Project Dorothy
Original:Project Dorothy
Ano:2024•País:EUA Direção:George Henry Horton Roteiro:George Henry Horton Produção:Kristin T Higgins, Seana Kofoed Elenco:Danielle Harris, Tim DeZarn, Adam Budron, Olivia Scott, Emily Rafala, George Henry Horton |
Os debates sobre o uso da Inteligência Artificial estão em alta. Muitos filmes mostram e discutem o perigo desse avanço, e Project Dorothy traz à mesa um episódio de uma IA que ultrapassa a ética e domina os humanos. Dirigido por George Henry Horton, o filme traz uma dupla de ladrões (Tim Dezarn e Adam Budron) que, ao fugir da polícia (e um deles se machucar), se escondem no que aparenta ser um galpão abandonado.
Investigando melhor enquanto esperam o tempo passar, acabam sendo perseguidos por uma IA maligna (Danielle Harris). Encontram algumas filmagens que mostram anos antes uma equipe de cientistas governamentais fazendo descobertas incríveis. Até que a Inteligência Artificial torna-se inteligente demais…
Este é um filme de única localização, passando-se inteiramente no galpão. O que geralmente pode trazer histórias muito bem aproveitadas, principalmente com um roteiro muito bem amarrado, deixa a desejar aqui. Porém, é nítido que se trata de uma produção de baixo orçamento. E mesmo assim, visualmente consegue entregar muito com o pouco que tem.
E há pouca qualidade nos diálogos, com zero aprofundamento e piadas sem graça. Há momentos em que parece levar mais pelo lado do vínculo entre os protagonistas do que a ameaça à espreita da IA. Mas não. Lá os personagens são jogados e sem carisma nenhum, não se conectam com o público. Poderia ser uma ótima oportunidade para um filme de “terrir”, mas sua tentativa de ser um thriller sério também não chega a lugar nenhum.
Nas cenas iniciais até a edição é crua, parecendo um projeto feito às pressas. O roteiro também é cheio de furos, ignorando o mundo lá fora: os policiais que estavam perseguindo os protagonistas e o próprio governo e cientistas só são jogados aleatoriamente sem acrescentar nada à trama. Um pouquinho de desenvolvimento de qualquer um desses elementos talvez contribuísse para tornar interessante tanto a história quanto os personagens. Não há uma base para que a própria Inteligência Artificial faça sentido ou traga outras emoções para quem está assistindo. Ou seja, quase nenhum contexto.
Há certas referências aos filmes dos anos 80, como algumas cenas de ação e segmentos de câmera nas perseguições. Também a IA é claramente inspirada em 2001: Uma Odisseia no Espaço, no maneirismo de fala e até visualmente quando o espaço em que está “armazenada” é apresentado a nós. A própria IA é bem direta no seu objetivo, sem maiores detalhes e vai direto ao ponto. Sem também explorar suas motivações ou planos para o depois.
Por tentar manter um ritmo acelerado desde o começo, não se sustenta pela falta do roteiro. Mesmo sendo um filme de 1h20min, muitas cenas parecem desnecessárias, dando a sensação de ser mais longo do que deveria. O que parece uma ideia que provavelmente funcionaria melhor como um curta-metragem.
O ponto alto de tensão do filme consiste na IA pilotando uma empilhadeira para perseguir os protagonistas… e isso diz muito sobre o auge que se não tivesse se levado a sério e ousado num exagero cômico, traria uma experiência mais aproveitável para o longa.
Infelizmente Project Dorothy é um filme sem senso e contexto que não chega a lugar nenhum. Existem piores, mas não faz muito pela classe, principalmente por estar classificado como horror. E se a expectativa for para dar risadas descontraídas, talvez só encontre as de nervoso. O foco em um gênero só poderia dar pelo menos um direcionamento que ajudasse a não ser essa grande bagunça.
Totalmente esquecível, um desperdício de cenário, tempo e plot, que poderiam ser melhor explorados com tantos debates atualmente sobre Inteligência Artificial. Veja por sua conta e risco.