Nasce Um Monstro
Original:Its Alive
Ano:1974•País:EUA Direção:Larry Cohen Roteiro:Larry Cohen Produção:Peter Sabiston, Janelle Cohen e Larry Cohen Elenco:John P. Ryan, Sharon Farrell, James Dixon, William Wellman Jr., Shamus Locke, Andrew Duggan, Guy Stockwell, Daniel Holzman |
Um bebê, que sofreu mutações durante a gestação, nasce deformado e com um apetite voraz e assassino. Ele escapa do hospital e transforma uma pequena cidade americana em um inferno. A policia local inicia uma verdadeira caçada ao pequeno monstro, que assustado vai trilhando um rastro de sangue e violência.
“Você já reparou que a gente costuma chamar de Frankenstein o monstro, e não o seu criador?”
Existem filmes que perturbam mais pelo conceito trabalhado do que pelo resultado em si da produção. Nasce um Monstro é um destes casos.
Nasce um Monstro foi escrito, produzido e dirigido por Larry Cohen. O filme semi-independente (acabou distribuído pela Warner) explorava os temores que as novas e poderosas drogas sintéticas, os produtos químicos e os poluentes fossem os grandes vilões do novo século. Este medo, que já assombrava os americanos na década de 70, é materializado na forma de uma criança que sofreu mutações genéticas.
A trama narra o pesadelo vivido pelo casal Frank e Leonore Davies. Eles formam a típica família americana de classe média. Com um filho de 11 anos, o casal aguarda ansiosamente o nascimento do segundo filho. Leonore está feliz, conseguiu engravidar após várias tentativas frustradas.
Apesar das dores intensas e a suspeita de que “algo está errado”, Leonore resolve manter sua gravidez. Na noite do parto, Frank aguarda preocupado na ante-sala, enquanto a esposa se contorce na mesa de operação. Na hora do nascimento, a criança se revela uma aberração, uma espécie de bebê-mutante. A criatura mata toda a equipe médica e desaparece pelos dutos de ar do hospital. A polícia logo cerca o local e inicia uma caçada atrás do monstrinho responsável pelo massacre.
O filme apresenta uma premissa simples e enxuta, daquelas típicas de filmes B. Aliás, gênero de baixo orçamento pelo qual Lawrence Cohen acabaria conhecido nos anos seguintes, com produções como A Coisa, A Ambulância, Q – The Winged Serpent e Retorno a Salem’s Lot. Hoje, Larry se destaca como roteirista de grandes produções, como Celular (Cellular, 2004), Por um Fio (Phone Booth, 2002) e Cativeiro (2007). Atualmente, o produtor/diretor/roteirista está trabalhando em conjunto com Josef Rusnak (da ótima ficção pré-Matrix 13º Andar), na refilmagem de Nasce um Monstro. O remake tem estréia prevista ainda para 2008.
Após o começo tenso, o personagem de Frank Davies torna-se o foco da trama. Com o bebê-mutante sumido, Frank vê a sua vida desmoronar: perde o emprego, passa a ser perseguido por repórteres nada discretos e sua esposa Leonore começa a ter um comportamento, digamos, um tanto fora do normal. Frank se convence então que a única maneira de ter a sua família e a normalidade de volta é a morte do filho. Deste momento em diante, ele resolve ajudar a polícia na procura pelo pequeno assassino.
O artifício usado por Cohen de não mostrar a criatura (possivelmente pelas limitações financeiras da produção), pode irritar um pouco os espectadores menos pacientes. Mesmo nos momentos em que o bebê-monstro ataca, vemos apenas suas vítimas. Um outro recurso meio tosco é a visão distorcida da criatura: uma imagem sobreposta que parece mais um canal de televisão mal sintonizado.
Os que esperam aquela violência explícita característica às produções setentistas contemporâneas (como O Massacre da Serra Elétrica e Aniversário Macabro) também podem se decepcionar. Falta sangue e violência em Nasce um Monstro, ainda que os efeitos de maquiagem tenham ficado a cargo de ninguém menos do que Rick Backer, que teria o nome imortalizado sete anos depois com os efeitos de Um Lobisomem Americano em Londres.
Lembrando muito O Mundo em Perigo, as sequências finais de Nasce um Monstro mostram uma perseguição policial nas galerias de esgoto de Los Angeles. Frank Davies acaba frente a frente com o bebê-monstrengo. Terá ele forças para assassinar seu próprio filho?
Existe ainda outra grande semelhança entre o clássico big bug O Mundo em Perigo (Them!) e Nasce um Monstro. Ambos os filmes mostram criaturas que sofreram mutações por atos inconsequentes do ser humano, no caso de Them!, são formigas que ficaram do tamanho de um carro graças à exposição à radiação produzida por testes nucleares no deserto do Novo México.
O motivo pelo qual a personagem Leonore dá a luz a um monstro não fica claro. Em determinado momento, a mãe afirma que tomou remédios que ajudaram na fertilização. Em outro, o médico reclama que o pai se negou a fazer exames. A crítica americana, quadrada como sempre foi, ficou irritada com a falta de “explicações”.
A trilha sonora seria uma das últimas composições do genial Bernard Hermann, famoso pelas trilhas de Psicose, Cabo do Medo e Cidadão Kane. O último trabalho de Hermann, falecido em 1975, seria a trilha composta para Táxi Driver.
