4.2
(5)

O Problema dos 3 Corpos
Original:3 Body Problem
Ano:2024•País:EUA, UK, China
Direção:Minkie Spiro, Jeremy Podeswa, Derek Tsang, Andrew Stanton
Roteiro:David Benioff, Rose Cartwright, Cixin Liu, Madhuri Shekar, D.B. Weiss, Alexander Woo
Produção:Steve Kullback, Hameed Shaukat
Elenco:Jovan Adepo, Liam Cunningham, Eiza González, Jess Hong, Benedict Wong, Marlo Kelly, Alex Sharp, Sea Shimooka, Rosalind Chao, Saamer Usmani, Jonathan Pryce, John Bradley

Aguardava com grande ansiedade o lançamento dessa série pela Netflix. Primeiro, pelos trailers muito bem concebidos que dão uma palhinha da história sem entregar todo o enredo; segundo, pela produção de David Benioff e D.B. Weiss, responsáveis pela aclamada adaptação de Game of Thrones, e terceiro, por se basear numa série de livros de muito sucesso, tanto de público como de crítica, de Cixin Liu, vencedor do prêmio Hugo de melhor romance.

Como às vezes a alta expectativa anda de braços dados com a frustração, fiquei um pouco desorientado com a qualidade do que estava assistindo nos dois primeiros episódios. Contudo, passada essa primeira impressão, a série segue de forma fascinante num crescendo contínuo, apresentando situações novas e armando soluções criativas onde, ao final, tive certeza de que toda a minha expectativa foi plenamente satisfeita de forma positiva.

Isso não quer dizer que não há problemas ao longo dos oito episódios pois, além de custar um pouco a engrenar e ganhar a cumplicidade do espectador, causa exasperação a apatia de um personagem para se declarar ao seu grande amor e nem todos os personagens da turma de cientistas inicialmente apresentados são desenvolvidos a contento (o Saul Durant do ótimo Jovan Adepo somente tem relevância nos dois últimos episódios, enquanto que o personagem de John Bradley não ganha os contornos necessários para fugir do unidimensional).

Por outro lado, todo o grupo de intérpretes são muito competentes (Liam Cunningham, Benedict Wong, Jonathan Pryce, Alex Sharp, Eiza Gonzáles…) e defendem muito bem seus personagens, embora quem mais chame a atenção são três atrizes de origem asiática: Jess Hong (a mais determinada do grupo de amigos), Rosalind Chao e Zine Tseng (a duas interpretam o mesmo personagem, na maturidade e na juventude, respectivamente, que é o grande catalizador da trama).

A história pode parecer uma grande salada mista, já que envolve uma decisão tomada nos anos 60 na China que se reflete nos dias atuais, cientistas sistematicamente mortos ou deixando as suas pesquisas, um videogame de última geração que propõe o problema do título e estranhos eventos científicos que chamam a atenção de cinco amigos que estudaram juntos em Oxford. Esse emaranhado, ao contrário do que se supõe à primeira vista, é intrigante e irá convergir numa ameaça que põe em xeque o futuro da humanidade.

O roteiro equilibra com maestria esses vários elementos da história, evita vilanizar gratuitamente quem poderia ser vilanizado e monta um quebra cabeça prazeroso de se acompanhar, compondo uma ficção científica profunda mas nada enfadonha, com uma pegada humanista mas sem ser melodramática ou ufanista.

É ficção científica bem-feita, capitaneada por gente que entende do riscado, por vezes ousada e nunca trivial, que deixa um gosto de quero mais no final. Já ansioso pela segunda temporada…

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