![]() The Harbinger
Original:The Harbinger
Ano:2022•País:EUA Direção:Andy Mitton Roteiro:Andy Mitton Produção:Jay Dunn, Richard W. King Elenco:Emily Davis, Raymond Anthony Thomas, Gabby Beans, Stephanie Roth Haberle, Laura Heisler, Candyce Adkins, Richard W. King, Cody Braverman, Anita Moreno |
A melhor lembrança que tenho do diretor Andy Mitton é a do curioso YellowBrickRoad, um terror psicológico inspirado em um evento aterrorizante ocorrido em 1940. Depois ele realizaria o mediano We Go On, em 2016, e o bem conceituado The Witch in the Window, em 2018. Suas produções caminham como realizações independentes, feitas com recursos mínimos, mas sabendo aproveitar da atmosfera aterrorizante e da ambientação. Seu mais recente trabalho, The Harbinger, explora o medo da pandemia e do isolamento, simbolizados no envolvimento de uma entidade sobrenatural que ataca nos pesadelos, influenciando recordações e ansiedades. É a sua primeira bola fora em sua filmografia assustadora.
Em plena pandemia ocasionada pelo Covid-19, Mavis (Emily Davis) está com medo de dormir e ser esquecida. Ao ouvir seus berros no edifício, o administrador Jason (Jay Dunn) a encontra com o braço ferido devido às próprias unhas cravadas na pele servindo como meio de voltar à realidade. A garota entra em contato com a amiga Monique (Gabby Beans) em isolamento, vivendo com o pai Ronald (Raymond Anthony Thomas) e o irmão Lyle (Myles Walker), pedindo ajuda. Mesmo consciente das necessidades de afastamento e de evitar deslocamentos desnecessários, Monique vai ao local e fica sabendo sobre seu horror particular: um ser habita os pesadelos da amiga misturando-os com a realidade, até se sentir forte o suficiente para levá-la consigo, fazendo-a não ser mais lembrada.
A entidade escolheu como visual o “médico da peste“, aqueles reconhecidos pela máscara que lembrava um corvo. Ao entrar em contato com uma demonologista (Laura Heisler) por vídeo-chamada, elas descobrem que se trata de um demônio chamado “Harbinger”, que “planta sementes psicológicas” em suas vítimas e que ganha força pela crença nele. Assim que Monique ouviu o relato da amiga, passou a ser visitada pela entidade, com pesadelos que envolvem recordações da mãe falecida e situações que trazem confusões com a realidade. O único apoio que ela recebe é do garoto Edward (Cody Braverman), um vizinho moribundo do andar de cima e que atua como um fantasma no auxílio ao combate contra a assombração.
Antes de qualquer análise, é preciso distanciá-la de outra produção homônima lançada em 2022, dirigida por Will Klipstine. O de Milton é moldado em uma ideia curiosa, ainda que a realização deixe a desejar. Nota-se que muito da trama se arrasta em situações que não levam a lugar algum, como a conversa familiar de Monique contando lembranças ou todo o momento de descontração entre Mavis e Monique assim que se encontram, deixando de lado a real motivação de sua visita para momentos antes de dormir. Alguns cortes aqui e ali e a transformação de seu conteúdo em um média-metragem talvez já fossem suficientes para abraçar mais intensamente o roteiro.

Lidando apenas com uma boa ideia, mas sem a mesma força narrativa de seus trabalhos anteriores, The Harbinger se mostra pouco eficiente e bastante sonolento – e, para ampliar o trocadilho ingrato -, sendo facilmente esquecível. Agora é aguardar para que o cineasta consiga retornar ao caminho dos tijolos amarelos que pavimentou os passos iniciais de sua filmografia.

























