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Round 6 - 2ª Temporada
Original:Ojing-eo geim / Squid Game
Ano:2024•País:Coreia do Sul
Direção:Hwang Dong-hyuk, Kim Ji-yong
Roteiro:Hwang Dong-hyuk
Produção:Kim Ji-yeon
Elenco:Lee Jung-jae, Wi Ha-joon, Lee Byung-hun, Yim Si-wan, Jo Yuri, Jun Suk-ho, Lee Seo-hwan, Tom Choi, Greg Chun, Jeon Young-soo, Jun Suk-ho, Oh Dal-su, Halley Kim, Rich Ting, Harrison Xu, James Tang Park Gyuyoung, Lee Jin-wook

Vindo com a correnteza de uma pandemia, a primeira temporada de Round 6 apresentou um produto divertido em uma espécie de Jogos Vorazes em que os participantes, pessoas frustradas financeiramente, tinham que enfrentar seis desafios para conquistar uma vasta quantia de dinheiro. Figurando ao lado de outras séries de sucesso da Netflix, como Stranger Things e A Casa de Papel, Round 6 evidenciava uma provável longevidade pela febre construída pela audiência infantil, em referência aos jogos, que levavam às escolas brincadeiras como “Batatinha Frita 1,2,3“. A boneca que ilustra o jogo inicial ficou conhecida em aplicativos e exemplares vendidos, e até foram desenvolvidos confrontos com outros brinquedos do gênero. No entanto, mais estranho que seu formato de sucesso foi a demora para o lançamento da segunda temporada, disponível apenas em 26 de dezembro de 2024.

Desenvolvida por Hwang Dong-Hyuk, com inspiração em mangás como Battle Royale, Liar Game e Gambling Apocalypse: Kaiji, e numa sociedade capitalista e capaz de fazer qualquer coisa por dinheiro, a expectativa pela segunda temporada de Round 6 atraiu 68 milhões de visualizações nos primeiros três dias de seu lançamento, com mais audiência que a primeira, ficando em primeiro lugar na plataforma em 92 países, e deixando evidências que o público realmente estava ansioso para retornar a esse universo de desafios e mortes violentas. Inicialmente Hwang não pretendia desenvolver uma continuidade, mas se viu retornando ao material pela popularidade da primeira, mas antes de voltar quis trabalhar em um filme e pensar em um roteiro que explorasse melhor a relação entre os personagens e justificasse o retorno do vencedor do jogo, Seong Gi-hun (Lee Jung-jae).

Ao final da primeira temporada, o personagem parecia obcecado em descobrir e denunciar os responsáveis e encontrar Front Man (Lee Byung-hun), que ainda continua recrutando perdedores no metrô. O primeiro episódio da segunda temporada, ambientado quatro anos após os eventos da primeira, mostra Gi-hun percebendo que está sendo rastreado através de um dispositivo implatado atrás de sua orelha e contratando seu ex-agiota Kim (Kim Pub-lae) para ações de procura de Front Man em várias estações. Quem também está atrás dos responsáveis é o policial Hwang Jun-ho (Wi Ha-joon), que sobreviveu ao tiro e queda do penhasco, salvo pelo capitão Park (Oh Dal-su), e agora está em busca da ilha onde acontecem os jogos. A razão para terem esperado anos para perpetuar uma vingança não é muito bem justificada.

O encontro com Front Man em uma praça, oferecendo pão ou bilhete de loteria aos moradores de rua, leva a um confronto com Kim e seu parceiro Choi Woo-seok (Jun Suk-ho), possibilitando ao recrutador propor um jogo de pedra, papel e tesoura associado à roleta russa. Depois será a vez do próprio Front Man jogar roleta russa com Gi-hun, mostrando sua frieza até mesmo quando a morte já é certa. Novas tentativas para encontrar os responsáveis, com o apoio de mercenários, são feitas no segundo episódio, envolvendo até mesmo uma festa de Halloween e perseguições pelas ruas. Sem alternativas, Gi-hun propõe ao outro Front Man, na limusine, que ele possa jogar novamente, algo que só irá acontecer no episódio seguinte e incomodou os fãs da série pela demora em rever a boneca e o ambiente infantil da ilha.

