![]() Play Motel
Original:Play Motel
Ano:1979•País:Itália Direção:Mario Gariazzo Roteiro:Mario Gariazzo Produção:Armando Novelli Elenco:Ray Lovelock, Anna Maria Rizzoli, Mario Cutini, Antonella Antinori, Patrizia Behn, Enzo Fisichella, Marina Hedman, Mario Novelli, Marino Masé, Patrizia Webley, Anthony Steffen |
Play Motel é um sexploitation italiano disfarçado de giallo. Seguiu a tendência de filmes de mistério, thriller envolvendo um assassino misterioso e intrigas, comuns nos primórdios dos anos 70, mas de maneira bem sutil, reservando boa parte de sua metragem na exposição de corpos femininos e emulação de sexo bizarro. O responsável pela direção e roteiro, Mario Gariazzo, já havia adentrado diversos gêneros em sua filmografia, incluindo horror e thrillers, sci-fi e comédia, iniciando a carreira com alguns westerns spaghetti como Texas Calibre 38 (Dio perdoni la mia pistola, 1969) e depois partindo para o horror erótico de A Possuída (L’ossessa, 1974), sempre passeando pelo cinema de exploração e seguindo tendências, ainda que atrasadas como a sua contribuição para o ciclo de canibalismo por meio de Schiave bianche – Violenza em Amazzonia, realizado em 85.
Da parte que vale a pena em Play Motel – a não ser que você seja um adolescente com espinhas na cara -, além de alguns assassinatos discretos, pode-se dizer que é como ele mostra os bastidores da produção de fotonovelas eróticas italianas. Aliás, toda a trama gira em torno dessa empresa, Shamrock Editions, sua forma de manipulação do sexo e chantagens, tendo como consequência uma conspiração criminosa. Começa quando o rico comendador Rinaldo Cortesi (Enzio Fisichella) contrata a garota de programa Loredana (Marina Frajese) para sequências vexatórias de sadomasoquismo, com fantasias estranhas, em um motel. Tempos depois, ele recebe em seu escritório fotos que registram suas perversidades, com um pedido de uma vasta quantia para evitar que seja divulgado.
Quando telefona para o advogado para entender como deve proceder, sua esposa Luisa (Patrizia Behn) está na cama com ele. Sabendo da ameaça, ela pede ajuda do inspetor de polícia De Sanctis (Anthony Steffen), e, de posse das fotos comprometedoras, tenta identificar a prostituta, chegando à editora. Loredana é assassinada em seu carro por alguém com luvas pretas e uma chave de boca, forjando um acidente de automóvel. Luisa descobre uma sala adjacente ao quarto 3 do motel, com um espelho que permite entender como as fotos foram feitas, mas é também surpreendida pelo assassino, tendo o corpo largado no veículo do ator Roberto Vinci (Ray Lovelock), enquanto este estava com a namorada Patrizia (Anna Maria Rizzoli). Ambos resolvem, juntamente com a polícia, tentar descobrir quem está matando e quem está chantageando, e qual a relação com o estúdio de fotografia.
Não é um enredo complicado de se entender, porém os excessos de cenas desnecessárias e apelativas podem distrair o espectador ou afastar seu interesse. E nem é preciso muito esforço para identificar o assassino e os demais envolvidos nos crimes – sim, trata-se de uma conspiração -, pedindo apenas a paciência entre as inúmeras vezes em que as moças irão mostrar os peitos e tocará a música título, bem característica da época. E os tais momentos softporn que completam o recheio são patéticas e completamente anti-climáticas: o senhor que se veste de diabinho para corromper a moça vestida de freira, o que derrama champanhe sobre o corpo de uma mulher antes de insinuar que introduziu nela a própria garrafa; e tem até uma cena em que o fotógrafo interrompe os registros no estúdio para estuprar sua modelo fotográfica e depois pede desculpas para continuar o ensaio; entre outros absurdos; como o bangue bangue final.
Produzido por Armando Novello (de outro trabalho similar, intitulado Slaughter Hotel aka Asylum Erotica, 1971), Play Motel é uma bobagem que passaria tranquilo na programação do Sexta Sexy. Quem é fã de produções de mistério e assassinato deve evitar ao máximo visitar esse ambiente de luxúria e apelação. E ainda desperdiça a boa vontade de atores como Anthony Steffen (O Peixe Assassino, 1979) e Ray Lovelock (de Não se Deve Profanar o Sono dos Mortos e As Taras da Sétima Monja) no esforço de dar ao filme méritos melhores.