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O Alfaiate do Panamá
Original:The Tailor of Panama
Ano:2001•País:EUA, Irlanda
Direção:John Boorman
Roteiro:John Boorman, John le Carré, Andrew Davies
Produção:John Boorman
Elenco:Pierce Brosnan, Geoffrey Rush, Jamie Lee Curtis, Leonor Varela, Brendan Gleeson, Harold Pinter, Catherine McCormack, Daniel Radcliffe, David Hayman, Mark Margolis

Estreou na HBO Max um dos ótimos filmes baseados em livro de John Le Carré. Quem leu minha crítica sobre a série Slow Horses (que está na Apple TV e já tem uma terceira temporada engatilhada) sabe da minha admiração pelo famoso escritor, que aqui atua também como roteirista adaptando sua própria criação.

O Alfaiate do Panamá trata-se da história de um agente britânico caído em desgraça que, como punição, é enviado para a embaixada britânica no Panamá. Contudo, querendo mostrar serviço e também se aproveitar da situação, recruta um famoso alfaiate que tem acesso a todos os homens importantes do país para espioná-los e obter seus segredos.

Pierce Brosnan interpreta com malícia o agente Andy Osnard, num tom completamente diferente de seu 007. Charmoso, aproveitador e sem nenhum escrúpulo, seu personagem é o oposto do alfaiate interpretado por Geoffrey Rush, que, apesar de seu passado obscuro, tenta manter um mínimo de dignidade num cenário pós ditadura de Daniel Ortega.

O filme é um biscoito fino, um suspense de espionagem com nuances políticas, nada enfadonho, muito bem interpretado pela dupla central com a ajuda inestimável dos coadjuvantes Brendan Gleeson e Jamie Lee Curtis, cuja tensão sexual com Brosnan é bem aproveitada em dois momentos pela direção do grande John Boorman.

John Boorman é um diretor inglês que tem excelentes trabalhos, como Inferno no Pacífico (1968), Excalibur (1981) e Floresta das Esmeraldas (1985). Desses três, meu preferido é Inferno no Pacífico, em que um piloto americano e um japonês caem numa ilha deserta durante a segunda guerra mundial, cuja premissa também foi adaptada como ficção científica em Inimigo Meu (1985). Entretanto, ele sempre será reconhecido pelo insuportável exercício de tensão em Amargo Pesadelo (1972), onde quatro amigos (Jon Voight e Burt Reynolds entre eles) vão fazer uma descida de canoa por um rio e encontrarão os nada amistosos moradores da região.

Enxuto, este é aquele tipo de filme que não tem gordura, não há cena que não esteja dentro do contexto e que não harmonize com a boa história que está sendo contada.

Curiosidade: Daniel Radcliffe, antes de estourar com Harry Potter, interpreta o filho de Geoffrey Rush em algumas cenas do longa.

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