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O Sopro do Demônio
Original:The Wind
Ano:1986•País:EUA
Direção:Nico Mastorakis
Roteiro:Nico Mastorakis, Fred Perry
Produção:Nico Mastorakis
Elenco:Meg Foster, Wings Hauser, David McCallum, Robert Morley, Steve Railsback, Mihalis Giannatos, John Michaels

Não somente a capa do VHS, em uma bela arte oitentista, poderia enganar o infernauta incauto sobre o que filme promete entregar, mas é preciso culpar principalmente o título nacional. A imagem, associada a esse título sonoro, deve ter feito muitas pessoas alugarem a fita imaginando se tratar de uma produção sobre demônios, possessão, algo até próximo de um novo The Evil Dead. Raios azulados, uma moradia que aparenta estar em uma colina, e o olhar incômodo da protagonista – se ao invés do desenho tivesse ali uma foto mesmo da atriz Meg Foster o engano seria ainda maior – contribuem para a impressão de um terror gótico ambientado em um castelo em ruínas, além de vórtices e rituais macabros. Esqueça! The Wind (sim, o título original é só “O Vento“) é um suspense água com açúcar, que poderia passar tranquilamente na TV aberta, sem que as mães mandem as crianças dormirem mais cedo.

Lançado no Reino Unido como “The Edge of Terror“, que também não diz muito, O Sopro do Demônio traz a escritora de mistérios Sian Anderson (Foster, de Eles Vivem e As Senhoras de Salem) em busca de um refúgio para desenvolver seu próximo livro. Ela aluga uma casa na ilha grega de Monemvasia por saber que o local é praticamente uma cidade-fantasma (ou ilha-fantasma, se preferir), ambiente ideal para ter sossego e inspiração. O proprietário, Elias Appleby (Robert Morley), já a alerta sobre o vento intenso das noites, e o quanto pode ser perigoso qualquer passeio noturno. Embora acredite estar solitária, logo ela conhece o caseiro Phil (Wings Hauser, de A Maldição Da Serra Elétrica), um homem sem modos, com atitudes suspeitas.

Enquanto escreve as primeiras páginas contando exatamente sobre um assassinato, as imagens mostram o momento em que Phil assassina Elias para depois enterrá-lo em um local próximo à morada de Sian. Não fica claro se aquilo realmente aconteceu ou se foi apenas uma inspiração da autora a partir dos rostos que conhecera. De todo modo, logo após o crime e ao encontrar uma indicação do cadáver de Elias, Sian passa a ser perseguida pelo rapaz, armado com uma foice. Como ele conhece bem o vilarejo, com suas casas construídas umas sobre as outras e com diversas vielas, parece que Sian será uma presa fácil para suas ações insanas, ou talvez ela saiba como lidar com criminosos com a experiência adquirida com seus escritos.

Menos de quarenta minutos de projeção, e Sian já estará tentando encontrar meios de enfrentar o inimigo. Mas será que o roteiro de Fred Perry, a partir de um argumento do próprio diretor Nico Mastorakis, terá fôlego para mostrar a resistência da protagonista? Para tal, ela irá interagir direta ou indiretamente com John (David McCallum, de Mistério no Bosque), o rapaz rico com quem ela dividira a noite anterior à viagem; o ajudante policial Kesner (Steve Railsback, de Força Sinistra e Ed Gein) e a esposa de Elias (Dina Giannakou). Além de contar com alguma ajuda, Sian precisará se defender sozinha, tanto do assassino quanto dos ventos intensos que circundam a ilha, longe de serem sopros demoníacos.

O ponto alto de O Sopro do Demônio é a já mencionada ambientação. Para tornar a atmosfera adequada para a construção do terror, os ventos fortes se unem à noite escura e às névoas, contribuindo para o terror da protagonista. O roteiro também cria situações intensas de perseguição, e corpos que surgem em momentos oportunos e até mesmo um velho espantalho ampliam a insegurança da escritora. Conta com a ótima atuação de Meg Foster, que tenta não emular as final girls dos slashers, mostrando medo e inteligência na mesma proporção.

Para os que estiverem em busca de ventos realmente associados com demônios, a dica é a trasheira-cult Vento Selvagem (Demon Wind, 1990), de Charles Philip Moore, com mais movimentação, possessão e efeitos toscos. Há também ventos sobrenaturais no “horror elevado” Terra Assombrada (The Wind, 2018), com simbolismo e ousadia. O Sopro do Demônio é apenas um thriller de perseguição e luta pela sobrevivência com Meg Foster, ilhada sob a ameaça de um psicopata fugido de suas inspirações.

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3 Comentários

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      Oi, Adriano! O filme recebeu duas caveiras e meia, o que significa que é mediano, razoável.

      Na crítica, comento sobre o cenário ser interessante, alguns momentos de tensão e a atuação de Meg Foster. Também falo sobre o que você pode esperar ou não da produção.

      Abs

      1. TRanquilo, Marcelo, eu não tinha prestado atenção às caveiras. abs

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