A Hora do Vampiro
Original:Salem´s Lot
Ano:2024•País:EUA Direção:Gary Dauberman Roteiro:Gary Dauberman, Stephen King Produção:Michael Clear, James Wan, Mark Wolper, Roy Lee Elenco:Lewis Pullman, Makenzie Leigh, Jordan Preston Carter, Alfre Woodard, Bill Camp, John Benjamin Hickey, Nicholas Crovetti, Spencer Treat Clark, Pilou Asbæk, Alexander Ward, Danielle Perry, Debra Christofferson, William Sadler, Timothy John Smith, Mike Kaz, Cade Woodward, Joseph Marrella, Declan Lemerande |
Esta adaptação do segundo livro de Stephen King, escrito pelo mestre há quase 50 anos (no longínquo ano de 1975), tem vários problemas…Vou pontuá-los abaixo para melhor percepção do leitor e organização desta resenha:
– Há relevantes mudanças em relação ao livro (retirada do prólogo, acontecimentos no segundo ato e desfecho) que prejudicam e desvirtuam a história. A necessidade de criar cenas de ação risíveis diminuem substancialmente o impacto do longa. O clima trágico que permeia o livro inexiste no filme, não há senso de urgência e nem desespero críveis nos personagens, que são figuras pálidas sem qualquer densidade emocional quando comparados ao material original. O filme condensa em muito o livro, que já foi adaptado com melhores resultados outras duas vezes como série de TV (em 1979, com direção de Tobe Hooper e em 2004, com Rob Lowe no papel principal).
– Lewis Pullman definitivamente não convence como Ben Mears, escritor que retorna a cidade natal de Jerusalem´s Lot buscando inspiração para seu novo livro e se vê confrontado com mortes misteriosas causadas por uma vampirão também recém chegado. O ator não tem o estofo e carisma para segurar o papel de protagonista. Com um ator fraco, todo o elenco parece padecer do mesmo mal, até gente muito boa como Alfre Woodard e Bill Camp, em papéis chave, mas totalmente perdidos.
– A direção e o roteiro perdem o rumo na segunda metade do longa optando por soluções fáceis, sequências mal feitas (todo o enfrentamento no drive in é de uma pobreza criativa difícil de engolir) e resoluções apressadas, sem cadência e desenvolvimentos adequados.
– O vampiro Barlow e seu assecla Straker, que pretendem subjugar toda a cidade, estão mal caracterizados, não transmitindo o horror e a ameaça necessários para elevá-los ao nível de vampiros clássicos presentes em, por exemplo, A Hora do Espanto (1985), Entrevista Com Um Vampiro (1994) e Garotos Perdidos (1987).
Todos esses problemas resultam num filme fraco, sem identidade, que não faz jus ao material original, tanto que a Warner decidiu lançá-lo diretamente em seu streaming Max, sem passar pelos cinemas, depois de dois anos na geladeira do estúdio. A frustração cresce ainda mais quando observamos nos créditos o nome de James Wan (responsável pela cinessérie Invocação do Mal) e do próprio Stephen King como produtores.
Sendo muito sincero, não vale a pena ver nem como entretenimento passageiro…prefira o Drácula (1992) do grande Francis Ford Coppola ou espere pela refilmagem de Nosferatu, de Robert Eggers, que aportará nos cinemas no final do ano. Ou leia o livro! É uma das melhores obras de Stephen King que, como já disse, traz um tom trágico em cada página, faz uma reflexão da decadência moral e religiosa da sociedade, tem personagens inesquecíveis e, acima de tudo, é aterrorizante!
Gostei do filme. É um passatempo divertido, sem compraração com os filmes citados na crítica.
Nem é filme para sessão da tarde. Mas o final é imprevisível