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Hannah, na Ilha dos Vampiros
Original:La tumba de la isla maldita
Ano:1973•País:Espanha, EUA
Direção:Ray Danton, Julio Salvador
Roteiro:Lois Gibson, Lou Shaw, Ricardo Ferrer, Julio Salvador
Produção:Lou Shaw
Elenco:Andrew Prine, Mark Damon, Patty Shepard, Teresa Gimpera, Ihsan Gedik, Frank Braña, John Alderman

Um homem morre de forma suspeita (e bem esquisita) em uma cripta medieval recentemente descoberta. Seu filho Chris (Andrew Pine) vai até o lugar, uma ilha isolada no Mediterrâneo, para recuperar o corpo para o sepultamento. Mesmo sendo tratado com frieza pelos moradores locais, ele encontra Peter (Mark Damon), um escritor que estava ajudando seu pai na pesquisa da tumba, e Mary (Patty Shepard), irmã de Peter. Chris então tenta resgatar o corpo do pai que ainda estava na cripta, preso debaixo de um sarcófago de pedra que pesaria toneladas e seria impossível de se mover. Ao tentar resgatar o corpo, Chris acaba abrindo o sarcófago e, inadvertidamente, libertando um mal ancestral na forma de Hannah, a rainha dos vampiros (Teresa Gimpera). Lentamente, a vampira vai recuperando suas forças e atacando a vila local, com a intenção de reestabelecer seu reinado de mortos-vivos.

Hannah na Ilha dos Vampiros é uma produção espanhola de terror sobre vampiros, dirigida por Julio Salvador, que teve uma versão “americana”, com algumas cenas dirigidas por Ray Danton e com uma edição um pouco diferente. Além do nome original, foi lançado no mercado americano com os títulos de Hannah, Queen of the Vampires, Young Hanna, Queen Of The Vampires, Crypt of the Living Dead e Vampire Woman. A confusão quanto ao título parece se estender ao restante do filme…

Este é um daqueles casos em que os produtores e o diretor tentaram fazer um filme de terror com todos os elementos clássicos do gênero, mas falharam tremendamente ao utilizar cada um deles. A história, que deveria ser simples, é confusa e tem mais buracos que um escorredor de macarrão. Tudo vai simplesmente acontecendo para a trama andar, apesar de nada fazer muito sentido. Os moradores locais não falam com o estrangeiro, não olham na cara dele e o único que faz alguma coisa (o cego local), diz pra se afastar da tal cripta maldita, mas no dia seguinte, o cara consegue meia dúzia de pessoas locais para entrar e trabalhar um tempão na mesmíssima cripta.

É mencionado que o protagonista é engenheiro, e deve ser um dos melhores do mundo, porque faz uma gambiarra com madeira e roldanas na cripta para erguer um sarcófago de pedra que (segundo ele) pesa várias toneladas. O troço que ele faz lá não deveria conseguir levantar nem uma bicicleta sem desmanchar todo.

Mas, mesmo colocando de lado esses deslizes da narrativa, o filme ainda assim não melhora. Entre diálogos e sequências bastante desconexas, a tal da vampira (que no começo é associada com lobisomem numa fala absolutamente sem sentido e com um salto de lógica imenso) demora a aparecer, aparece pouco, muito pouco, e faz menos ainda. Os parcos efeitos especiais mostrados são péssimos e mal feitos. A caracterização da “rainha dos vampiros” é igualmente pífia, com destaque para a “coroa” (na verdade, uma tiara), que parece ter sido comprada na papelaria do bairro.

Há uma trama paralela que oscila entre um culto secreto e o grupo de moradores locais que tem medo da lenda (mais ou menos para ambos os casos), que não se desenvolve e, de repente… pumba! Eles estão lá e são o motivo de um monte de coisa que não tinha sido dito antes.

Parece que o diretor queria emplacar um “monstro” com Hannah, a vampira, para mais filmes, seguindo o estilo de produtoras como a Hammer, e até mesmo dá pra se notar alguma tentativa de usar alguma coisa que lembrasse vagamente elementos de filmes do estúdio britânico, ou de filmes clássicos de vampiros (ou lobisomens, em alguns instantes), mas nada funciona. O resultado final é um filme de terror que tenta ser assustador como os grandes filmes de vampiro, mas fracassa terrivelmente, não tem estilo ou ritmo, é lento e sem graça, com atuações desconexas e ruins, provavelmente seguindo um roteiro que deve ser igualmente desconexo e ruim.

Os atores não são exatamente famosos, mas não são totalmente desconhecidos, aparecendo depois em diversas séries e em outros filmes feitos diretamente para televisão (e alguns faroestes). Mas neste caso, especificamente, eles estão bem ruins. A pobre da rainha vampira não consegue sequer fazer nada que seja vagamente interessante…

O curioso é que a versão americana teve cenas extras filmadas especificamente pra ela, ao passo que algumas cenas de gore fora removidas, o que poderia até mesmo tornar o filme um pouco mais interessante (nah… quem eu quero enganar… certamente seriam cenas ruins do mesmo jeito).

Hannah na Ilha dos Vampiros é um daqueles filmes em que todos os pôsteres eram muito mais legais do que o próprio filme (e tinham coisas muito legais que não têm no filme).

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