Violet Devereaux bem que alertou Caroline Ellis sobre os espelhos em A Chave Mestra: neles você consegue ver mais do que gostaria! Mesmo com o aviso, nas produções de horror são comuns as cenas com espelhos e seus reflexos assustadores. Pentear os cabelos, escovar os dentes ou simplesmente dar um trato nas madeixas já deixaram de ser atividades simples depois que os filmes de terror mostraram que há mais coisas nas imagens refletidas do que simplesmente a sua aparência depois da ressaca de Carnaval.
Ele pode simplesmente estar naquele armário de banheiro em que as pessoas guardam as escovas e lâmina de barbear, em que, no ato do fechamento da porta, revela o assassino ou fantasma que está atrás de você (como aquela bizarrice no estilo A Vila, que apareceu para Katherine Thorn em A Profecia, de 2006), ou apenas são acompanhados de um som mais forte para sugerir o que poderia estar ali. Talvez até uma passagem para uma realidade alternativa, como a que foi Roger Cobb em busca de seu filho desaparecido, ou aquela mágica evidente na série Perdidos no Espaço.
Pode ser também daqueles maiores, de lugares sofisticados como o Overlook Hotel, onde, em 1980, Jack Torrence abraçou uma bela mulher até o espelho revelar sua aparência repugnante. Nestes maiores, muitas vezes são comuns uma leve distorção da imagem, fazendo seu rosto revelar um lado ruim ou um outro lado, como Ash viu em Evil Dead 2, a pequena Carol Anne também, em Poltergeist 3, ou o espelho amaldiçoado de Amityville 7 – sem deixar de citar a versão maléfica de Ben Carson e outras vítimas de Espelhos do Medo.
Os espelhos também servem como meio de comunicação. Você pode chamar Candyman, mencionando seu nome repetidas vezes; deixar uma mensagem invertida como “redrum“; um recadinho como “eu sei” (ou “eu ainda sei“, dependendo da continuação), “olhe o que você fez” (Amigo Oculto), “Não está Sozinha” (Na Companhia do Medo) e até “você sabe“, assombrando Claire Spencer em Revelação. Eles também podem revelar um grande mistério como a localização dos corpos de Banho de Sangue, o vulto de Michael Myers ou Samara Morgan, ou uma simples queda de orelha, em A Mosca. Apesar de que também tenha sido doloroso ver Tom Witzky arrancar seu dente em Ecos do Além…
Talvez por serem assustadores, os vampiros tenham decidido não refletir neles, e é exatamente na ausência de seus reflexos que o terror acontece. Em Dança dos Vampiros, o pior que poderia acontecer é a sua presença nele ou o simples fato de você notar que está dançando sozinha como na balada de A Hora do Espanto – aliás, é o espelho que mostra ao vampiro Jerry Dandrige que os visitantes sabem mais do que sugerem.
Há os dois lados: aqueles que adoram seus reflexos como a cruel Elisabeth Bathory e A Rainha do Espelho, dos Irmãos Grimm; ou odeiam e não se importam em acumular anos de azar como Jason Voorhees e Michael Myers em Sexta-Feira 13 e Halloween. De todo modo, os espelhos sempre estarão lá para aterrorizar e refletir um mal escondido, basta você olhar com mais atenção a eles, sem se preocupar com apenas sua imagem.
Oi, Marcelo! Adorei ler sobre os filmes, E o melhor de tudo é que vocês, deste site, escrevem muito bem, o que não causa nenhum desalento enquanto estamos lendo, diferente da maioria do lixo que há na internet! Parabéns pelo trampo!
Muito bom!
Atualizando, falta a do garotinho na caixinha de música de Invocação do Mal.
Nooossa Adoorei! quando era criiança, assisti meu primeiro filme de terror, e tinha a ver com espelhos, e depois disso, fiquei mais de 1 ano sem olhar pro espelho kkkkk’
BOM DEMAIS
Realmente espelhos sempre causam um certo suspense nos filmes de terror.Ótimo artigo.
Você esqueceu de mencionar o fato dos espelhos serem interdimensionais, como citado no clássico Príncipe das trevas ( ou escuridão) de John Carpenter, onde serve de passagem entre o inferno e a terra.
muito bom esse artigo.
Showww de bilheteria!!!!
Bom texto!!!!
provocado pelos espelhos é apenas uma representação do terror provocado pelo abuso dos manipuladores. Tudo é irreal na verdade; esses espelhos, que contêm vida, (no filme) são de fato a representação dos manipuladores de controle mental e o terror que eles causam na psique de suas vítimas.
uiii !!!!!! q podre ! N GOSTEI !! ;-P
Ótimo artigo, Marcelo! Espelhos têm tudo a ver com o gênero terror! Eles possuem charme e mistério, e até eles foram vítimas dos inevitáveis clichês! Sabe a cena que mais me marcou no gênero: a do banheiro abandonado onde tem um espelho por onde a Virginia Madsen entra para investigar a lenda do Candyman! ARREPIOS até hoje!