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Quem tirou essa foto de Sally, na última cena do original?
Quem tirou essa foto de Sally, na última cena do original?

Dando continuidade à série de matérias sobre o (péssimo) Massacre de Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, decidi escrever algo em primeira pessoa sobre a única questão que chamou a minha atenção referente a este novo filme. Com todos os problemas da atual trama (e olha que não são poucos), preciso dizer que realmente fiquei impressionado com a ideia de começar a película no exato momento no qual a obra original termina.

Pode parecer algo bobo ou sem importância, mas todo fã de filmes de terror sabe que continuidades funcionais entre sequências é algo bastante raro no gênero. Neste quesito, não me refiro apenas aos filmes que começam no exato momento no que o anterior terminou, mas penso na própria ideia de continuidade dentro da mitologia fílmica em questão. Tais cuidados na hora de recriar cenários ou trazer personagens de volta servem como uma forma de prestar respeito pela produção original.

Pelo fato do gênero trabalhar bastante com sequências, torna-se muito comum encontrar tanto exemplos positivos quanto negativos referentes a ideia de continuidade envolvendo cenários e personagens. No caso deste (péssimo) Massacra de Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, somos brindados com uma introdução onde literalmente revemos as melhores e mais icônicas cenas do filme original, dos assassinatos até a fuga de Sally das mãos de Leatherface e família. Rever tais sequências na tela grande e em 3D é uma verdadeira festa para os olhos principalmente porque a edição não economizou em explorar as cenas.

Depois de revisitar o original, passamos a acompanhar a nova produção. Os produtores divulgaram para os quatro cantos do Texas que este novo capítulo seria uma sequência direta do filme de 1974. Escutamos então a voz da personagem Sally chorando e explicando que fugiu de uma casa de loucos que mataram todos os seus amigos. Não temos imagens da personagem no novo filme, mas ter a voz da mesma já representa certa ligação com o original. Infelizmente a voz da “novaSally é bem diferente da voz da atriz Marilyn Burns, que interpretou a garota em 1974.

A ação mostra então a polícia se dirigindo para a casa onde tudo aconteceu. Aqui, um primeiro ponto de reconhecimento no caminho para a casa é o caminhão Black Maria estacionado na beira da estrada. Para quem não lembra, foi este o veículo que atropelou e matou o caroneiro do filme original. Este marca o ponto onde Sally foi resgatada. Mais alguns segundos e chegamos na casa onde toda ação aconteceu. Aqui temos uma recriação da construção, que apesar de não ser perfeita, se aproxima muito da original. Percebemos inclusive a janela quebrada pela qual Sally fugiu da casa.

Massacre
As evidências também estão em 3D? Olhe para o alto à direita!

Em comparação, o exterior da nova casa aparenta ser mais limpo do que a original, mas a arquitetura é bem semelhante. A produção inclusive colocou uma cadeira-balanço em frente a casa muito parecida com a qual Pam fica alguns segundos sentadas no filme original. Seguimos então para o interior da casa onde é possível perceber uma preocupação muito grande com o cenário. Detalhes como a porta de ferro, a sala de jantar e a própria cozinha são quase que fielmente recriados.

E o que dizer dos personagens? Por se trata de um filme gravado 39 anos depois do original, era de se esperar que alguns atores não pudessem repetir os mesmos papeis, seja pela própria ação do tempo ou porque alguns destes simplesmente já morreram. No entanto, o diretor John Luessenhop escalou alguns nomes do original para reviverem alguns dos personagens tão conhecidos. Destaque para Bill Moseley (que fez o Chop Top na parte 2 e aqui atua como o cozinheiro Drayton). Apesar de não ser fisicamente igual ao ator Jim Siedow, que fez o personagem nos Massacres 1 e 2 e morreu em 2003, Moseley está bem caracterizado e até com o sotaque e modo de agir de Siedow.

O vovô não está tão zumbi quanto no original!
O vovô não está tão zumbi quanto no original!
No filme de 74, ele pouco se mexia...
No filme de 74, ele pouco se mexia…

Além dele, o vovô, interpretado novamente por John Dugan, também está de volta. Alguns fãs discordam da quantidade de novos membros da família que são vistos nesta cena e que simplesmente não existiam no original. Pessoalmente, eu busquei uma interpretação para isto. Acompanhando o raciocínio de que Sally fugiu no começo da manhã, ela levou um tempo desde o ponto em que foi resgatada até chegar até a polícia, contar a sua história e fazer com que alguém da polícia, e posteriormente a população, fosse ao local. Desta forma, é possível imaginar que Drayton teria tido tempo de chamar outros membros da família prevendo que a fuga de Sally traria problemas. Entre os novos parentes, é possível ver Gunnar Hansen, intérprete do Leatherface original, como Boss Saywer.

