A Maldição do Queen Mary
Original:Haunting of the Queen Mary
Ano:2023•País:EUA, UK Direção:Gary Shore Roteiro:Gary Shore, Tom Vaughan, Stephen Oliver Produção:Laurie Cook, Nicholas Ferrall, Jason Newmark, Thorsten Schumacher, Nigel Sinclair, Lars Sylvest, Brett Tomberlin Elenco:Wesley Alfvin, Elena Angelova, Tiffany Ashton, Maciej Bartoszewski, Brooke Chanel, Wil Coban, Russell Coker, Tim Downie, Chase Drews, Sophia Dunn-Walker, Alice Eve |
A história que acompanha o transatlântico Queen Mary é interessante, desde a sua construção, passando pela Segunda Guerra Mundial, sua aposentadoria até se tornar um ponto turístico de Long Beach, Califórnia. Começou a ser construído em 1930, mas só teve sua viagem inaugural seis anos depois, planejado para serviços expressos até o início da Segunda Guerra, quando passou a transportar tropas de aliados. Após a guerra, voltou a transportar passageiros até começar a apresentar desgastes em meados da década de 60. Em 31 de outubro de 1967, o navio ancorou definitivamente para abrir as portas ao turismo, com restaurante, hotel e museu. É claro que juntamente com toda a sua referência histórica, por ter abrigado celebridades e figuras notórias, existe a bagagem assustadora, principalmente depois que a revista Time, em 2008, elegeu o local como um dos dez lugares mais assombrados da América, aproveitando relatos de aparições e situações estranhas.
Dentre os causos abordados no Queen Mary há o avistamento de uma garota fantasma na piscina, além de histórias sobre um pai que teria assassinado suas duas filhas, e a suíte B-340, considerada assombrada. Com a fama maldita, criou-se os passeios “Haunted Encounters Tour” e “Ghosts and Legends“, com mais importância no mês do Halloween, ampliando sua condição aterrorizante, ainda que muitos dos relatos sejam contos criados pelo imaginário perverso. É claro que o cinema de horror iria explorar a ambientação para apresentar um enredo fantasmagórico, mas só não se imaginava que ele naufragaria em suas pretensões.
Estreou nos cinemas na quinta-feira, dia 14, o longa A Maldição do Queen Mary (Haunting of the Queen Mary, 2023), com direção de Gary Shore, do interessante Drácula: A História Nunca Contada (2014). Com roteiro de Shore e Stephen Oliver para o argumento de Oliver e Tom Vaughan, o longa acompanha duas narrativas, uma ambientada em 1938, um ano antes do navio servir à Segunda Guerra, e outra nos dias atuais. Na primeira, temos a família Ratch, composta por David (Wil Coban), sua esposa leitora de tarô Gwen (Nell Hudson) e sua filha, Jackie (Florrie Wilkinson), que sonha em ser uma estrela de cinema, a partir de seu talento com a dança, tendo em vista um produtor a bordo. Como é Halloween, todos estão de máscaras, sendo que David aproveita para esconder seu rosto deformado – um detalhe que não serve para nada.
No presente, já funcionando como ponto turístico, Anne (Alice Eve) visita o local com o filho Lukas (Lenny Rush) e pretende encontrar o marido Patrick (Joel Fry), com quem vive um casamento por um fio. Ela pretende lançar um livro sobre relatos assombrados do local, sob a visão de uma criança, além de propor um tour virtual. Coisas estranhas acontecem em ambas as épocas, sendo que as de 38 justificam as do presente. Os Ratches se infiltram em um espaço de elite local, usando o nome de outro convidado, e David tenta aproximar sua filha do empresário da indústria de cinema, sem saber que na mesma mesa está o ator e dançarino Fred Astaire (Wesley Alfvin). Na sala de máquinas, há um problema envolvendo o capitão Carradine (Jim Piddock), que não pretende diminuir a velocidade do navio para manter o selo Blue Riband, conquistado nesse mesmo ano, o que pode levar a um aquecimento dos motores.