Além de Gi-hun, a série apresenta outros jogadores que se destacarão entre os mais de quatrocentos participantes, como o rapper intragável Thanos (Choi Seung-hyun), a grávida Kim Jun-hee (Jo Yuri) e seu ex-namorado Myung-gi (Yim Si-wan), o desagradável Im Jeong-dae (Song Young-chang) e a senhorinha Jang Geum-ja (Kang Ae-shim) no local com o filho. E também destaca um dos soldados do Squid Game: Kang No-eul (Park Gyuyoung), que atuava como mascote em um parque temático, e sensibilizada com uma criança com câncer, é convocada a ser uma eliminadora de participantes, porém age com uma frieza extrema ao matar jogadores que sobreviveram aos tiros e teriam seus órgãos utilizados.

Com a apresentação das regras do local, sem que os jogadores, à exceção de Gi-hun, saibam que são jogos mortais, os desafios têm inicio, exatamente com o tradicional “Batatinha Frita 1,2,3“. Como já sobreviveu ao primeiro, Gi-hun orquestra o movimento dos jogadores, o que permite que muitos sobrevivam, enquanto Thanos empurra alguns que deveriam estar paralisados para serem abatidos pelos atiradores. Quando revela aos demais ter vencido o jogo anterior, o protagonista é questionado pelas regras dos próximos e dicas de sobrevivência, enquanto há os que acham que uma pessoa que tenha chegado ao final jamais teria interesse em retornar.

Com a oportunidade de desistir de jogar a cada rodada, os sobreviventes se dividem entre os “Os“, que querem continuar jogando, e os “Xs“, que são contrários à continuidade, conscientes que podem morrer na próxima etapa. Essa divisão gera uma guerra interna como na primeira temporada, mas com a diferença que os jogadores eram assassinados durante à noite para render um prêmio maior e aumentar as chances de conquista. E é já na votação que o espectador descobre que o jogador 001 é um Front Man (Lee Byung-hun) e que está ali para manipular o jogo internamente. Enquanto os jogos acontecem na ilha, Hwang Jun-ho continua na busca pelo local, seguindo um rastreador colocado num implante dentário em Gi-hun, sem saber que o dispositivo fora retirado quando ele estava inconsciente.

E os novos jogos, a verdadeira atração de Round 6? Eles continuam sendo o principal entretenimento da série, apostando em desafios por equipe, com direito a jogar o pião e fazer embaixadas com uma bola e do carrossel misturado à tradicional “dança das cadeiras“: quando o carrossel para, você escuta um número e precisa se juntar à quantidade proposta e entrar em uma das portas antes que o tempo acabe. Sabendo do protagonismo de Gi-hun, o espectador passa a torcer pela sobrevida de outros como a personagem trans Hyun-ju (Park Sung-hoon), uma ex soldada das Forças Armadas da Coreia que perdeu o apoio da família após se revelar mulher trans. É claro que a presença traria polêmicas como a rejeição de preconceituosos e crítica pelo fato da série não utilizar uma pessoa trans real.

O sétimo e último episódio da segunda temporada não traz um encerramento da série, como se esperava. Como aconteceu com A Casa de Papel a temporada foi dividida em duas partes, no momento mais intenso quando os jogadores, liderados por Gi-hun, tentavam assumir o controle do local em confrontos que trarão perdas significativas e a revelação externa de que o Capitão Park não está ali para ajudar Hwang Jun-ho a encontrar a ilha. Bons momentos de tensão acontecem em todos os ambientes, mas deixam uma sensação de decepção pela necessidade de uma sobrevida da série para uma terceira temporada, e que tem tudo para ser o final definitivo de Round 6. Ou não.

Sem o mesmo carisma e novidade da primeira aposta, ainda assim Round 6 se mostra uma série interessante. Há, claro, muitas cenas que se arrastam mais do que deviam pela duração dos episódios, e momentos que não levam a lugar algum. Mas ainda assim trata-se de um bom entretenimento, com sequências de violência e luta pela sobrevivência. Agora resta aguardar o próximo round, quando um epilogo indica que a boneca de “Batatinha Frita 1,2,3” terá uma companhia.

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2 Comentários

  1. De onde vocês tiraram que existe mais de um Front Man nesse ambiente?

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