Gunnar Hansen à espreita na janela!
Gunnar Hansen à espreita na janela!

Esta sequência é tão bem concebida que ao ver um diálogo entre o cozinheiro e Leatherface na cozinha, é possível acreditar por alguns segundos que trata-se de uma cena originalmente feita para o filme de 1974, mas que nunca foi usada até aquele momento. Trata-se de uma verdadeira emersão na obra original que através dos detalhes da nova cena, transcende a lógica de ser um produto feito quase quatro décadas depois e funciona de forma harmoniosa com o os flashbacks iniciais.

A conclusão deste prólogo é até satisfatória, com os moradores da cidade abrindo fogo contra a família e destruindo a casa. É justamente a partir deste começo, que os diversos problemas do filme começam com uma trama que não tem porque existir e com crateras no roteiro, que consegue ser o mais absurdo da série. Curiosamente, durante toda a trama eu ainda busquei referências do original, como reconhecer elementos em uma caixa de evidência de policiais sobre o primeiro massacre. Outra grata surpresa é a participação de Marilyn Burns, a Sally original, que neste filme interpreta a personagem Verna. Diferente de O Massacre da Serra Elétrica – A Nova Geração, de 1994, no qual Burns faz uma rápida aparição como uma paciente em uma maca, aqui ao menos ela possui algumas falas. Também é possível ver fotos de Marilyn seja em antigos jornais policiais como Sally ou mais velha, como Verna. Alguns fãs se perguntaram se Sally e Verna seriam a mesma pessoa? Eu realmente acho que não. O que teria acontecido com Sally pós massacre? Esta pergunta não foi respondida.

Mesma imagem da evidência colhida pela polícia!
Mesma imagem da evidência colhida pela polícia!

Ao final do filme, o meu veredito pessoal foi que a recriação do final do original foi o melhor deste novo Massacre, que peca principalmente pelo péssimo roteiro. Como exemplo, basta pensar na sequência de Leatherface perseguindo a mocinha da vez em um parque de diversões repleto de pessoas. De forma resumida, o único acerto deste filme e que valeu os cinco reais que paguei pelo ingresso foi rever as cenas do original e a recriação deste final. O que prova que não é a toa que o filme de 1974 continua firme e forte na lista dos dez melhores filmes de terror da história. Geralmente entre as três primeiras posições.

Exemplos que não deram tão certo:

– No brilhante filme Aliens – o Resgate (de 1986), Sigourney Weaver e demais sobreviventes vão dormir o sono dos justos nas câmaras criogênicas da nave Sulaco. Em Alien 3, de 1992, reencontramos os personagens dormindo na mesma nave, mas em câmaras criogênicas completamente diferentes.

– A casa de Michael Myers, em Halloween, de 1978, é igual nos dois primeiros filmes da série, mas completamente diferente no restante da franquia. Com o passar dos anos, a casa parece que aumenta e diminui de tamanho, além de ganhar cômodos que não existiam.

Freddy Krueger foi derrotado em uma igreja em A Hora do Pesadelo 4, de 1988. Um ano depois, ele estava de volta. A igreja aparenta ser a mesma, mas um olhar mais atento mostra que trata-s e de um cenário bem menor do que o original. Falando no tio Freddy, a atriz Patricia Arquette queinterpretou a mocinha Kristen no Pesadelo 3 engravidou e não pôde voltar na parte 4, o que fez com que a Tuesday Knight assumisse o papel. A semelhança entre as duas era apenas a cor do cabelo.

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3 Comentários

  1. O filme começou promissor mais ao decorrer mostrou um Leatherface bundão e sentimental no qual não combina com a versão do podre loco da serra de 74. Uma pena. Destas continuações o único que tolerei foi o “Inicio”. O resto não precisava nem ter sido lançado.

  2. Curti demais o início do filme… NOSSA! Muito bom realmente ver em 3D… EMbora achei estranho, as mortes ficaram legais… eu até fiquei feliz de ver algumas marteladas e pessoas cortadas ao meio, mas, nada se justifica a “sequência de 1974”, pq, não vi nada de mais, apenas um salto no tempo e um monte de gente sem graça… Mas, vlw a pena sim…
    E realmente, tenho o que 1974 aqui na prateleira, e ele é um dos MLEHORES e MAIS DIVERTIDOS que tenho… FILMAÇO ETERNO para qualquer fã de TERROR!

  3. Sequências em filmes de terror geralmente ficam nessa ênfase comercial, vendar mais do que gostaram no primeiro. Sequências são boas em essência quando são utilizadas para finalizar uma história ou ideia que talvez não tenha sido concluída anteriormente.

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