![]() Quarta Dimensão / O Demônio Enfurecido
Original:4D Man
Ano:1959•País:EUA Direção:Irvin S. Yeaworth Jr. Roteiro:Theodore Simonson, Cy Chermak, Jack H. Harris Produção:Jack H. Harris Elenco:Robert Lansing, Lee Meriwether, James Congdon, Robert Strauss, Edgar Stehli, Patty Duke, Guy Raymond, Chic James, Elbert Smith, George Karas |
“Ele atravessa paredes de aço sólido e pedra… para a 4ª dimensão!”
Quarta Dimensão (4D Man, EUA, 1959), também conhecido por aqui como “O Demônio Enfurecido”, é um filme de baixo orçamento de Ficção Científica com elementos de Horror, que felizmente para os apreciadores dessas preciosidades antigas está disponível no Youtube com a dublagem clássica de quando era exibido na TV, incluindo aquela nostálgica frase “versão brasileira AIC São Paulo”. E aqueles que tiveram a sorte de ver na televisão aberta nos anos 70 e 80 do século passado uma infinidade de filmes e séries do gênero fantástico irão reconhecer as vozes que marcaram essa saudosa época.
Produzido por Steve H. Harris e dirigido por Irvin S. Yeaworth Jr., na história temos o jovem cientista Dr. Tony Nelson (James Congdon) realizando experiências exaustivas tentando atravessar objetos sólidos em outros, como um lápis numa chapa de aço, com sucessivos fracassos. Depois de um acidente em seu laboratório destruir o prédio num incêndio, ele procura seu irmão mais velho, o também cientista Dr. Scott Nelson (Robert Lansing), que está trabalhando num Centro de Pesquisas financiado pelo ganancioso Dr. Theodore W. Carson (Edgar Stehli). Liderando o projeto de desenvolvimento de um material especial resistente, apelidado de Carbonite, supostamente impenetrável e à prova de bombas e calor, uma alternativa para o tradicional aço com uso militar, no conturbado período de Guerra Fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética.
Sua equipe é formada pela namorada e secretária Linda Davis (Lee Meriwether, que foi uma cientista na série de TV “O Túnel do Tempo”) e pelo ambicioso assistente Roy Parker (Robert Strauss), especialista em eletrodinâmica e ansioso por liderar sua própria equipe e laboratório. Scott convida Tony para trabalhar na pesquisa de materiais, o que acabou formando um triângulo amoroso com Linda, com o irmão mais velho afastando-se dela e priorizando cada vez mais as experiências.
Depois de uma exposição exagerada num ambiente com radiação, o cientista desenvolveu um poder com ampliação dos impulsos elétricos do cérebro possibilitando transpassar objetos sólidos através de concentração mental, porém com o prejuízo de perder energia vital envelhecendo rapidamente.
Com a mente distorcida e enlouquecendo, tendo dificuldades para administrar sua nova condição de “cientista louco” e “homem transformado em monstro”, ele passou a cometer crimes como roubos de bancos e assassinatos, absorvendo a energia de vida das vítimas. Sendo agora um homem indestrutível da “quarta dimensão”, um “demônio enfurecido” que desperta a atenção da polícia com a investigação do Capitão Rogers (Elbert Smith), resta ao irmão Tony e a ex-namorada Linda tentarem convencê-lo a parar com as mortes.
Lembrando temas similares de O Raio Invisível (The Invisible Ray, 1936) com Boris Karloff no papel de um “cientista louco” que adquiriu o poder de matar apenas com o toque, Quarta Dimensão tem como maior destaque os efeitos práticos toscos, além da história interessante com a exploração do poder desconhecido da radiação e a ideia de um cientista perder a sanidade se transformando num assassino com a capacidade de atravessar material sólido. Os efeitos de maquiagem das vítimas com a energia vital drenada do corpo e as cenas do cientista atravessando paredes são obviamente datados e simplórios para os tempos modernos com auxílio de computação gráfica, porém convincentes e principalmente muito divertidos considerando a época de produção e os recursos disponíveis.
Por outro lado (e apenas uma opinião), a trilha sonora com jazz o tempo todo não combinou com as ações da história, ficando deslocada e estranha dentro do contexto de um filme bagaceiro com elementos de FC e Horror antigos e entretenimento garantido.
Curiosamente, o produtor Jack H. Harris estabeleceu uma parceria com o diretor Irvin S. Yeaworth Jr., e juntos fizeram também o anterior A Bolha (The Blob, 1958), com Steve McQueen e o posterior A Volta ao Mundo Pré-Histórico (Dinosaurus!, 1960).
Outra curiosidade foi a opção dos realizadores por um desfecho inconclusivo e aberto (que pode ter desagradado alguns) com uma eventual possibilidade de retomada da história, que não aconteceu.