Slow Horses – 1ª e 2ª Temporadas (2022)

3.7
(3)

Slow Horses - 1ª e 2ª Temporadas
Original:Slow Horses - Season One and Two
Ano:2022•País:EUA, UK
Direção:James Hawes, Jeremy Lovering
Roteiro:Morwenna Banks, Mark Denton, Mick Herron, Will Smith, Jonny Stockwood
Produção:Nicky Earnshaw
Elenco:Gary Oldman, Jack Lowden, Kristin Scott Thomas, Saskia Reeves, Chris Reilly, Rosalind Eleazar, Christopher Chung, Aimee-Ffion Edwards, Kadiff Kirwan, Dustin Demri-Burns

Espiões do MI5 caídos em desgraça (esquecer um documento sigiloso no trem, que é divulgado pela imprensa, é o mais singelo dos tropeços dessa turma) são transferidos para atuar na Slough House, onde são encostados (esse é o termo mesmo…) como os agentes não mais bem vistos pela Central. Nesse ambiente bem pouco desafiador, eles passam o tempo fazendo trabalhos secundários comandados pelo irascível Jackson Lamb, também um agente que já teve seus dias de glória, mas hoje não quer ter nenhum problema que estrague a pasmaceira do seu dia. Esse time nada convencional voltará a campo em importantes missões por conta de um sequestro (na primeira temporada) e a morte de um agente aposentado (na segunda temporada).

Pouco visto e comentado, Slow Horses poderia ser um drama ou até uma comédia rasgada, mas na realidade, essa série disponível na Apple TV é um suspense de espionagem que, imagino, faria o mestre John Le Carré se deliciar com o resultado.

As tramas (baseadas em romances de Mick Herron) são bem urdidas, com mudanças de rumo cadenciadas e ganchos interessantes, além dos diálogos bem escritos, com a tradicional fleuma britânica. A citação no parágrafo anterior a John Le Carré não foi em vão: os fãs do escritor especializado em laboriosas tramas de espionagem vão se identificar com as situações e personagens, num universo que foi extremamente bem explorado em seus muitos livros e que foi transformado em algumas pérolas cinematográficas como O Espião que Saiu do Frio (1965), A Casa da Rússia (1990), O Alfaiate do Panamá (2001) e O Espião que Sabia Demais (2011).

Vale aqui uma menção ao excelente trabalho do grande Gary Oldman. Num elenco onde as atuações são superlativas, o trabalho do ator se destaca como Jackson Lamb, conseguindo nos fazer ter simpatia por um personagem detestável, nojento e egocêntrico. Essas camadas negativas aos poucos vão se desbotando aos olhos do espectador e, embora elas continuem lá, apreciamos e torcemos pelo personagem.

Essa característica (torcer pelos personagens) é um dos trunfos do roteiro, que dá dimensão e medida para todos sem exceção, fazendo com que o espectador genuinamente se importe com aquela gente.

As duas temporadas são igualmente boas. Na primeira temos a dinâmica dos personagens em colisão para formação do grupo ao mesmo tempo em que a trama avança. Já na segunda, com as cartas na mesa, a trama é mais fluída e agitada, com a maioria dos personagens voltando ao batente com algumas novas aquisições ao time.

Pacote completo: trama de espionagem de primeira, embalado com suspense e o fino humor inglês… difícil alguém se aborrecer. Vale conferir!

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

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