Skyline: Além do Horizonte (2017)

4.7
(6)

Skyline: Além do Horizonte
Original:Beyond Skyline
Ano:2017•País:EUA, Canadá, Indonésia, UK, China, Singapura
Direção:Liam O'Donnell
Roteiro:Liam O'Donnell
Produção:Matthew E. Chausse, Colin Strause, Greg Strause
Elenco:Frank Grillo, Bojana Novakovic, Jonny Weston, Callan Mulvey, Antonio Fargas, Pamelyn Chee, Yayan Ruhian, Jacob Vargas, Iko Uwais, Lindsey Morgan

Apesar da ponta solta deixada no final de Skyline – A Invasão, uma continuação só foi realizada sete anos depois. Talvez a demora esteja relacionada às críticas não muito favoráveis recebidas pelo primeiro filme e também pelos complicados efeitos especiais que envolvem uma invasão alienígena nos moldes propostos. Contudo, Skyline: Além do Horizonte (Beyond Skyline) finalmente encontrou a luz do dia, contando desta vez com a direção de Liam O’Donnell, que foi roteirista do original, enquanto os irmãos Strause ocuparam apenas a produção executiva. Sem o retorno dos personagens remanescentes, o filme ganhou o reforço do astro dos filmes de ação Frank Grillo (Uma Noite de Crime: Anarquia, A Casa dos Mortos e 12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição).

No mesmo momento em que Jarrod e Elaine chegavam a Los Angeles, o detetive Mark Corley (Grillo) tentava mais uma vez livrar seu filho Trent (Jonny Weston) da prisão. É no retorno para casa pelo metrô que a dupla e outros passageiros são surpreendidos pelas luzes azuladas que descem do céu para colher humanos em um processo de hipnose. Um começo bastante promissor, com o grupo que ainda inclui a operadora do transporte Audrey (Bojana Novakovic, de Arraste-me para o Inferno e Demônio) e o mendigo cego Sarge (Antonio Fargas, de Chamas da Vingança), vagando pelos túneis em busca de uma resposta, e que logo é abafado pelos exageros. No combate contra os alienígenas, principalmente o monstro gigante, logo eles são abduzidos e vão parar na nave.

E é lá que os acontecimentos alteram completamente a narrativa – e o roteiro de O’Donnell ainda vai garantir um segundo ponto de virada. Mark vai encontrar Elaine (desta vez interpretada por Samantha Jean) nos minutos finais de sua gestação, e será ajudado pelo alienígena Jarrod (no flashback, é vivido por Tony Black), conforme visto no fim de Skyline – A Invasão. A luta para sair da espaçonave e salvar a criança não vai durar muito e, logo, os problemas são novamente levados ao solo terrestre, desta vez no Camboja. Mark, Audrey e a bebê, em desenvolvimento acelerado, irão conhecer agressivamente os irmãos Sua (Iko Uwais) e Kanya (Pamelyn Chee) em uma sequência de luta corporal longa e desnecessária.

Nessa segunda mudança, o grupo encontrará refúgio com outros rebeldes, liderados pelo médico Harper (Callan Mulvey), que, depois de examinar a bebê, terá uma ideia para destruir os alienígenas. E é nessa tentativa, repleta de combates com o apoio de artes marciais – e isso inclui o próprio alienígena -, que o terceiro ato irá se concentrar, com diversos modelos de criaturas, armas eficientes e heroísmo exagerado. No final ainda há uma ponta de Lindsey Morgan (da série The 100), que narra os acontecimentos iniciais e assume o protagonismo da terceira parte, Skylines, lançado em 2020.

Mais uma vez com destaque para os bons efeitos especiais – que são ousados ao ponto de boa parte acontecer à luz do dia – Skyline: Além do Horizonte é realmente beneficiado pela participação de Frank Grillo. Carismático, ele faz o papel de herói com um passado traumático em busca de redenção. Até tenta exprimir uma carga emocional além de sua força física, mas acaba apenas soando bobo como o gesto de identificação do filho, com o cérebro agora pertencente a uma criatura.

Em relação ao roteiro, deve-se enaltecer o seu dinamismo. Sem muito incentivo ao sono, muitas coisas acontecem com ação, impacto visual, mortes sangrentas e violência, desde o começo nos túneis de metrô. Traz algumas ideias sobre a origem da raça humana, como fizera Prometheus, e um final que foi proposto a uma nova continuação de Independence Day. Como um terceiro filme já estava nos planos, o enredo aproveitou para expor novas pontas para explicá-las ao término da trilogia.

Se a trama de Skyline: Além do Horizonte se mantivesse literalmente com os pés no chão, como visto no começo, o resultado teria sido mais favorável – o mesmo aconteceu em Skyline – A Invasão. Foram os exageros, com os combates na nave e as artes marciais servindo como arma contra alienígenas, que deram um tom bagaceira à produção. Ainda assim, é um filme superior ao original pelo protagonismo e algumas ousadias, e que traz uma invasão alienígena bem porralouca.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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