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Dia dos Mortos 2: O Contágio
Original:Day of the Dead 2: Contagium
Ano:2005•País:EUA
Direção:Ana Clavell, James Glenn Dudelson
Roteiro:Ryan Carrassi, Ana Clavell
Produção:James Glenn Dudelson
Elenco:Laurie Baranyay, Stan Klimecko, John F. Henry II, Justin Ipock, Julian Thomas, Stephan Wolfert, Samantha Clarke, Joe C. Marino, Jackeline Olivier, Andreas van Ray, April Wade, Kevin Wetmore Jr., Mike Dalager

Quando estiver buscando exemplos de produções picaretas e caça-níqueis para citar em suas teses ou comentar com os amigos, não esqueça de mencionar Dia dos Mortos 2: O Contágio (Day of the Dead 2: Contagium, 2005), uma atrocidade que o mercado de vídeo, inclusive brasileiro, permitiu que fosse lançado e comercializado. Não é o caso de um filme ruim, trash ou bagaceira, mas que diverte pelas ruindades técnicas, pelo elenco canastrão e oportunismo – há muitos que até valem uma sessão-pipoca para rir com conhecidos por entender suas limitações ou sua proposta de satirizar o estilo. Este longa, dirigido por Ana Clavell e James Glenn Dudelson, é apenas um dejeto cinematográfico, uma repugnante produção pretensiosa e absurdamente ruim.

A ousadia dos envolvidos é tão notória que, ao colocar o número 2 no título, espera-se que o fã de horror conheça o trabalho de George A. Romero. E como é óbvio que deve conhecer, aumenta ainda mais o distanciamento entre as produções, uma vez que as relações são inexistentes. Não tem conexão com a trilogia inicial dos mortos, não há personagens ou menções que não seja um prelúdio informando que o prólogo se passa em 1968, sem qualquer trato condizente com a época, seja figurino ou cenários – por que não usaram uma fotografia em preto e branco, pelo menos? Mas também pouco importa: os mortos de A Noite dos Mortos-Vivos não foram desenvolvidos como arma de guerra ou cientistas loucos, tampouco vieram de vagalumes!

Assim, não vale disponibilizar um parágrafo que seja para resgatar o filme de Romero, lançado em 1985, a tal “parte 1“. Simplesmente ignorar o título oportunista e tentar desfiar um pouco do enredo de Dia dos Mortos 2: O Contágio. Em 1968, um homem, o soviético Rubinsky (Simon Burzynski), está sendo contido por médicos em um hospital militar em decorrência de uma infecção que está iniciando um processo de contaminação e agressividade. Um dos estudantes rouba um dos frascos onde o vírus mortal está sendo conservado e consegue escapar, sem muita dificuldade, colocando o conteúdo em uma garrafa térmica – o que ele pretendia fazer com aquilo ninguém sabe. Militares começam a matar todos os presentes (Exército de Extermínio feelings), sejam enfermeiros ou médicos, mesmo não apresentando sinais da doença, incluindo o rapaz fujão, já do lado de fora, deixando o material genético cair em uma moita – não estava sendo perseguido por dinossauros como no filme de Steven Spielberg, de 1993!

Passam-se mais de trinta anos, no que seriam os dias atuais (sem diferença alguma em relação ao mostrado antes), quando um grupo de pacientes do mesmo hospital, que se incendiou em efeitos ruins mas continua impressionantemente do mesmo jeito, joga conversa fora com o médico Donwynn (Stephan Wolfert). Um deles, Sam (Julian Thomas), encontra a tal garrafa no mesmo local de outrora e comemora pelo “tesouro” achado. Muitos nadas acontecem até que outro deles, ignorando o alerta de Isaac (Justin Ipock), resolve fugir com o conteúdo para o banheiro. Quando Jackie (John F. Henry II) é confrontado pelos demais pelo roubo, a garrafa se abre e libera um vírus brilhante, no caso, umas luzes que voam pelo ambiente, contaminando todos os rapazes, além de Emma (Laurie Baranyay), namorada de Isaac.

Dia dos Mortos 2 (2005)

Com o processo de contaminação, eles começam a apresentar sintomas ao mesmo tempo como enjoos, escamação da pele, olhos com as pupilas dilatadas e até convulsão. Enquanto aqueles que estão com sintomas mais simples comemoram por não conseguirem sangrar, Marshall (Joe C. Marino) reage diferente, ficando com feridas putrefatas nos braços e no rosto até cobrir completamente seu corpo e rosto. Logo estarão com fome e passarão a atacar os demais, incluindo o Dr. Heller (Andreas van Ray), um médico que parece saber o que aconteceu no passado, mas não será capaz de impedir o inferno da repetição. Correrias, mordidas, maquiagens ruins, um destaque desnecessário para a paciente Vicky (Jackeline Olivier), viciada em medicamentos, algo que poderá ajudar a se aproximar do antídoto, ainda guardado no local.

Como se nota, o uso do título “Dia dos Mortos” é meramente oportunista. Enquanto o original era ambientado em um abrigo militar, com médicos estudando a doença, esta “continuação” ignora os acontecimentos de 68 e 78 para criar sua própria epidemia zumbi, com humor desnecessário, iluminação exagerada e atuações pavorosas. E ainda traz algumas ideias idiotas, no roteiro de Clavell e Ryan Carrassi, como o relacionamento zumbi de Isaac e Emma, um possível affair entre o médico e a enfermeira e a de que os mortos estão conectados pela infecção: quando um personagem é esbofeteado ou leva um tiro os demais sentem ou ficam com marcas no corpo – uma ideia que depois é abandonada quando todo o hospital se transforma em um palco de perseguições, tentativas de fuga e ataques.

Um ano depois desta bomba, Ana Clavell e James Glenn Dudelson cometeram outro crime contra a Sétima Arte. Lançaram a horrível antologia Creepshow 3: Forças do Mal, lançado por aqui apenas como Forças do Mal, uma lição aprendida com o filme anterior. Sem explorar o formato dos dois primeiros filmes, este terceiro conseguiu ser ainda pior do que Dia dos Mortos 2, o que já é de impressionar. Felizmente, o pesadelo proposto pela dupla terminou por aí, sem que possam destruir outras franquias; Dudelson passaria a atuar como produtor e tem seu nome envolvido com o segundo remake de Dia dos Mortos, lançado em 2017, depois com a série de TV e com Creepshow, entre 2019 e 2023.

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1 comentário

  1. filme péssimo horroroso , mas eu achei divertido kkkkk

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