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825 Forest Road
Original:825 Forest Road
Ano:2025•País:EUA
Direção:Stephen Cognetti
Roteiro:Stephen Cognetti
Produção:Cindi Rice, Dana Guerin, Joe Bandelli
Elenco:Elizabeth Vermilyea, Kathryn Miller, Joe Falcone, Diomira Keane, Darin F. Earl II, Monica Fleurette, Lorenzo Beronilla, Joe Bandelli, Leyah Rose, Claudia Langmaid, Brian Anthony Wilson, Ray Acevedo, Mike Sutton, Madeleine Garcia, Lyndsey Bentham, Jessica Albano

Um endereço aterrorizante que alguma distribuidora brasileira deveria tornar mais conhecido. Além do número 112 da Ocean Avenue (Amityville), o 3600 da Prospect Street (O Exorcista) ou o 1428 da Elm Street (A Hora do Pesadelo), há outros lugares malditos que você talvez não queira visitar. No entanto, o 825 da Forest Road seria um que você com certeza iria atrás, se residisse na cidade assombrada de Ashland Falls e fizesse parte do grupo de jardinagem. É nesse local que habita uma entidade que se espalha como uma doença pelos bairros e atrai a curiosidade dos novos residentes, o professor de música Chuck Wilson (Joe Falcone), sua esposa Maria (Elizabeth Vermilyea) e a universitária Isabelle (Kathryn Miller), em busca do tradicional recomeço, após uma perda recente.

A cidade é atormentada por um demônio vingativo que induz os moradores mais sensíveis ao suicídio – um gatilho perigoso para quem sofre de doenças mentais, é bom deixar avisado. Mas até que os protagonistas descubram que se trata de uma tal Helen Foster e possam se orientar na procura do endereço que talvez ocasione o fim da maldição, uns poucos dias da rotina dos familiares é apresentado, com óticas que os colocam em evidência em capítulos particulares. Assim o mesmo período de ação é visto sobre três ângulos distintos para mostrar como o fantasma está incomodando-os numa perturbadora onipresença.

Não é novidade no cinema, mas não deixa de ser interessante, se você entrar no jogo proposto por Stephen Cognetti, responsável pela franquia Hell House LCC e aqui traz seu primeiro horror sem câmeras em primeira pessoa. Até virem as respostas, chega a ser cômica a construção narrativa que não traz todas as respostas: Chuck entra no grupo Amigos da Jardinagem por saber que ali se discute sobre tudo menos plantações, como, por exemplo, a localidade da morada original de “ela“. Embora bem recebido pelos demais, nenhum puto ali presente pode interromper as conversas enigmáticas para trazer o contexto local, dizer o que “ela” representa, seu passado e o que está ocasionando a vingança da bruxa. Cabe a você ver o rapaz entrar numa biblioteca e se deparar com uma pilha de livros no corredor, e os atendentes, ao saberem da condição relatada, simplesmente olham com cara de nádegas um para o outro e não dão a explicação necessária para Chuck ou o espectador. Assim, você só irá perceber o que aconteceu ali em outro capítulo.

E a brincadeira continua com uma personagem gritando no corredor ou sendo vista aterrorizada na entrada da cozinha, diante de um fantasma, para o infernauta somente encaixar as peças em uma cena futura. Essa teia de horror ou onipresença da entidade é divertida pela maneira como se conecta, ainda que o enredo não avance além de seu limite. Ainda que evidencie recursos limitados, com elenco desconhecido mas esforçado, Cognetti sabe explorar o medo em sequências arrepiantes, como a que envolve a manequim Martha, um boneco envelhecido mas que ainda serve para os propósitos costureiros de Maria, aparecendo em lugares inusitados ou se movimentando durante uma vídeo-chamada.

Se a cidade é envolta nessa maldição perturbadora, com diversos moradores sucumbindo à aparição, é curioso pensar que as pessoas continuam se surpreendendo com o sobrenatural. Se a bibliotecária Molly (Leyah Rose) continua no emprego mesmo com manifestações no local, a aluna de Chuck, Olívia (Lyndsey Bentham), talvez não devesse se surpreender com a mulher tocando piano, ou poderia agir como Luke (Lyndsey Bentham), que além de nos fazer o favor de apresentar o contexto, demonstra pouco espanto ao ser recebido em casa por uma morta-viva. Na verdade, o incômodo dele se deve à chateação da garota, e não pelo episódio experimentado.

Pela construção narrativa inusitada, reforço a importância de que 825 Forest Road tenha mais créditos. É um filme B inteligente, bem realizado mesmo com suas limitações, e passível de trazer alguns calafrios rápidos. Se Demián Rugna conseguiu holofotes para o também econômico Aterrorizados (Aterrados, 2017), por que não abrir as portas para que Stephen Cognetti possa fazer mais do que sequências da casa do inferno e apresentar seu esforço criativo?

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