Desaparecida (2023)

3.8
(6)

Desaparecida
Original:Missing
Ano:2023•País:EUA
Direção:Nicholas D. Johnson, Will Merrick
Roteiro:Sev Ohanian, Aneesh Chaganty, Nicholas D. Johnson, Will Merrick
Produção:Sev Ohanian, Aneesh Chaganty, Natalie Qasabian, Congyu E
Elenco:Storm Reid, Nia Long, Joaquim de Almeida, Ken Leung, Amy Landecker, Megan Suri, Tim Griffin

Em 2018, fomos apresentados ao competente Buscando…, longa que faz uso da estrutura screenlife para mostrar a saga de David Kim (John Cho) em busca de sua filha Margot. Se ambientar toda a estrutura narrativa atrás de uma tela virtual não é lá nenhuma novidade no cinema, o filme de Aneesh Chaganty foi muito elogiado por apresentar um thriller eletrizante inteiramente através de uma tela de notebook, utilizando dos mais variados recursos digitais, do Windows XP ao Mac OS. Quase cinco anos depois, chega às telonas Desaparecida, que se passa no mesmo universo do filme anterior (apesar de não ser exatamente uma continuação direta). Nicholas D. Johnson e Will Merrick, responsáveis pela edição na produção de 2018, assumem a direção, enquanto Aneesh Chaganty também retorna, só que dessa vez encarregado do roteiro, juntamente com Sev Ohanian.

Desaparecida segue a mesma fórmula de seu antecessor, com uma apresentação rápida da estrutura familiar em questão através de vídeos na tela do notebook. Após uma abertura emocional, vemos a jovem June (Storm Reid) assistindo uma série da Netflix, em que é retratado de forma ficcional o caso do filme anterior (ou seja, nesse universo, o caso de David Kim é uma história real adaptada para a Netflix). O relacionamento de June com sua mãe, Grace (Nia Long), não é dos melhores, o que faz com que a adolescente esteja frequentemente trancada no quarto em frente às telas. Porém, quando Grace desaparece em uma viagem para a Colômbia com o namorado, June terá que utilizar todos os artifícios digitais imagináveis para descobrir o paradeiro – e a identidade – de sua mãe.

Um dos grandes acertos de Desaparecida é manter a estrutura narrativa de seu antecessor sem parecer mais do mesmo. Evidentemente que a fórmula “desaparecimento – choque – plot twist – conclusão” é um tanto quanto previsível, mas o roteiro e a direção aqui são muito eficientes em contar uma nova história, com novos recursos (como o aplicativo TaskRabbit e sua versão colombiana), sem que fique a sensação de “já vi isso antes”. Outra surpresa positiva é a sensação de perigo iminente para todos os envolvidos: se em Buscando…, o enredo se preocupa basicamente em descobrir o que se passa com a jovem Margot Kim, aqui temos a sensação de que ninguém está a salvo, remetendo diretamente aos bons The Den e Amizade Desfeita.

O excesso de recursos é algo que incomoda um pouco em Desaparecida. Tudo bem que June é uma jovem da geração Z e espera-se que tenha certa familiaridade com recursos digitais, mas é necessária muita boa vontade para comprar a ideia de que ela invada contas, rastreie aplicativos e descriptografe conversas com tanta facilidade. Isso sem mencionar quando ela consegue praticamente um detetive particular na Colômbia por oito dólares a hora.

Apesar de necessitar de uma boa dose de suspensão de descrença quanto aos exageros do roteiro, Desaparecida se mostra um suspense competente, que prende o espectador na cadeira. Como não apresenta grandes inovações em relação à estrutura narrativa, acaba sendo um pouco previsível para quem assistiu ao filme anterior. Mas se você curtiu Buscando…, definitivamente irá se divertir aqui.

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Ciro Oliveira

Médico por opção, palmeirense por emoção e amante de slashers por vocação. Foi introduzido ao cinema de horror sendo assombrado pelo boneco Chucky na infância, e se apaixonou pelo gênero após descobrir todas as identidades de Ghostface. Acredita que não há nada melhor para relaxar do que assistir universitários sendo eviscerados por um mascarado velocista.

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