Terror no Cemitério (1965)

4.2
(5)

Terror no Cemitério
Original:5 tombe per un medium
Ano:1965•País:Itália
Direção:Massimo Pupillo
Roteiro:Roberto Natale, Romano Migliorini, Cesare Mancini, Ruth Carter, Edgar Allan Poe
Produção:Francesco Merli, Massimo Pupillo, Ralph Zucker
Elenco:Barbara Steele, Walter Brandi, Mirella Maravidi, Alfredo Rizzo, Riccardo Garrone, Ignazio DolceEnnio Balbo, Luciano Pigozzi,

Um advogado recebe por correspondência um chamado urgente solicitando a elaboração de um testamento. Ele vai até o local combinado, um antigo castelo medieval, e descobre que o proprietário, a pessoa que enviou a carta, um tal de Hauff, morreu exatamente um ano antes. A viúva e a filha do cidadão, um arremedo de cientista/ocultista do início do século passado, acabaram de chegar no castelo para passar uns dias e ficam um pouco transtornadas com a notícia trazida pelo advogado.

Como pouca assombração é bobagem, as coisas ficam ainda mais macabras quando as testemunhas do “falecimento” do tal Hauff começam a morrer uma a uma, levando o advogado a concluir que há uma trama se desenrolando por trás desses estranhos acontecimentos. Tudo muito legal.

Nos esconderijos nem tão escondidos assim do Youtube é possível encontrar esse ótimo Terror no Cemitério, uma pequena pérola do gótico italiano da década de 1960. Apesar de um trabalho que talvez seja de estreia (o diretor, Massimo Pupillo, teve três de seus quatro únicos filmes lançados em 1965), Terror no Cemitério faz bem frente a outros bons produtos da época, como A Máscara do Demônio (Antonio Margheriti, 1964), ao criar climas e conduzir um mistério aparentemente indecifrável.

A história traça caminhos ora explícitos, ora não tanto. Apesar do apelo sobrenatural descarado que a trama adota a partir de determinado ponto, fantasmas, assombrações e coisas do gênero nunca são mostrados. Ao mesmo tempo, temos mãos mumificadas se movendo, tumbas que se abrem sozinhas em meio à névoa, ideias que podem parecer exageradas, mas que ao fim, reforçam a aposta na sugestão para dizer que, não apenas fantasmas, talvez tenhamos mortos-vivos rondando o castelo. Os monstros e que tais, no entanto, ficam fora de campo, deixando o horror verdadeiro a ser protagonizado pelos vivos.

E por falar nos vivos, a musa do horror italiano Barbara Steele mais uma vez se faz presente, com uma personagem dúbia, de presença hipnótica, em um papel central, num bom desempenho mas que já vimos ela repetir em tantos outros filmes. Mas ok, faz parte.

O ponto alto aqui é o “amarrado” histórico que associa os acontecimentos do filme à epidemia de peste que tomou a Europa na idade média, foco de estudos de Hauff, e que embasa o plot sobrenatural. A doença, inclusive, se torna um ponto chave da trama, sendo através dela que a história se realiza.

Apesar de um final piegas e até meio sem sentido, Terror no Cemitério diverte e consegue arrancar alguns sorrisos (de satisfação, e não de graça), visto que o horror aqui se manifesta de muitas formas que são entrelaçadas de maneira coerente. Além disso, traz todos os elementos (muito bem arranjados, por sinal) que essa vertente do terror italiano contém e nos entregou tão bem em várias produções daquela época tão criativa: o apelo gótico, cemitérios, túmulos, traições, vinganças, assombrações, castelos, Edgar Allan Poe vibes, e é claro, Barbara Steele.

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Pedro Emmanuel

Cearense, jornalista, quase geógrafo (ainda cursando), meio praieiro e ligeiramente antissocial. Minha viagem é aprender o máximo possível sobre a vida e sobre a morte, e assim ir assimilando alguns mistérios da existência. Vivo como se fosse um detetive, mas minha mente vagueia muito. Sou fã de Star Trek, Jefferson Airplane, e do Massacre da Serra Elétrica original.

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