4.3
(4)

O Nascimento do Mal
Original:Bed Rest
Ano:2022•País:EUA
Direção:Lori Evans Taylor
Roteiro:Lori Evans Taylor
Produção:Melissa Barrera, Lori Evans Taylor, Paul Neinstein, William Sherak
Elenco:Melissa Barrera, Guy Burnet, Edie Inksetter, Sebastian Billingsley-Rodriguez, Erik Athavale, Kristen Sawatzky, Koen Schneiderat, Paul Essiembre, Marina Stephenson Kerr, Diana Botelho-Urbanski, Kristen Harris, Stephanie Sy

Um jovem casal se muda para uma belíssima casa à beira de um lago. Julie, a esposa, está nos estágios finais de sua gravidez e o marido Daniel (Guy Burnet) está cuidando da reforma do local. Tudo parece promissor numa nova vida para o casal, mas Julie começa a ver coisas estranhas na casa. E. em uma delas, ela sofre um acidente com deslocamento de placenta e precisa ficar de repouso total até a data prevista para o parto para evitar problemas na gestação.

E é aí que começa a perceber mais coisas estranhas acontecendo na casa, como barulhos e aparições recorrentes de um garoto misterioso. Mas descobrimos que Julie já perdeu um filho, morto durante o parto, e teve um episódio grave de dissociação, tendo alucinações que a conduziram a uma clínica psiquiátrica. Por conta disso, seu marido e outras pessoas ao redor começam a desconfiar das afirmações da jovem futura mãe, que pode estar tendo uma recaída.

O filme então se propõe a desenrolar a trama entre o clássico de casa assombrada e terror psicológico, levantando a suspeita sobre o que está acontecendo ou não, se há uma assombração na casa ou se tudo é uma série de alucinações causadas pela condição da protagonista.

O Nascimento do Mal tem alguns problemas, começando pela escolha do nome nacional, que pode dar a entender que algo maligno está por vir, o que não acontece. Não tem nada de malévolo no bebê ou em sua mãe; trata-se de uma história de assombração (ou de terror psicológico). Até mesmo o título original, “Bed Rest” (que seria algo como “repouso”), faz pouco para indicar sobre o que se trata, apenas que acontece algo durante um período de repouso médico da protagonista.

Outro problema é que Lori Evans Taylor, estreando como diretora (e que também assina o roteiro), parece não se decidir muito no rumo dado ao filme, que alterna entre uma história dramática e um longa de terror em movimentos pendulares. E mesmo em seus momentos alternados, não avança ou se confirma em nenhum dos casos. É uma produção bonita, bem filmada, com atuações competentes, boas sequências e alguns sustinhos, mas apenas isso. Tudo parece estar faltando um pouco mais para ser bom, mas não consegue realmente chegar onde deveria.

O roteiro é simples em praticamente todos os aspectos, servindo para tocar a história até onde a diretora roteirista quer, sendo bem rápido e raso em alguns pontos, com explicações simples demais, sem elementos para que o espectador sequer fique na dúvida em alguns momentos. É mostrado que a protagonista, interpretada com algum esforço por Melissa Barrera (de Pânico 6), trabalha com restauração de antiguidades, mas isso é só para se ter uma cena que se pretendia ser tensa lá pro final do filme, onde ela limpa um bracelete que foi descoberto, para encontrar as iniciais da pessoa que morava naquela casa, mas isso depois de semanas que ela já estava usando o tal bracelete, o que não faz muito sentido.

A utilização de elementos para criar o clima de medo e de estranheza não são bem aplicadas e qualquer pessoa que tenha ouvido falar em um filme de casa assombrada consegue prever o resultado de algumas cenas a quilômetros de distância, e mesmo esse resultado não chega a ser lá grande coisa. Os sustos são simples e mesmo o encaminhamento que deveria ser “enganador” da trama de assombração não consegue enganar ninguém. Tudo parece ser apenas “ok”, estar no filme apenas para a coisa acontecer, sem mais, nem menos. É pra ter susto com o gato, o casal tem um gato. A casa é imensa, mas só são mostradas a entrada, o quarto onde ela tem que ficar de repouso e o banheiro (porque algo acontece lá), numa “economia” de elementos mostrados que empobrece (sem justificativa) a experiência.

Não chega a ser um filme totalmente ruim, mas também não é bom, e nem chega a ser um que você lembra pelas partes mal feitas ou pelas partes ótimas. Ele só é. E o pior crime de O Nascimento do Mal é justamente o final, que mostra exatamente a questão de indecisão de que história está sendo contada. Se fosse mantido o final original, do roteiro original, talvez fosse um filme bacaninha de assombração, mas do jeito que ficou, é apenas mais um de um subgênero já saturado.

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