Já o pequeno Lukas se perde do pai no tour pelo navio até conhecer uma garotinha próxima à piscina. Enquanto ele enfrenta as assombrações do passado, a mãe está buscando informações históricas com o estranho capitão Bittner (Dorian Lough). O incidente do passado, culminando em loucura e assassinato, influencia o presente, em um intercâmbio de assombrações e encontros macabros, envolto em violência e sangue em profusão. Logo Anne irá perceber que as pessoas que morrem no barco ficam permanentemente ali e que o tal capitão pode ser uma entidade do passado, ainda em suas funções de comando e guia turístico.
A Maldição do Queen Mary transborda problemas, desde sua longa e tediosa duração (duas horas de filme), até situações mal explicadas e que só deixam transparecer o quanto o diretor achava que estaria produzindo um clássico do gênero. Câmeras em pontos estratégicos, cenas carregadas de poesia e simbolismo, entram em conflito com os bons efeitos especiais e a violência exacerbada. Shore faz uso dos talentos de Florrie Wilkinson e Wesley Alfvin para promover uma sequência de dança coreografada que evidencia seus excessos pretensiosos, até porque, vale repetir, não serve para absolutamente nada.
Alguns spoilers no parágrafo abaixo
E esse preciosismo também pode ser notado pela falta de respostas, como se os roteiristas quisessem fazer de seu enredo uma história inteligente ou promover reflexões sobre existencialismo, dimensões paralelas, ação e consequência, tanto faz. Por exemplo – se souberem as respostas, deixem nos comentários -, por que Anne foi atacada pelo celular e quando resolveu enfrentar as mãos demoníacas enfiou em si mesma uma caneta, sendo que esse incidente, incluindo o ferimento, nem teve importância ou fora relatado por ela? Por que havia um senhorzinho na banheira, o mesmo que fora visto sendo retirado anteriormente do navio? Por que a destruição de uma parede afetou Bittner? Por que David tinha uma deformidade no rosto e qual a razão disso para o enredo, se ele aparece como fantasma de máscara? Lukas já estava morto antes de ir para o navio ou ele morreu no incidente na piscina? E a cena do garoto no parapeito? O que despertou a loucura de David?
Fim dos spoilers
Com uma boa produção – o fantasma do piano é um dos poucos acertos -, ainda que o enredo seja confuso e arrastado, o transatlântico Queen Mary pede a realização de um outro filme sobrenatural na mesma ambientação. Um que talvez explore apenas o trivial, assassinato e vingança, assombrações enfurecidas e claustrofobia, sem excessos, de um musical vazio. Pode servir para que o espectador conheça o navio, busque informações sobre sua trajetória e se interesse por uma visita. Se for ver como um filme de horror, envolto em calafrios, é melhor procurar em outras águas.
Senhorzinho na banheira era só um mendigo no lugar errado e na hora errada. A parede afetou Bittner pq ele é o corpo que habita o espírito do sacrifício e que depois de tanto tempo como guardião do navio, os dois se tornam um só, então se o navio é “machucado” ele tbm é. Lukas morreu na piscina e o espírito da Jackie entra em seu corpo, Jackie conta para Anne que mata o corpo possuído e volta para o navio para encontrar o espírito do filho e ficar com ele no navio pra sempre (sim imagino que ela já sabia que teria que morrer tbm). David morreu na piscina tbm, e foi possuído pelo espírito guardião que quis se vingar de ter sido morto e saiu matando qualquer pessoa que apareceu na frente, com o intuito de sair do navio (sua prisão). Isso tudo ai faz sentido, mas de fato a mão e a cara deformada do David são um “plus a mais” para tentar causar aflição e agonia.
Fui ver só pq tinha ganhado ingresso e o filme que não prometia nada entregou o prometido, ou seja, nada. Enfadonho, cansativo, confuso. Enfim, uma perda de tempo.
Assisti e nao entendi nada. Quebrei mt a cabeça pra tentar encaixar as peças, mas realmente nao entendi bulhufas.