4.5
(11)

O Tarô da Morte
Original:Tarot
Ano:2024•País:EUA, Sérvia
Direção:Spenser Cohen, Anna Halberg
Roteiro:Spenser Cohen, Anna Halberg, Nicholas Adams
Produção:Scott Glassgold, Elysa Koplovitz Dutton, Leslie Morgenstein
Elenco:Harriet Slater, Adain Bradley, Jacob Batalon, Avantika, Humberly González, Wolfgang Novogratz, Larsen Thompson, Olwen Fouéré, Alan Wells, Anna Halberg, Cavin Cornwall

O que as cartas dizem sobre o terror O Tarô da Morte (Tarot, 2024), que chegou aos cinemas brasileiros no último dia 16 de maio? Nem é preciso relacionar planetas, verificar a época do nascimento ou signo para entender que não se pode esperar muita coisa. O trailer já deixava traços de uma produção teen, com jovens desprovidos de inteligência e monstros advindos das cartas malditas de um baralho místico. Porém, quando o filme começa, você percebe que a situação é ainda pior do que se imagina, com clichês a rodo, estupidez e furos no roteiro de Spenser Cohen e Anna Halberg, também responsáveis pela direção, com o apoio de Nicholas Adams, autor do livro “Horrorscope“, lançado em 1992.

Tem início em uma mansão em Catskills, onde sete amigos se reúnem para comemorar o aniversário de Elise (Larsen Thompson, de O Clube da Meia-Noite). A apresentação do grupo é feita de maneira até interessante, lembrando o terror nacional Matadouro, de Carlos Junior, a partir de uma brincadeira de adivinhação e apontamentos. Haley (Harriet Slater) terminou um relacionamento recente com Grant (Adain Bradley); há o provável casal Madeline (Humberly González) e Lucas (Wolfgang Novogratz), além da amigona Paige (Avantika) e do falante insuportável Paxton (Jacob Batalon, melhor amigo do Homem-Aranha). Quando a bebida acaba, eles procuram pela casa algo alcóolico para beber, levando-os ao porão, numa sequência satirizada em O Segredo da Cabana, com vários itens que poderiam sugerir maldições diversas. Uma caixa cheia de símbolos e um baralho de tarô atraem o interesse para uma “brincadeira de leitura de cartas“.

Mesmo o baralho não sendo dela – algo que parece contrariar um dos preceitos de quem faz previsões -, a mística Haley decide ler o futuro de todos ali, com metáforas que servirão para as mortes dos jovens. Mas não se preocupe em prestar atenção nos detalhes, pois cada leitura será resgatada quando alguém estiver prestes a se tornar a próxima vítima. Mas, basicamente, acontece assim: Elise recebe A Alta Sacerdotisa, enquanto Lucas recebe O Eremita. Madeline terá problemas com O Enforcado, e Paige e Paxton encontrarão O Mago e O Louco, respectivamente. Para finalizar, o ex recebe a carta do Diabo, e a própria Haley, ao ler seu destino, depara-se com a Morte. “Morte não significa exatamente isso, podendo indicar fim ou começo de algo, mudanças.” – uma informação que é dita mais de uma vez no filme, atenuando nossas preocupações com o destino da protagonista.

Como na franquia Premonição – o filme lembra bastante a forma como as pessoas são conduzidas ao seu “destino final” -, um a um terá encontros com versões físicas dos personagens das cartas tiradas no tarô. E mesmo sabendo disso, é incrível o quanto eles insistem em seguir exatamente o que foi dito na previsão. A primeira vítima é a aniversariante Elise, que, solitária em sua moradia, começa a ouvir barulhos e encontra a escada que leva ao sótão solta no corredor. Mesmo tendo ouvido no dia anterior Haley dizer algo sobre “escadas que levarão ao seu destino e evitar ser esmagada por ela” – algo assim -, o que ela faz? Resolve subir as escadas para verificar o sótão.

Outro que havia ouvido sobre ser “transgressor” e “não sair dos trilhos” abre uma passagem proibida no metrô aparentemente deserto para andar pelas linhas do trem. E a pior atitude estúpida é reservada para o tonto Paxton, quando decide se afastar dos amigos, como se isso fosse protegê-lo, colocando-se no local exato onde não deveria estar: “números crescentes“, “lugar fechado“. Onde pode ser? Mas tem várias bobagens, como a jovem que se esconde numa caixa, aquela que “corre na contramão” numa ponte… enfim. Os efeitos até são aceitáveis, ainda que nada explícito seja visto na tela. É estranho ver um filme com tantas mortes e quase nenhum sangue.

É claro que há um contexto envolvendo maldição e bruxaria, o que sempre é interessante. Lá pelas tantas, aparece a – Ruth Romcy das Pegadinhas do SBT – uma sobrevivente do passado chamada Alma (Olwen Fouéré, a versão idosa de Sally no péssimo O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface), permitindo uma improvável expectativa de mudar o destino trágico dos que estiverem vivos até lá, mesmo contrariando outro pensamento da protagonista. Algumas piadas fora de contexto, como a de Paxton mencionando aranhas, e um final anticlimático concluem o pacote patético de O Tarô da Morte. Pode ser que o filme divirta aqueles que não esperam muito e gostam desse estilo “slasher sobrenatural“, ignorando seus percalços. Já grande parte dos fãs de terror irá achar esse filme bastante trivial e previsível.

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