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O Macaco
Original:The Monkey
Ano:2025•País:EUA, UK, Canadá
Direção:Osgood Perkins
Roteiro:Osgood Perkins, Stephen King
Produção:Dave Caplan, Chris Ferguson, Brian Kavanaugh-Jones, James Wan
Elenco:Theo James, Tatiana Maslany, Christian Convery, Colin O'Brien, Elijah Wood, Rohan Campbell, Sarah Levy, Osgood Perkins, Tess Degenstein, Danica Dreyer, Kingston Chan, Zia Newton, Nicco Del Rio, Shafin Karim, Lumen Beltran

Quando ele sorrir, girar a baqueta e batucar o tambor acompanhado de uma trilha circense, alguém irá morrer. Uma ideia simples e efetiva calcada em mortes sangrentas e exageradas, na composição de um splatter que flerta com a franquia Premonição e tem a cadência de um Fome Animal. Inspirado em um conto de Stephen King, publicado em 1980 na antologia “Tripulação de Esqueletos“, O Macaco é um terrir que diverte sem fazer qualquer sentido, numa intensa descida de montanha-russa de um parque temático. Não é à toa que as expressões adjetivas que descrevem o longa são hiperbólicas: o infernauta terminará o longa banhado em tinta vermelha, independente se gostou ou não.

As chances de aprovação são muitas. A direção traz o nome de Osgood Perkins, que ano passado esteve em evidência com o thriller Longlegs – Vínculo Mortal (Longlegs). Tem a produção de James Wan, de Jogos Mortais e da franquia Sobrenatural. E, claro, Stephen King, que nos threads chegou a definir o que achou do filme, levemente inspirado em seu texto: “Você nunca viu nada como O Macaco. É insano. Como alguém que se entrega a batalhas de vez em quando, digo isso com admiração.“. Isso significa que o longa poderá entrar nas listas dos melhores filmes de 2025? Talvez figure entre os mais divertidos como Abigail e o anterior A Morte te dá Parabéns.

Iniciando em um 1999 – com estética dos anos 70 -, o filme traz dois irmãos gêmeos, Hal e Bill (ambos bem interpretados por Christian Convery), e os primeiros de muitos contatos que tiveram com perdas e a morte. O pai, Petey Shelburn (Adam Scott), fez uma ação desesperada para se livrar de um “brinquedo” que consiste em um macaco que funciona dando cordas, resultando na morte do vendedor de antiguidades (Shafin Karim), varado por um arpão e a exposição de suas tripas. Com o sumiço do pai, tal qual o do Stephen King (saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou), os pré-adolescentes precisam conviver com a mãe, Lois (Tatiana Maslany), e com uma herança sinistra, descoberta entre os pertences do pai.

Dar corda não o faz tocar os tambores de imediato, no entanto, mais tarde, durante um jantar em um restaurante hibachi, a ação resulta na morte da babá Annie (Danica Dreyer), decapitada. “Todo mundo morre. Alguns de nós pacificamente e dormindo, e alguns… horrivelmente. E a vida é assim.“, explica a mãe depois do sermão inconveniente de um jovem padre (Nicco Del Rio). Para Hal e Bill, as mortes passam a fazer parte da rotina, todas de maneira horrenda. Até mesmo a da mãe, vítima de aneurisma, expôe um sangramento visível e a queda batendo a cabeça na pia da cozinha.

Mais velórios, morada com os excêntricos tios, Ida (Sarah Levy) e Chip (o próprio diretor Osgood Perkins), e situações que os fazem perceber o mau agouro que envolve aquele aparente inofensivo boneco. Quando a narrativa salta 25 anos, mesmo depois de tentar se livrar dele ao estilo Samara, o pesadelo de um possível retorno assusta Hal e Bill (Theo James) ao ponto de impedir as tentativas de uma vida normal: Hal não consegue se aproximar de seu filho Petey (Colin O’Brien); e Bill está insano, vestindo as roupas de um eterno velório e tornando sua moradia um templo de morte.

Com a competência de Osgood Perkins na condução e toda a criatividade envolvida nas mais insanas mortes, O Macaco é uma descida sem freios ao inferno. Lida com temas sobre relações familiares e perdas, mas é bem raso não se atendo a explicações sobre absolutamente nada. Por que o Macaco esperou 25 anos para voltar a infernizar a família Shelburn? Por que Bill somente agora voltou a lembrar da morte da mãe e contratou Ricky (Rohan Campbell) para recuperar o brinquedo, se podia simplesmente ter matado o irmão? Por que Hal tinha toda essa preocupação sobre a possível volta da ameaça, afastando-se do filho, se passou boa parte desses anos sem nenhum acontecimento trágico? Se o macaco só funciona se der cordas, por que as pessoas insistem em fazer isso? Para esta última, há até uma explicação que envolve a insanidade de Bill, a mesma que motivou o pai a dar cordas no prólogo.

Além de deixar perguntas boiando entre vísceras, cabeças estouradas e corpos explodidos, o longa tem algumas soluções estúpidas como a que traz o último aceno entre os irmãos ao lado de simbólicas como a visão que Hal e Petey tem na estrada. Apesar da carnificina bem aproveitada, O Macaco não é para ser levado a sério como o conto do macaco e seus pratos, e nem deve ser visto como um filme de terror assustador. Funciona realmente como a franquia Premonição, expondo acidentes divertidos e banhando o infernauta de líquido rubro, sendo uma pedida ideal para ver com os amigos sem prestar muita atenção.

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