 Headshot
Original:Headshot
Ano:2016•País:Indonésia Direção:Timo Tjahjanto, Kimo Stamboel Roteiro: Timo Tjahjanto Produção:Shinjiro Nishimura, Wicky V. Olindo, Mike Wiluan Elenco:Iko Uwais, Chelsea Islan, Sunny Pang, Very Tri Yulisman, Julie Estelle, Ario Bayu, Yayu A.W. Unru, Noucky Andriansyah |
Depois que você assiste a Operação Invasão 1 e 2, a mordida do bichinho dos thrillers de ação acaba conduzindo-o a mais um longa estrelado pelo talentoso Iko Uwais. E este ainda traz uma motivação maior pelo fato de ter na direção, além de Kimo Stamboel, o excepcional Timo Tjahjanto, na parceria conhecida como Mo Brothers e que os fãs de terror já o conhecem desde Macabre (2009). Tjahjanto depois ainda faria O ABC da Morte (2012), V/H/S/2 (2013) e os dois filmes da franquia Fortuna Maldita (2018 e 2020). Em V/H/S/2, ele comandou o melhor segmento, Safe Haven, o que o levou a dirigir o episódio The Subject, de V/H/S/94. A presença dele na direção de Headshot é a confirmação de que veremos um longa sangrento e violento, mas com uma trama menos complexa do que as vistas nos longas de Gareth Evans.
Um estranho (Uwais) desperta em um hospital, em uma pequena ilha, após um tempo em coma, devido a um tiro na cabeça – daí o título – sem recordações de seu passado. Ele é ajudado pela doutora Ailin (Chelsea Islan), que, por ser leitora de Moby Dick, dá-lhe o nome de Ishmael, ainda mais por ele ter sido encontrado numa praia por Romli (Yayu A.W. Unru). Distante dali o mafioso Lee (Sunny Pang) e seus capangas Rika (Julie Estelle) e Besi (Very Tri Yulisman) acabam com uma gangue rival e ficam sabendo sobre um tal Joe Doe no hospital. Ferido, ele enfrenta Ishmael no local, confirmando que se trata de Abdi, o que move Lee para enviar mais capangas para terminar o serviço.
Depois que sai do hospital, Ailin é atacada em um ônibus enquanto partia para Jacarta, sendo sequestrada pelos bandidos. Sem alternativas, depois que descobre que Lee costuma sequestrar crianças para formar um exército a seu favor, Ishmael parte para encontrar o vilão, enquanto boa parte de suas lembranças retornam aos poucos, como quando cresceu em um poço e teve que aprender a lutar para ajudar seu “pai“. Mantida presa com uma criança, Ailin precisará agir em seu cativeiro para também sobreviver até a chegada de de Ishmael/Abdi, descobrindo também o passado perverso de seu paciente.
E é em Headshot que Iko Uwais precisa demonstrar seu talento interpretativo. Ele realmente está bem diferente de Rama, seu personagem na franquia The Raid. Aqui, embora saiba lutar, ele não é tão ágil no combate e ainda é atormentado por lembranças de seu passado como capanga de Lee. Há uma preocupação maior com seu personagem, até porque não se sabe se ele realmente merece ser o herói que o filme precisa. A trama, de Timo Tjahjanto, lembra bastante o enredo de Desconhecido (Unknown, 2011), aquele excelente thriller de Jaume Collet-Serra, estrelado por Liam Neeson, e que atua como um homem que acorda de um coma sem saber sobre seu passado, descobrindo as peças do quebra-cabeça aos poucos.
Mesmo não sendo tão original, o filme promove boas sequências de combate e confronto, deixando para o último ato um reencontro com sua parceira Rika, na melhor luta do longa, e com Lee em seus domínios. Ainda que seja o primeiro trabalho dos Mo Brothers em um filme de ação, eles já haviam deixado evidências de que poderiam fazer algo bom quando comandaram Macabre. O resultado só poderia ser amplamente satisfatório, numa produção que estabelece Iko Uwais como um nome a ser seguido em produções do gênero. Depois ele apareceria em Skyline: Além do Horizonte (2017), no thriller 22 Milhas (2018), em G.I. Joe Origens: Snake Eyes (2021) e até Os Mercenários 4 (2023). Em 2018, Uwais atuou em A Noite nos Persegue, em mais uma parceria com Timo Tjahjanto.
