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Anaconda 4
Original:Anacondas 4: Trail of Blood
Ano:2009•País:EUA, Romênia
Direção:Don E. FauntLeRoy
Roteiro: David C. Olson
Produção:Alison Semenza King
Elenco:Crystal Allen, Linden Ashby, Danny Midwinter, Calin Stanciu Jr., Ana Ularu, Claudiu Bleont, Anca Androne, Emil Hostina, Alexandru Potocean, John Rhys-Davies, Vasile Albinet, David Frye

Mais um exemplar do cinema bagaceira que ninguém pediu que fosse realizado, Anaconda 4 (Anacondas 4: Trail of Blood, 2009) tem novamente a direção de Don E. FauntLeRoy, e uma significativa melhora em relação ao seu trabalho em Anaconda 3. Pelo menos, desta vez, a câmera não treme tanto ao ponto de dificultar a compreensão da cena. Já o roteiro tem os créditos apenas de David C. Olson, sem o envolvimento de Nicholas Davidoff. E houve também o retorno de dois personagens, Amanda Hayes, interpretada por Crystal Allen, e Murdoch, na pele de John Rhys-Davies (de Os Caçadores da Arca Perdida, 1981). Anca Androne também reaparece no filme mas em outro papel, tendo mais importância.

O filme foi feito quase concomitantemente com o anterior. Quando Anaconda 3 estava em desenvolvimento, havia a ideia de realizar um filme único em duas partes, com o retorno de mais rostos conhecidos, como o de David Hasselhoff, porém, ainda que a terceira parte tenha feito um relativo sucesso em venda de DVDs, a intenção ficou apenas no papel – assim como a de levá-lo aos cinemas, a partir da vontade dos envolvidos e a crença de um maior retorno financeiro! Teria sido um desastre ainda mais devastador que os ataques offscreen da cobra a um acampamento.

Ambientado alguns anos depois do terceiro, este começa com o cientista Peter Reysner (Zoltan Butuc) em mais experimentos com a orquídea sangrenta, desta vez no cultivo de exemplares modificados, capazes de não apenas aumentar o tamanho das cobras, mas também permitir sua regeneração. Essas flores eram o objeto de desejo da expedição do segundo filme, Anaconda 2: A Caçada pela Orquídea Sangrenta, de Dwight H. Little. Inicialmente ela serviria para curar doenças degenerativas, com o investimento da farmacêutica Wexel Hall. Em Anaconda 3, descobre-se que o projeto visava desde sempre encontrar uma cura para o rico Murdoch, acometido por câncer nos ossos. Com a destruição do laboratório no longa anterior, o empresário investiu nas experiências de um cientista particular, isolado em um local ermo na mata.

Peter consegue regenerar uma sucuri bebê, porém não impede a fuga de um exemplar maior, matando-o em uma mina que servia para o plantio. O seu desaparecimento leva Murdoch a contratar o mercenário Eugene (Emil Hostina) com o propósito de trazer um exemplar do soro, matar Peter e, se houver a intromissão de Amanda, também sumir com seu corpo. Com o cachê de um milhão e meio de dólares, ele contrata uma equipe armada para executar a missão na floresta. Não são os únicos a irem atrás de Peter: Amanda e dois oficiais estão na região para destruir a fórmula e a orquídea, conhecendo pelo caminho o paleopatologista Alex (Calin Stanciu Jr.), personagem absurdamente desnecessário. E o vasto elenco ainda inclui um grupo de exploradores nos Cárpatos romenos: Jackson (Linden Ashby), a namorada Wendy (Anca Androne), Heather (Ana Ularu), e os irmãos Patrick (Alexandru Potocean) e Scott (Danny Midwinter).

Esses três grupos de personagens irão se cruzar lá pela metade do filme, quando a anaconda regenerativa resolver eliminar o elenco. A partir daí, correria de um lado para outro na floresta, na mina, no abrigo do cientista e em um acampamento. Com essa habilidade conquistada pela cobra, ela acabará sendo morta algumas vezes no filme – seja soterrada ou duas vezes explodida -, e os sobreviventes terão também que enfrentar suas motivações distintas, com tiros diversos, perseguição de veículo e mais correria. Até cansa assistir Anaconda 4 pelo tanto que os personagens correm pelos cenários – não é à toa que a protagonista aparece correndo na capa com a tagline: “O quão rápido você consegue correr?

Visando referenciar os três primeiros filmes, há algumas mensagens que mostram que os realizadores assistiram às produções. O desnecessário Alex é paleopatólogo como os personagens de Anaconda (1997); a orquídea sangrenta e o laboratório são lembrados em Anaconda 2; Murdoch é o bilionário ambicioso já mostrando suas intenções no terceiro filme. A morte de Peter lembra bastante a de Danny Trejo na primeira da franquia; assim como a última também lembra um ataque do original. E há o ataque de uma aranha-fantasma, sem a menor importância para o filme, porém estabelecendo uma relação com o aracnídeo que paralisava as vítimas no segundo. Essas conexões não acrescentam nada aos méritos da produção além de mostrar que se trata de uma franquia.

Diferente do terceiro, bem mais sangrento, Anaconda 4 até expõe alguns corpos dilacerados, mas de maneira gratuita. Já os efeitos continuam absurdamente ruins, artificiais ao extremo. Com a aparência da sucuri verde, com dentição pontiaguda, a anaconda parece alheia aos personagens e ao cenário, não fazendo sequer sombra perante o sol. Aliás, é incrível como amanhece e escurece tão rápido, com a passagem dos dias nem sendo possível identificar: está de noite, de repente a anaconda aparece atacando com a luz do sol, entre outros absurdos.

Com a expectativa de um novo sucesso do canal SyFy, havia a intenção de se fazer um quinto filme, a partir da cena final. Contudo, a cobra só retornaria no crossover Pânico no Lago: Projeto Anaconda (Lake Placid vs. Anaconda, 2015), de A.B. Stone, com Robert Englund no elenco, depois de ter enfrentado uma Python. Se esta já enfrentou a Boa, bem que poderiam fazer um filme bagaceira com todas essas cobras juntas, uma espécie de Vingadores das cobras digitais. Bom, melhor nem sugerir essa ideia…

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