Algumas mortes, mesmo que apenas insinuadas (como foi dito o bebê-monstrengo dificilmente aparece), tornar-se-iam clássicas dentro do gênero horror. Uma delas é a de um descuidado leiteiro que não percebe que o monstrinho está dentro de seu caminhão. A seqüência, um tanto cômica, termina com a morte do entregador. Uma outra situação engraçada é quando dezenas de carros de polícia cercam uma casa. Os policiais com armas em punho invadem o quintal da residência e abordam o bebê… errado!
O limitado elenco é encabeçado por Jack P. Ryan, interpretando o atormentado pai do bebê-monstro. Sharon Farrel faz o papel da mãe, enquanto James Dixon o cientista que quer se aproveitar da situação. Dixon tornou-se parceiro de Cohen e participou de vários filmes posteriores do cineasta.
Nasce um Monstro recebeu duas sequências inferiores, também dirigidas por Larry Cohen. Uma quatro anos após, chamada It´s Alive Again (1978) e It´s Alive III – The Island of Alive em 1987 (este último com o humor muito mais acentuado).
Lançado nos Estados Unidos em outubro de 1974, Nasce um Monstro venceu o prêmio especial do júri no Avoriaz Fantastic Film Festival de 1975. No Brasil foi lançado apenas em formato VHS pela Warner nos saudosos anos 80. Recentemente foi distribuído lá fora um belo box contendo todos os três filmes da série. Resta a nós, moradores do terceiro mundo, esperar pela boa vontade das distribuidoras nacionais.
Ousado e macabro, ainda que com limitações, Nasce um Monstro vale mais como referência para gênero horror do que como cinema de qualidade. E apesar do elenco de segunda e a produção barata, tornou-se com o passar dos anos um pequeno clássico.
Ao contrário do que foi publicado passou sim nos cinemas brasileiros em meados de 76 ou 77
Pelo menos aqui no RJ
Amittivile 2 a possessão
A Profecia (The Omen) 1976 de Richard Donner
Amo!!!!!! Filme Incrível, exatamente por ser b!
Bom filme, tornou-se um clássico do gênero terror.
Sem dúvida, NASCE UM MONSTRO se figura entre os Clássicos do Terror dos saudosos Anos 70.
Mesmo com o orçamento limitado, Larry Cohen criou o terror na medida certa, dando pouco foco no bebê-monstro, mostrando-o apenas nas sombras, um truque que funciona muito em um filme como este.
Mesmo com sua pouca presença em tela, o Bebê-Monstro tornou-se um ícone do Terror dos Anos 70, ao lado de tantos outros.
O clima de suspense deixa o espectador tenso, sempre esperando pelo próximo ataque do Bebê ou então esperando para finalmente vê-lo. E quando o vemos, ficamos chocados com sua aparência assustadora, mas, de certo modo, não deixamos de sentir um pouco de simpatia por ele.
No final do filme, vemos o quanto Frank estava errado em querer seu filho morto e passamos a entender sua atitude.
IT’S ALIVE ganhou duas sequências, IT LIVES AGAIN (1978) e IT’S ALIVE 3: ISLAND OF THE ALIVE (1987). A primeira sequencia é muito boa, com não apenas um, mas DOIS Bebês-Monstros! O capítulo final da trilogia não tive a oportunidade de ver.
Enfim, IT’S ALIVE é um ponto alto na carreira de Larry Cohen, que, com o passar dos anos, se dedicou a filmes estranhos, mas interessantes, como THE STUFF (1985), THE AMBULANCE (1990) e Q (1982). O único furo em sua filmografia foi A RETURN TO SALEM’S LOT (1987), “sequencia” [desnecessária] do Clássico SALEM’S LOT (1979) de Tobe Hooper, baseado no Livro A HORA DO VAMPIRO, de STEPHEN KING. Cohen conseguiu se salvar em 2007, como roteirista do excelente POR UM FIO, de Joel Schummacher.
IT’S ALIVE tem seu lugar merecido no Hall dos Clássicos dos Anos 70!!!!!
Obs.: Esqueçam o péssimo remake de 2008.
Melhor mesmo é assistir a Trilogia IT’S ALIVE.
UM CLÁSSICO!!!!!!!!!!!!!!!
Clássico !! Clássico do SBT tbm rs. Recomendo.
estou procurando um filme que eu gostava muito, o bebe monstro ele foi passado ha 20 anos atras,e eu procuro procuro e não acho podem me ajudarem.
Talvez seja o “Bebê Maldito”,
Fiquei muitas noites sem dormir ou obrigando minha mãe a dormir comigo por causa desse filme.
Mas que bom que passei minha infância assombrada com um filme com conteúdo rsrsrs nem lembrava
Esqueceram de mencionar que durante a primeira metade dos anos 90 esse filme era exaustivamente reprisado no SBT, chegando a passar (pasmem) no Cinema em Casa durante a tarde! Ah… os bons tempos sem censura da TV…
No mais, é um filme que me pertubava muito, especialmente pelas chamadas do SBT e em determinado momento o filme mais soa como um drama que como um filme de horror.
Agora uma duvida: na mesma época lembro que passava no SBT um filme apavorante envolvendo demônios em que uma cena q me marcou muito foi uma em que os personagens estavam trancados em uma igreja e os crucifixos invertiam. Um dos padres morreu devido a uma enxame de moscas varejeiras…
Alguém lembra de algo assim?
acho que vi o remake,que é legalzinho,mas esse deve ser demais,vou procurar pra ver.