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Os Fantasmas Ainda se Divertem
Original:Beetlejuice Beetlejuice
Ano:2024•País:EUA
Direção:Tim Burton
Roteiro:Alfred Gough, Miles Millar, Seth Grahame-Smith
Produção:Marc Toberoff, Dede Gardner, Jeremy Kleiner, Tommy Harper, Tim Burton
Elenco:Michael Keaton, Winona Ryder, Catherine O’Hara, Justin Theroux, Monica Bellucci, Jenna Ortega, Willem Dafoe

Depois de 36 anos dos bizarros eventos envolvendo sua casa assombrada e um fantasma demoníaco que tentou se casar com ela, Lydia Deetz recebe a notícia da morte inesperada de seu pai, Charles, e tem que voltar para Winter River para o funeral. Mas tudo vira do avesso (mais uma vez) quando sua filha Astrid descobre o modelo da cidade no sótão da antiga casa, e, inadvertidamente, acaba causando a volta de Beetlejuice ao mundo dos vivos.

Os Fantasmas Ainda se Divertem é a continuação do filme dos anos 80 Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice), a comédia de maior sucesso na carreira estelar do diretor Tim Burton. Por anos essa continuação foi pedida pelos fãs, e várias vezes surgiram boatos (reais ou infundados) sobre uma ou outra tentativa de sua realização, mas foi só agora que finalmente Burton conseguiu fazer mais uma história do fantasma especializado em exorcizar os vivos, sob um certo custo.

Para essa nova história, o diretor trouxe de volta os roteiristas do original, Alfred Gough e Miles Millar, assim como boa parte do elenco. Ainda temos algumas ausências, como Alec Baldwin e Geena Davis, que são bem explicadas na nova história, e acabam não fazendo muita falta.

Tudo começa quando Lydia Deetz (Winona Ryder), que agora ganha a vida como uma médium de televisão que realmente vê fantasmas, recebe a notícia da morte de seu pai Charles (o ator original, Jeffrey Jones, não retornou, mas isso foi inteligentemente contornado), e vai para Winter River para sepultá-lo, acompanhada de seu atual namorado e produtor Rory (Justin Theroux), sua madrasta Delia (Catherine O’Hara) e sua filha Astrid (Jenna Ortega), com quem não tem um bom relacionamento. Ao mesmo tempo, no mundo dos mortos, Delores (Monica Bellucci), a antiga esposa de Beetlejuice (Michael Keaton), volta à não-vida e quer se vingar de seu ex-marido.

E como não podia deixar de ser, as coisas ficam muito, muito mais complicadas que isso. Tramas se cruzam, se complicam, mais e mais personagens bizarros surgem e pioram cada vez mais o que já seria normalmente complicado. E bizarro.

Burton consegue fazer o que os fãs estavam pedindo com maestria, uma nova história de Beetlejuice, adicionando ainda mais figuras carismáticas e divertidas na trama, usando a passagem de tempo no mundo real muito bem e nos fazendo encontrar personagens que envelheceram conosco, que passaram por coisas e situações que podiam muito bem ser das nossas vidas. As adições são muito bem-vindas e contribuem maravilhosamente para a história. Jenna Ortega praticamente rouba todas as cenas em que aparece; Willem Dafoe deixa bem claro que se divertiu imensamente com sua participação e Monica Bellucci é um capítulo à parte.

O estilo do filme, seu visual e suas câmeras seguem a do filme de 1988, mas melhoradas e aprimoradas. O humor ácido e tenebroso está lá, em todo o lugar e situações, e por vezes não nos deixa parar pra pensar muito do que exatamente estamos rindo, mas nos faz rir o tempo todo. Keaton nos traz de volta um Beetlejuice insano, hilário e histérico e ainda é o cara que, mesmo sendo o vilão da história, a gente quer ver mais e mais. Exatamente o que estávamos esperando. E ainda vemos mais do “trabalho” dele no mundo dos mortos e seus… hmm… empregados? Ainda, de quebra, temos mais tempo no mundo dos mortos, com sequências que têm a medida certa de bizarrice, morbidez, humor e diversão.

Os Fantasmas Ainda se Divertem é um dos melhores exemplos de como um continuação pode estar à altura de toda expectativa do público e dos fãs, apresentando o que queremos ver, uma montanha-russa ainda mais insana e maluca que o filme original, com mais personagens, mais piadas, mais músicas e lugares bizarros, mais humor mórbido, mais diversão, tudo tremendamente bem equilibrado e suprindo a nostalgia dos fãs.

E sim, com surpresas, participações especiais e referências espalhadas em vários momentos, que são divertidos pra quem conseguir notar, mas que não pesam ou atrapalham a experiência de quem está chegando agora, que também recebe as explicações dos fatos anteriores (e posteriores) de forma bem inteligente, sem explanações diretas.

Tim Burton nos leva de volta ao universo insano do fantasma picareta e maluco que entrou pra história do cinema ao nos dizer que era hora do show.

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