4.9
(38)

Dead Space
Original:Dead Space
Ano:2023•País:Canadá
Desenvolvedora:Motive Studios•Distribuidora: Electronic Arts

O remake do clássico Dead Space de 2023 é uma experiência que celebra o legado icônico do jogo original de 2008, trazendo consigo uma série de melhorias e adições que justificam plenamente sua existência. Este remake é uma verdadeira carta de amor aos fãs do gênero de terror de sobrevivência espacial e uma oportunidade de redimir a franquia após o fracasso do terceiro título e o fechamento do seu estúdio original, junto aos anos de descaso que a série sofreu nas mãos de sua publicadora.

Assim, uma das características mais marcantes do Dead Space é o retorno às raízes do horror de sobrevivência em sua forma mais visceral. O jogo consegue capturar a essência do terror espacial, evocando a mesma sensação de vulnerabilidade que o original oferecia. Os elementos básicos do jogo de 2008 estão todos presentes, mas foram aprimorados e atualizados para a geração atual de jogadores e consoles, trazendo gráficos impressionantes e uma jogabilidade muito mais fluida, ainda que a dureza dos movimentos do seu personagem siga lá.

Na trama que se manteve intacta, em 2137, o engenheiro Isaac Clarke, junto a uma equipe de monitoramento, é enviado para a USG Ishimura, uma gigantesca nave de mineração, para consertar o sistema de propulsão. No entanto, ao chegar à nave, Isaac descobre que a tripulação foi massacrada e que o lugar está infestado de necromorfos, criaturas alienígenas que se alimentam de carne humana.

Isaac logo descobre que a Ishimura foi infectada por um artefato alienígena chamado Marker, que tem a capacidade de controlar as mentes humanas e transformá-las em necromorfos. Junto aos seus companheiros que nunca demonstram ser o que parecem, ele deve então lutar pela sobrevivência enquanto tenta descobrir o que aconteceu com a Ishimura e encontrar sua mulher, Nicole, que está perdida em algum lugar da nave.

E falando em trama, uma adição notável ao remake é a inclusão de missões paralelas, que, embora não sejam essenciais para a história principal, acrescentam diversão e estendem a experiência do jogo exclusivamente singleplayer. Além disso, a narrativa recebeu um upgrade significativo, com a exploração da história da família de Isaac e aprofundamento nos personagens e vilões, tornando toda a história ainda mais intrigante e macabra.

A jogabilidade permanece fiel ao original, mantendo a ação em terceira pessoa com câmera sobre o ombro e o arsenal de armas variadas. No entanto, todas as mecânicas foram aprimoradas e novas opções de upgrade foram introduzidas. A escassez de munição, o gerenciamento de inventário e os recursos de recuperação de vida são elementos que contribuem para a tensão constante, tornando a experiência desafiadora.

O jogo também expande a experiência, tornando-a menos linear e introduzindo a possibilidade de ir e voltar pela USG Ishimura, o que adiciona profundidade e explorabilidade ao ambiente. A inteligência artificial presente no jogo é eficaz na criação de eventos aleatórios e jumpscares são muito bem-vindos nos salões escuros de aparência tão steampunk da já velha nave Ishimura, mantendo os jogadores em constante estado de alerta.

E o design de som merece elogios especiais, já que cria uma atmosfera aterrorizante e imersiva. Os sons dos monstros, juntamente com os gritos e gemidos, contribuem para uma experiência verdadeiramente assustadora. Atirar em cada necromorfo também é uma experiência nova, à medida que você pode ir destruindo camadas de pele e músculo a cada disparo, seja com a tradicional pistola, ou botando fogo em todos com um lança-chamas.

Já a direção de arte é brilhante, misturando elementos industriais macabros que parecem tão ligados ao passado, mas com uma tecnologia espacial avançada, criando um ambiente sujo e corporativo. A geração atual de gráficos eleva essa experiência a um novo patamar, com efeitos de luz e sombra aprimorados.

No que diz respeito aos pontos negativos, Dead Space Remake enfrenta desafios em relação ao fator replay, uma vez que a jogabilidade pode se tornar previsível após a conclusão inicial. Além disso, a física dos monstros mortos espalhados pelo cenário é um motivo de riso involuntário à parte, enquanto a falta de mudanças mais ousadas em relação ao game original podem ser consideradas uma falta de ousadia.

No fim das contas, o novo Dead Space é uma homenagem bem-sucedida a um clássico atemporal, oferecendo uma experiência de terror espacial renovada e intensa. Com melhorias significativas em gráficos, narrativa e jogabilidade, este jogo se destaca como um exemplo de como um remake pode revitalizar uma franquia e proporcionar uma experiência que justifica sua existência no mundo dos jogos. É um retorno mais que bem-vindo ao horror de sobrevivência espacial, que tem uma capacidade especial de assombrar apreciadores do gênero devotos a misturar ciência, espaço e pânico para hoje e sempre.

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Média da classificação 4.9 / 5. Número de votos: 38

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2 Comentários

  1. Dead Space Remake faz The Last of Us Remake parecer medíocre e desnecessário.

    Então, o que Dead Space Remake fez que The Last of Us Remake não? Vejamos:

    Desenvolveu o personagem de Isaac muito melhor.

    Permitiu-nos explorar GRATUITAMENTE a totalidade do USG Ishimura. Muito menos retrocessos e chega de níveis baseados em capítulos.

    Corrigiu erros na trama. (Como que diabos os necromorfos estavam atacando se Nicole não estava realmente lá?).

    Cenas retrabalhadas.

    Deu aos personagens secundários mais história de fundo, papéis e personalidade.

    Adicionou novas áreas e salas para explorar.

    O level design não é uma cópia e colagem do original. Foi completamente redesenhado do zero.

    Corrigidas as piores partes do original, como as seções dos canhões.

    Melhorou a travesa da gravidade adicionando botas Zero-G do Dead Space 2.

    Dead Space Remake é um dos melhores remakes que já joguei. Parabéns à EA por realmente colocar mais esforço em um remake do que Naughty Dog (não posso acreditar que realmente disse isso). Não posso dizer o mesmo de The Last of Us Parte 1. É uma remasterização preguiçosa disfarçada de remake. As acessibilidades não são suficientes para tornar a experiência nova.

  2. Pra mim esse foi o remake que Resident Evil 2 tentou ser e não conseguiu. Além de expandir significativamente o original, consertou aspectos que simplesmente não funcionavam, como o Isaac entrar mudo e sair calado, que nas sequências foi resolvido mas no original era bizarro. Com certeza a experiência definitiva do primeiro Dead Space.

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