Pânico no Lago 3
Original:Lake Placid 3
Ano:2010•País:EUA, Bulgária Direção:Griff Furst Roteiro: David Reed Produção:Jeffery Beach Elenco:Colin Ferguson, Yancy Butler, Kirsty Mitchell, Kacey Clarke, Jordan Grehs, Michael Ironside, Mark Evans, Nils Hognestad, Brian Landon, Atanas Srebrev |
Eu levei muitos meses pra conseguir escrever algo sobre esse Pânico no Lago 3. Apesar da péssima experiência com a segunda parte, o tempo passou e resolvi dar uma nova chance (a quarta ou a quinta chance) a essa sequência. Apesar de continuar um episódio dispensável, lancei um olhar mais açucarado sobre e consegui até extrair um ou outro bom momento daqui.
A história se repete, mas desta vez com um borogodó a mais – ou não, depende. O Black Lake, localizado em Aroostook County, Maine (EUA) e cenário dos dois filmes anteriores, está mais uma vez infestado de visitantes. Entre eles, o casal Nathan (Colin Ferguson) e Susan (Kirsty Mitchell), e seu filho Connor (Jordan Grehs), que herdaram a casa à beira do lago que antes pertencia Delores Bickerman, interpretada por Betty White no filme original; um grupo de jovens que, inadvertidamente, estão por ali curtindo; além de um trio de caçadores que estão juntos a um desses jovens em busca de sua namorada, que, acredita-se, está perdida nos arredores do lago. Muita gente, muitas histórias paralelas, muitos núcleos, muito alimento para os crocodilos, algo que poderia virar uma bagunça com uma má condução. E isso quase acontece.
Mas a narrativa gira em torno, principalmente, do casal Nathan e Susan. Casal que vive às voltas com o trabalho, e negligenciam o filho Connor, que para matar o tempo, faz amizade logo com quem – com uma ninhada de filhotes de crocodilos que ele descobre habitar as águas do Black Lake. Como carma pouco é bobagem, Connor passa a alimentá-los, eles crescem, e o resto é fácil prever. O garoto até tenta avisar aos pais que tem crocodilos no lago, inclusive após ser pego roubando carne no mercado pra isso, mas…
Apesar de nada inovador, Pânico no Lago 3 rende bons momentos. A maior parte deles protagonizado por Susan, parte do casal protagonista, uma personagem realmente boa e bem trabalhada pela atriz Kirsty Mitchell. Com um temperamento cativante, um humor ponderado que segura com leveza as adversidades, ela é um sopro de realismo em meio a um mar (um lago) de decisões erradas.
O filme também acerta ao inserir a personagem Reba, interpretada por Yancy Butler. Ela pratica caça ilegal, e é um dos nomes mais respeitados (e procurados pela polícia) nessa arte. Apesar da interpretação altamente canastrona (se o infernauta assistir à versão dublada, verá que piora muito), Reba inicia um novo momento na franquia, que passa a contar com sua participação nos próximos três filmes.
E a despeito dos péssimos efeitos visuais, que já marcam a franquia desde o segundo filme, esta terceira parte ainda rende bons momentos de ação. A cena em que Susan encontra a babá Vica (Bianca Ilich) detonada pelos crocodilos e entende que seu maior medo se concretizou (um ataque de crocodilos, devido ao histórico do lago), é de tirar o fôlego.
Ao fim, Pânico no Lago 3 segura sua própria onda e faz melhor que seu antecessor. O roteiro, que peca muito em muitos momentos, consegue não deixar acontecer o emaranhado que tantos núcleos distintos poderiam provocar. Uma direção de atores mais eficientes ajudaria muito na credibilidade do que acontece em cena, mas vá lá… os completistas de plantão e os fãs de bagaceiras em geral podem curtir. Tá disponível no Youtube.