 Static
Original:Static
Ano:2012•País:EUA Direção:Todd Levin Roteiro:Todd Levin, Gabriel Cowan, Andrew Orci, John Suits Produção:Gabriel Cowan, Andrew Orci, John Suits Elenco:Milo Ventimiglia, Sarah Shahi, William Mapother, Sara Paxton, Dominic Bogart, Oz Kalvan, Luke Barnett, Brett Mann, John Hermann |
Quando escrevi sobre Hotel da Morte (The Innkeepers, 2011), comentei sobre a carreira da promissora scream queen Sara Paxton, traçando um paralelo com a do cineasta Ti West. Ela fez A Última Casa (The Last House on the Left, 2009), seguido por Terror na Água 3D (Shark Night 3D, 2011), o próprio Hotel da Morte no mesmo ano, e depois Rumo ao Nada (Enter Nowhere, 2011) e Static (2012) até passar a estrelar produções para a TV, destacando uma participação na série Twin Peaks, em 2017. Curiosamente, logo após meu texto em 2021, ela atuou em mais longas de horror: Noites Brutais (Barbarian, 2022) e no recente A Hora do Mal (Weapons, 2025), ambos de Zach Cregger, seu marido, demonstrando que ainda podem vir boas escolhas no futuro. Só para fins de complemento, após minha análise, Ti West fez a trilogia X – A Marca da Morte (X, 2022), Pearl (2022) e MaXXXine (2024), não se afastando tanto do gênero quanto eu imaginava.
Static é um dos trabalhos menores de Paxton, ainda que possa despertar algum interesse. É basicamente uma disfarçada refilmagem de Os Estranhos (The Strangers, 2008) em várias coincidências narrativas até o seu final mastigado e levemente surpreendente. Com direção de Todd Levin, em seu único crédito na função, o longa se passa em um ambiente rural, uma casa isolada por uma mata densa, moradia do casal Jonathan (Milo Ventimiglia) e Addie (Sarah Shahi), que recentemente sofreu a terrível perda do único filho, Thomas (Oz Kalvan), afogado na piscina, numa distração do pai, preocupado com sua produção literária.
Em um clichê básico, a morte abalou a relação dos dois: Addie quer ir embora da casa que transpira a presença do pequeno, enquanto Jonathan ainda se mostra atento ao término de seu mais recente livro. Quando parece que uma noite tranquila talvez corrija algumas feridas, alguém bate à porta na madrugada. A estranha Rachel (Paxton) não pergunta sobre Tamara, mas anuncia que precisa de abrigo pois está sendo perseguida por vários mascarados, tendo abandonado o veículo nas proximidades. Jonathan confirma o roteiro da garota, encontrando o veículo com indicação de que os pneus foram furados como em Pânico na Floresta (Wrong Turn, 2003), ao passo que Addie começa a levantar suspeitas sobre a visitante noturna, estranhando que ela parece saber segredos sobre eles, ainda que demonstre ter medo daqueles que circundam a morada.
Aos poucos, os intrusos, vestidos com máscara de gás, passam a persegui-los pelos cômodos e partes externas da casa, e eles percebem que precisarão enfrentar os inimigos, sem ter como se comunicar com vizinhos e a polícia e nem encontrar uma maneira de fugir dali. O argumento de Gabriel Cowan, Andrew Orci, John Suits e do próprio Levin propõe o mistério sobre a identidade dos estranhos e a motivação. Há algumas pistas pelo caminho, assim como algumas decisões do enredo que não fazem sentido quando você descobre o que está acontecendo. Trata-se, obviamente, de mais uma ideia explorada à exaustão no cinema fantástico e que já até incomoda mais do que permite boas reflexões.
É provável que Static fosse melhor avaliado se não existisse o longa de Bryan Bertino e tantos outros similares envolvendo invasão domiciliar. A impressão de estar vendo uma refilmagem ou uma produção oportunista é imensa, ainda que permita o interesse pela presença de Paxton, de Milo Ventimiglia (Os Portões do Inferno, 2017) e Sarah Shahi (Adão Negro, 2022). Há uma pontinha de William Mapother, o rosto mais conhecido do elenco por ter participado da série Lost e dos longas O Grito (The Grudge, 2004), O Zodíaco (The Zodiac, 2005) e O Misterioso Caso de Judith Winstead (The Atticus Institute, 2015), entre tantos outros.
Para quem é fã da atriz ou curte uma produção claustrofóbica, com boas sequências de tensão e suspense, Static pode até permitir um breve escapismo, desde que saiba que não verá nenhuma novidade nessa trama de mascarados atormentando um casal em crise.
