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Confissões do Crematório
Original:Smoke Gets In Your Eyes and other lessons from the crematory
Ano:2016•País:EUA
Autor:Caitlin Doughty •Editora: Darkside Books

A morte é algo de que a maioria das pessoas prefere manter distância. Mesmo assim, a morte é a única certeza da vida, como costuma-se dizer. Então, por que não aprendemos a lidar com ela e, não desejá-la, mas aceitá-la?

Neste ano a DarkSide Books lançou o primeiro livro de não-ficção da sua linha Dark Love, Confissões do Crematório, de Caitlin Doughty. A autora fala sobre sua obsessão pela morte quando adolescente, o que a fez querer se tornar uma profissional da área e a levou a trabalhar no crematório Westwind Cremation & Burial, em São Francisco. À primeira vista, o leitor pode achar que o livro é uma coleção de “causos” vividos por Caitlin no trabalho, mas a obra é muito mais que isso, entrelaçando suas experiências com história, antropologia, mitologia, religião e filosofia.

Confissões do Crematório (2016) D

Confissões do Crematório não é propriamente um livro de terror, mas as descrições detalhadas de Caitlin sobre decomposição e embalsamamento, por exemplo, podem atrais fãs do gore. Estas experiências são relatadas pela autora em uma escrita engraçada, mas não sem sensibilidade. A cada capítulo, Caitlin liga as situações que já viveu no crematório à informações sobre as diferentes formas que cada cultura tem de lidar com seus mortos (como a tribo amazônica dos Wari’, que vê o canibalismo como a forma correta de se despedir de seus entes queridos) ou a críticas à indústria da morte, cada vez mais sofisticada e desumanizada.

Confissões do Crematório (2016)Caitlin não se tornou uma pessoa fria por lidar com a morte, mas aprendeu a aceitar sua mortalidade e a desejar mudar a visão das pessoas sobre este inevitável destino. Sua profissão lhe proporcionou um choque de realidade e a fez, além de se tornar uma diretora funerária, criar o movimento Order of the Good Death, que “une profissionais da indústria funerária, acadêmicos e artistas explorando formas de preparar uma cultura que tem medo da morte para sua inevitável mortalidade”, e seu bem-humorado canal no YouTube, Ask a Mortician, além de, claro, escrever Confissões do Crematório.

Quer concordemos ou não com a visão de Caitlin, é hora de começarmos a discutir a morte não de forma pessimista, mas como uma rota natural que todos temos de seguir. E nada melhor do que começar da forma descontraída proporcionada por Confissões do Crematório.

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