Bunnyman (2011)

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Bunnyman
Original:Bunnyman
Ano:2011•País:EUA
Direção:Carl Lindbergh
Roteiro:Carl Lindbergh
Produção:Carl Lindbergh
Elenco:Cheryl Texiera, Matthew Albrecht, Alaina Gianci, Veronica Wylie, Scott Kuza, Joshua Lang

Um homem vestido de coelho e sua família disfuncional promovem uma matança em uma região isolada dos Estados Unidos da América (EUA) utilizando uma serra elétrica e outras ferramentas para tortura. A premissa de Bunnyman (2011), filme dirigido e roteirizado por Carl Lindbergh, é simples e surpreendentemente familiar para qualquer amante de filmes de horror se não fosse o personagem principal dessa história.

A narrativa se desenrola quando seis jovens que viajavam de carro por uma estrada interiorana se envolvem em uma confusão com um motorista de uma caminhonete, que passa a persegui-los incansavelmente. A gravidade da situação escala quando um dos rapazes do grupo morre após um atropelamento. A partir daí, todos precisam fugir do infame assassino que utiliza um traje de coelho para salvarem as suas vidas.

O longa-metragem, que teve uma versão do diretor lançada em 2019, faz parte de uma trilogia que referencia, de forma excessiva e sem apresentar grandes inovações, o clássico O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre), de 1974. É possível perceber as influências no próprio instrumento usado nos assassinatos, no ambiente do filme, em enquadramentos e usos de luz, além de ser evidente em algumas cenas específicas – quando uma personagem tenta fugir na carroceria de uma caminhonete, por exemplo.

Apesar da ideia ser promissora, sobretudo na construção de um personagem que referencia uma conhecida lenda urbana do Norte da Virgínia (EUA) sobre um homem com problemas mentais que se veste de coelho e mata pessoas, a execução como um todo decepciona do início ao fim.

A grande quantidade de personagem e atuações lamentavelmente artificiais não colaboram com a trajetória do filme. Eles não convencem nem nas reações esperadas ao sentir medo e dor (mais comuns em filmes de terror). Além disso, aqui não há nada de construção de personagens – em alguns momentos o nome e a própria existência deles é esquecível. Os jovens são meros elementos utilizados para que toda a matança ocorra, o que não é um problema em um filme slasher quando ele é bem feito, mas acaba sendo mais um ponto fraco aqui.

Soma-se a isso o fato de que o roteiro não ajuda os personagens, que representam o auge da burrice humana; diálogos enormes e sem sentido se desenrolam no momento em que eles deveriam estar fugindo. Outro fator negativo que atrapalha os atores é uma aparente dublagem de voz – também há uma inserção de sons, que por algum motivo não foram captados durante as gravações, na pós-produção.

Apesar das trapalhadas sem graça do grupo perseguido de jovens, um momento específico do filme chama a atenção e pode tirar boas risadas dos espectadores – a personagem Rachel, durante uma tentativa de fuga do assassino, que está com uma serra elétrica, alcança o galho mais baixo de uma árvore e sobe em cima dela. O que se segue é uma cena hilária: Bunnyman serra o tronco e ri descontroladamente enquanto a jovem pragueja – aqui sim é perceptível o potencial do filme que é desperdiçado.

No entanto, o que se segue são enquadramentos de câmera que deixam elementos importantes fora do quadro. E pior ainda: as mortes não aparecem em câmera e não é adotada nenhuma solução prática para esse problema no filme, mesmo a produção sendo do ano de 2011.

Ao passo que não mostra mortes, o filme, por outro lado, é desnecessário ao incluir uma cena de estupro mal feita e injustificada, praticada por um personagem da família do assassino que é uma pessoa com deficiência: não há acréscimo nenhum na narrativa em si e nem na construção da ambientação daquele universo.

A conclusão possível é: se a sua expectativa é encontrar um filme que se leva a sério e entrega um slasher de qualidade, você está enganado. Nem mesmo pense que verá uma boa trasheira com mortes exageradamente visuais e toscas. Além de momentos muito pontuais de risadas, Bunnyman decepciona de forma deplorável em vários aspectos. É de se admirar que os criadores sigam tentando emplacar um personagem que tinha tudo para ser único, mas é genérico e pouco cativante, além de estar envolvido em uma narrativa que precisava ter algo de novo e apresentar cenas criativas de tortura e morte.

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Cecília Ribeiro Miliorelli

É jornalista de formação e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Gosta de tomar uns sustos nas horas vagas e compartilhar a experiência com o máximo de pessoas possível. Narrativas envolventes que despertam as sensações mais profundamente obscuras são a sua paixão.

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