros selvagens parecidos com símios e encontram uma nave fantasma terrestre perdida vagando sem rumo pelo espaço. Para completar, se deparam com uma grande surpresa na chegada na constelação de Hydra.

Os Monstros do Planeta Hidra é uma diversão descompromissada no estilo daqueles filmes antigos de FC e aventura espacial que eram exibidos na antiga “Sessão da Tarde” da TV Globo, uma época saudosa da televisão aberta. Porém, não é indicado para quem procura efeitos especiais bem produzidos, com auxílio de CGI, pois o entretenimento é garantido justamente pelos efeitos práticos toscos, pelas maquetes estáticas do foguete e as miniaturas da cidade alienígena, além dos atores fantasiados de monstros parecidos com macacos e simulando robôs ridículos e que deveriam ser ameaçadores em vez de risíveis.

A história é exagerada em situações inverossímeis e escapistas, com pouca criatividade no trabalho de roteiro e para não gerar muitas dificuldades para a equipe de produção.

Entre as diversas cenas de pura tosquice, um destaque vai para o momento em que um reparo do foguete alienígena, com a troca de uma antena no meio do espaço, permite a revelação de um balão inflável simulando a nave. E não faltam as tradicionais luzes piscando e painéis cheios de manípulos e botões do interior do foguete, tudo devidamente operado pelos personagens sérios e concentrados na tarefa de pilotagem.

Entre as curiosidades, o filme tem a presença do ator americano Gordon Mitchell, de carreira extensa e participação em muitos filmes italianos variados, sobretudo no gênero “western”, numa cena rápida como Murdu, o líder dos alienígenas de Hydra, falando algumas palavras desconexas que simulam um idioma extraterrestre, com um resultado final no mínimo hilário.

Várias cenas nos interiores do foguete foram aproveitadas de outro filme bagaceiro da mesma época, mas inacabado por falta de recursos financeiros, The Doomsday Machine, e que só conseguiu ser lançado em 1976.

Outra curiosidade é que percebemos uma certa similaridade entre o pensamento tirano dos líderes do Conselho de Genética de Hydra, através da falta de liberdade imposta aos seus cidadãos quanto à escolha dos pares para a reprodução da espécie, buscando obter a raça perfeita, e o que se pretendia por exemplo, na Alemanha do período da Segunda Guerra Mundial.

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Juvenatrix

Uma criatura da noite tão antiga quanto seu próprio poder sombrio. As palavras são suas servas e sua paixão pelo Horror é a sua motivação nesse Inferno Digital.

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