 The Boulet Brothers’ Dragula: Titans
Original:The Boulet Brothers’ Dragula: Titans
Ano:2022•País:EUA Direção:Nathan Noyes Roteiro:The Boulet Brothers Produção:The Boulet Brothers, David Sigurani, Craig Engler, Emily Gotto, Nicholas Lazo, Samuel Zimmerman, Darren Stein, Ian Devoglaer, K.C. Lindley Elenco:Abhora, Astrud Aurelia, Erika Klash, Evah Destruction, HoSo Terra Toma, Kendra Onixxx, Koco Caine, Melissa Befierce, Victoria Black, Yovska |
Depois de quatro temporadas bem sucedidas e um spin-off, os Boulet Brothers retornam para sua grande e tão aguardada temporada do tipo all stars. The Boulet Brothers’ Dragula: Titans é o segundo spin-off do programa, que já havia lançado em 2020 o especial The Boulet Brothers’ Dragula: Resurrection. Assim como em Resurrection, a ideia era trazer de volta os ex-participantes mais lendários do show para competir novamente, dessa vez aos moldes de uma temporada regular, pelo título de World’s Next Drag Supermonster, além do prêmio em dinheiro de 100 mil dólares.
Como todo o elenco teoricamente já estava “morto”, a temporada se passa no submundo e os perdedores de cada episódio não são exterminados, mas caem no poço do esquecimento. Infelizmente, aqui não vamos ter os famigerados desafios de extermínio, adaptados para o formato de fright feats, espécie de mini desafios que antecedem as provas principais. Se por um lado, é prazeroso ver todos os participantes, e não somente os piores da noite, sendo submetidos a provas extremas, como comer cérebro de porco e tentar destrancar um cadeado em uma cela inundada, os episódios perderam seu clímax, uma vez que grande parte da emoção se concentrava justamente na hora em que o competidor precisava literalmente lutar pela sua vida e permanência no programa.
A produção está impecável. Com sucesso de público e crítica, o reality show passou a receber cada vez mais investimento e isso reflete sem dúvida alguma na qualidade do produto que é entregue. Mas se o orçamento e a qualidade da produção só vêm aumentando a cada temporada que passa, o programa também vem se tornando cada vez mais comercial, beirando o mainstream, e perdeu muito a cara underground que tinha nas duas primeiras temporadas.
O talento do elenco faz toda a diferença, especialmente por se tratar de uma temporada especial com os melhores que já passaram por Dragula até o momento. Merece destaque a drag queen Victoria Black, provavelmente um dos artistas da área de maquiagem de efeitos especiais em horror mais talentosos da nossa geração, que inclusive trabalha para a Universal Studios.
Nessa temporada podemos conferir um dos melhores e mais bem avaliados episódios de toda a franquia, e particularmente o meu favorito: o Zombie Prom (Baile de Formatura Zumbi, em tradução livre). Nesse desafio os drag monsters tiveram que construir dois looks, performando a transição de uma rainha da beleza, que fora mordida e infectada em seu baile de formatura, para um zumbi horripilante.
O que prejudicou, e muito, a temporada foram os longos e cansativos episódios. Se o 1º episódio da primeira temporada durou apenas 27 minutos, em Titans os episódios ultrapassam a marca de 1 hora. O formato de Dragula parece não comportar episódios tão longos assim, algo em torno de 40 minutos por episódio seria o ideal. O “excesso” de tempo faz com que o programa se perca em narrativas forçadas, triângulos amorosos e outros dramas entre os participantes, quando o foco deveria ser no aspecto técnico da competição, ainda que seja um reality show.
Em seu podcast Creatures of the Night, os Boulet Brothers falaram a respeito da recepção negativa dos fãs, que sentiram falta de elementos já tradicionais do programa, como os desafios de extermínio e a grande coroação do vencedor com banho de sangue à la Carrie. Aparentemente, Dracmorda e Swanthula ouviram as críticas e prometeram entregar o que o público quer na próxima temporada.
Com a coroação do seu primeiro titã, é concluído o primeiro capítulo da franquia Dragula, com uma temporada que prometeu tudo, mas que não entregou tanto. The Boulet Brothers’ Dragula: Titans faz parte do catálogo do serviço de streaming Shudder, ainda não disponível no Brasil.
