4.5
(4)

O Demônio dos Mares
Original:The Black Demon
Ano:2023•País:México, EUA, República Dominicana
Direção:Adrian Grunberg
Roteiro:Boise Esquerra, Carlos Cisco
Produção:Javier Chapa, Jon Silk
Elenco:Omar Chaparro, Bolivar Sanchez, Carlos Solórzano, Josh Lucas, Fernanda Urrejola, Venus Ariel, Raúl Méndez, Arturo Duvergé, Luis del Valle, Omar Patin, Héctor Jiménez Edgar FloresJulio Cesar Cedillo, Jorge A. Jimenez

A atmosfera proposta por O Demônio dos Mares, o “filme de tubarão pré-histórico“, é muito mais interessante que o predador. E é provável que o roteiro de Carlos Cisco e Boise Esquerra tenha consciência disso ao explorar um contexto místico, com enfoque religioso e ambiental, além das consequências que envolvem um lugar maldito. Todo o moralismo fomenta as expectativas do infernauta, enquanto o megalodonte pouca vezes emerge, dá suas dentadas, e se esconde nas profundezas do mar poluído. É até bem feitinho pelo que se propõe, sem exageros, com a direção afinada de Adrian Grunberg, mas talvez não seja suficiente para merecer uma recomendação.

Traz o protagonismo de um ator acostumado a atuar como vilão ou alguém desagradável. Paul (Josh Lucas, que te deu raiva em Uma Noite de Crime: A Fronteira, Poseidon, Hulk…) trabalha como inspetor de segurança de uma empresa de oleoduto, levando sua família a Baja, no México, para curtir as férias em um ambiente hostil, enquanto planeja fiscalizar uma plataforma de petróleo. Ele, sua esposa Inês (a chilena Fernanda Urrejola), a filha adolescente Audrey (Venus Ariel) e o pequeno Tommy (Carlos Solórzano) são muito mal recebidos pelos locais, para ampliar a condição de ambiente amaldiçoado, com olhares insinuantes e frios como o de El Rey (Raúl Méndez), com caracterização bad guy que inclui uma cicatriz no rosto. A cidade com poucos habitantes, aparentemente todos homens, expôe suas superstições com símbolos em reverência ao deus asteca Tialoc e a uma ameaça marítima, que tem impedido a pesca e o turismo, e é apelidada de “el demonio“.

Assim que alcança a plataforma (não se sabe como chegaram até ali sem que a criatura atacasse) e só encontra dois tripulantes, Chato (Julio Cesar Cedillo) e Junior (Jorge A. Jimenez), além do cãozinho Toro, Paul e logo mais sua família percebem que a lenda local sobre o “black demon” é real, e o pacote inclui algo mais do que participar do cardápio da fera, como alucinações e uma sensação perturbadora de claustrofobia. Mas há mais segredos que envolvem a segurança da plataforma e a razão de estarem ali, o que pode tornar a luta pela sobrevivência e as relações de convivência ainda mais complicadas.

Para quem espera a chegada de Jason Statham para enfrentar o megatubarão, pode esquecer. A criatura poderia ser substituída por um dragão ou até a Tigresa Voadora Gigante Surreal (alguém assiste Titio Avô?) que não faria a menor diferença dentro de sua proposta moralista, com o longa se agarrando a um contexto de preservação ambiental. À exceção dos exageros de um explosivo Josh Lucas (deu até soco no Bruce Banner em 2003), o elenco apresenta seus estereótipos sem ofender o espectador, e inclui a família que está ali apenas para provocar tensão. Assim, O Demônio dos Mares irá agradar uma pequena parcela do público, a que gosta de enredos atmosféricos, com toques místicos e elementos sobrenaturais, enquanto a maioria poderá não ver nada que empolgue nesse filme de tubarão gigante quase sem tubarão.

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3 Comentários

    1. Me surpreendeu de forma boa. Pelo trailer achei que seria bem ruim, mas criei bastante empatia pela família e pelo Chato e torci bastante pra conseguirem escapar. E o pai se lascar.
      IMO, cumpriu o que um filme tem que fazer: me entreter.

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